Clove
Glimmer está avançando com uma pedra, vermelho em gotas; seu cabelo são fios de ouro como nunca quando o sangue o encontra. A garota está pressionada contra uma árvore. Distrito 6; ela está implorando.
Eu fecho os olhos. Está escuro. Eu tenho marcas e onze anos. "Você me deve isso", ele dizia e eu fechava meus olhos porque dizer por favor já travava minha boca. Ele tem tanta raiva.
- Se você gritar, vadiazinha, só vai ser ainda mais minha. O papai vai gravar uma outra lembrançinha.
Eu me afasto até bater as costas na parede.
Eu não sabia que os outros pais não faziam isso. Ele exige que sua dívida seja paga desse jeito. Ele tira a roupa. Eu grito de novo quando ele encosta em mim. Meus vestidos agora são imundos.
Ainda amarga, mas eu choro "não, por favor, eu estou te implorando".
Jogo uma faca na 6.
- Clove! - Glimmer levanta os braços e arregala os olhos.
- Não me deixe ouvir mais ninguém implorando, Rambin, ou eu vou repensar essa aliança.
Dou as costas e de volta pra minha mochila, tenho um presentinho. Tudo que eu queria, eu já estava cansada de procurar ela. Um cara está brigando com a foguinho.
Sorrio; é a grande hora, Capital. Os minutinhos de fama do 12 estão prestes a virar pó.
Derrubo primeiro o menino, do 9. Morte limpa, porque ele fez esse favor de arrumar ela pra mim. Então eu olho para Evergreen, encolhida no chão e meu braço já jogou a faca.
Essa vadia acaba de me fazer acertar a faca em uma mochila.
Estou calculando quantos patrocinadores perdi enquanto corro atrás dela. Eu não estou cansada mais; a imagem das aberrações rindo garante toda a raiva que preciso. Eu quero que ela pague por cada pequena sensação desagradável que provocou em mim. Se ela tiver sorte e eu começar do desfile, o início vai ser moleza. Com as notas, seu rosto não vai estar mais tão inexpressivo.
Chego no limite da floresta e corro até essa garota do 10 vim do inferno e pular em mim.
Ela tem uma faca e pouca coragem. Eu não tenho tempo. Ela tenta prender meus braços, pressionar meu rosto contra a terra. De pé exatamente acima de mim. Eu riria se não estivesse com tanta raiva. Faço ela cair com a perna. Me viro, meto o pé no seu nariz, arranco a faca. Quando me levanto, não há nenhuma resistência. Agarro seu cabelo pela frente e a jogo contra uma árvore.
- Você é louca? Que porra foi aquela?
Eu não tenho tempo, mas eu estou com tanto ódio. Ela começa a chorar.
- Você me fez perder ela, sua idiota! - eu estou berrando. Bato sua cabeça de novo contra a árvore. Continuo a encarando. Eu quero que ela me veja bem antes de ir.
Não quero me sujar. Escolho uma faca comprida e até que minha mão esteja tocando na pele dela, não paro de empurrá-la no coração da menina.
Empurro a cabeça da garota mais e mais contra a casca da árvore. Eu perdi a brasinha.
- Cravinho! Ei, querida, por que está aqui sozinha?
Cato grita, rindo que nem um bêbado ridículo como todos os outros. Um braço ao redor de Glimmer. Deixo o corpo da menina cair e me viro pra eles.
- Uma açougueira decidiu me entreter - rosno, limpando a faca na roupa dela.
- Nós vamos caçar. Vão arrumando as coisas - antes de saírem, Ludwig se abaixa até a boca de Glimmer. Então depois de acenar até ela sair, ele se aproxima, sumindo esse sorriso podre. - O que foi que eu te disse, Clove? Eu te disse pra ficar perto!
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Linhas Borradas
FanfictionEm pequenos trechos de sua história, Katniss Everdeen nos mostrou através de linhas borradas a ponta do que viria a ser uma grande costura. Por meio de seu ponto de vista, os tributos treinados para os Jogos Vorazes foram fragmentados, sintetizados...