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Depois de ir até a Bendita Jersey, comer um sanduíche suspeito, insalubre... muito duvidoso quanto ao sabor e ao preparo. Palavras dela, não minhas. Nós agora estamos de novo comigo agarrada a ela como um coala na moto.
Ela disse que precisava ir juntar as coisas dela num hotel e aqui estamos nós. A viagem de volta foi muito mais silenciosa do que antes. Ela parecia perdida em pensamentos. A chuva fina que caia agora me impedia de ver o caminho realmente, mas ela parecia saber o que estava fazendo, então eu apenas me apertei ainda mais escondendo minhas mãos em seus bolsos, mesmo que eu agora tenha boas luvas, ela ainda me ofereceu o cuidado.
O hotel ficava numa rua levemente deserta que ela disse que a ajudou a manter a discrição. Ela parecia tão leve agora me descrevendo a "vizinhança", contando como ela precisava fugir da recepcionista simpática demais todas as vezes, como ali era ruim por não ter muitos cachorros e eu sorri através de toda a conversa simples enquanto nós subimos as escadas para o quarto dela que eu confesso, estava me deixando curiosa.
Ao entrarmos no quarto eu percebi que tudo era muito simples, uma janela de frente para um beco, uma cama simples e muito bem arrumada, tudo cheirando a desinfetante de lavanda... bastante reservado, exatamente o tipo de lugar tranquilo para alguém se esconder.
Talvez eu deva começar e ter mais lugares ao redor da cidade, talvez isso pudesse me ajudar... ter esconderijos variados com certeza evitariam ataques pirotécnicos como o que aconteceu no meu apartamento.
Ela entrou caminhando direto para a cama tirando uma mala grande debaixo que estava cheia de suas roupas. "Bem vinda à minha humilde residência..." Ela disse sorrindo e eu andei até a janela observando a vista. A boa escada de incêndio estava a postos. Muito bom para saídas estratégicas.
"Eu acho que gosto... talvez eu deva manter esse endereço em mente... em breve eu posso precisar..." Eu disse e ela suspirou alto.
"Você não está pensando seriamente nesse ofício de vigilante, está?" Ela disse buscando alguns papéis numa mesa ao meu lado e eu a observei com atenção. Eu lembro de seu desapreço pela vida heróica e sei o que ela pensa que isso lhe custou. De fato custou muito caro. A irmã dela não é um dano colateral. Eu gostaria de ter sido menos técnica na ocasião e não ter me expressado daquela maneira.
Nenhum tempo é melhor como o agora para me redimir. Eu não preciso tê-la pensando nisso por agora.
"Eu estou pensando nisso francamente... mas acho que é muito mais relacionado à minha segurança... o tal Rei do Crime agora sabe o que eu posso fazer... talvez me esconder por um tempo seja mais sábio, certo?" Eu disse para ela que me olhou parecendo muito como se estivesse aliviada pelo que eu disse.
Aqui está outra coisa que eu aprendi hoje... se Yelena esteve em uma vida controlada antes, agora ela deve ter pensamentos muito voltados à construção de personalidade... não preciso de um diploma em psicologia para entender a natureza protetora dela com cada nova escolha e sob as coisas e pessoas que ela vem adquirindo nessa vida nova.
Eu sou alguém novo agindo de maneira protetora com ela e ela parece ter esse traço muito protetor comigo, então não me interessa o que possa acontecer... ela precisa se sentir segura sempre que estiver na minha presença.
Dito isso, a nota principal para meu protocolo Yelena será relacionada aos meus comportamentos e minhas atitudes em volta dela, tudo precisa ser para acalmar, nunca para causar ansiedade.
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Marry Me?
FanfictionEu li que o casal deve ter uma boa rotina estruturada, que as conversas sobre despesas devem ser superadas, as atividades domésticas podem e devem assumir um ritmo agradável e que o sexo é como um mar infinito de novas possibilidades. Assim dizia o...