Nota da autora (06/01/2016): Mais um capítulo revisado! Aeee \o/! Estou revisando os capítulos o mais rápido que posso para repostar aqui para poder, finalmente, dá continuidade na historia com os novos capítulos, to muito ansiosa para que vocês leiam o final da primeira parte, de verdade! Enquanto ainda não chegamos lá, não esqueçam de votar nos capítulos (isso ajuda demais na divulgação da historia) e deixar o seu comentário aqui embaixo, principalmente, as leitoras novas (quero saber o que vocês estão achando!) :) (Obrigada pelos 4.2K de views <3)
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Claire limpou algumas lágrimas do rosto enquanto Roger a cumprimentava e lhe dava sua condolências. O interrogatório havia durado por volta de uma hora, com direito a perguntas sobre a relação dela e Kathryn, sobre a vida dela e de como havia sido quando a encontrara, detalhes sobre o corpo e seu estado. Ela respondeu todas as perguntas tomando cuidado em dizer para Roger o que lhe parecia coeso para alimentar sua história, assim como forçou o choro e algumas falhas em sua voz. Claire sabia que o que havia feito não era certo, mas ela não viu outra alternativa para manter toda noite passada e as ligações em segredo.
Ela tinha razões para querer que esses detalhes não fossem mencionados. Primeiro porque poderiam achar suspeito a sua omissão de socorro, já que Kathryn era sua melhor amiga e Paul também se envolveria naquela situação, o que Claire não queria. Ele não tinha conhecimento de nada daquilo e seria horrível se ela o arrastasse para o meio do furacão. Não seria justo depois de tudo que ela havia o feito passar. E, por último, a razão que mais lhe pesava e que ela mais temia que acontecesse: os pais de Kathryn. O que eles iriam pensar dela se soubessem o que ela havia feito? Como iriam reagir se soubesse que ela tinha tido a alternativa de salvar Kathryn e não o fez?
O pensamento principal de Amélia era que tinha sido um serial killer, e Claire achava que ela estava certa ou talvez Amélia só estivesse ficando paranoica com tudo que estava acontecendo, mas Claire não a julgava, parecia que iria enlouquecer a qualquer segundo também. Apesar de ter sido instruída a ser sempre equilibrada e branda para passar conforto a seus pacientes, agora Claire começava a perceber a batalha que eles lutavam todos os dias para se manterem sãos.
- Foi um prazer em conhecê-la – disse Roger antes de sair e deixar Claire e Amélia sozinhas na sala.
Assim que Roger fechou a porta da sala já do lado de fora, Amélia virou-se para Claire com uma expressão confusa no rosto, como se tudo que havia acontecido ali não fizesse mínimo sentido na cabeça dela.
- Que porra foi essa? – perguntou Amélia em tom baixo, mas ainda sim enfurecido, tomando cuidado para que elas não pudessem ser ouvidas por quem estava observando a sala pelas câmeras.
- O que? Eu falei a verdade – sussurrou Claire de volta, virando-se de lado para que a câmera não mostrasse seus lábios movendo dando a oportunidade deles fazerem uma futura leitura labial.
- Eu sei que você mentiu, Claire – Amélia disse virando-se como Claire, dando a entender que ela iria sair da sala. O corpo de Claire gelou, a deixando paralisada. Ela achou que tinha enganado todos com a sua mentira, mas ela estava errada. Amélia percebeu tudo e agora ela estava completamente encrencada. Mentir para a polícia já era algo ruim, esconder evidência como ela estava fazendo, era ainda pior. Não ficaria surpresa se assim que saísse pela porta, dois policiais viessem para escoltá-la até uma cela na cadeia.
- Eu não menti – Claire tentou se defender, mas ela sabia que não adiantaria. Amélia era esperta demais para ser enganada, ela deveria saber desde o início que aquilo não daria certo.
- Aqui não é o lugar para falar sobre isso, me siga – Amélia sussurrou e seguiu em direção a porta saindo da sala e Claire foi atrás dela, fazendo como ela havia dito até elas entrarem em um banheiro grande, cheio de cabines e espelhos. Amélia começou abrir as portas de todas as cabines, verificando se havia mais alguém ali além delas.
- Comece a falar – disse Amélia tirando o celular de seu bolso e colocando sob a pia.
- Eu já falei tudo que tinha para dizer... – disse Claire fechando a porta do banheiro para que ninguém as escutasse.
- Pare de se fazer de cínica, Claire. Eu conheço você, eu sei que você mentiu. Roger pode ter caído, mas eu não – disse Amélia encarando Claire de forma agressiva, mas Claire não cedeu, tinha que continuar com sua história. Apesar dela ter cogitado contar sobre o telefone para Amélia antes, ela já tinha feito sua própria história sobre o que aconteceu, era tarde demais para compartilhar com ela sem sofrer consequências graves.
- Eu não estou me fazendo de cínica, Amélia. – Claire afirmou cruzando os braços em frente ao seu peito tentando manter uma postura firme, como se estivesse segura do que estava fazendo, mas ela não estava.
- Você está começando a me deixar irritada, Claire. Você não quer me ver irritada – disparou Amélia bufando.
- Por que você está agindo assim? Eu não... – Claire começou a dizer, mas Amélia a interrompeu.
- Eu vou precisar apontar uma arma em sua direção para você me dizer a verdade? – perguntou Amélia, puxando um revólver de sua cintura e segurando-o em sua mão na direção de Claire, fazendo com que ela desse um passo para trás, engolindo seco.
- Você está exagerando, Amélia – disse Claire encarando a arma com medo. Ela precisava contar, não duvidava de que Amélia já estivesse suspeitando que ela havia matado Kathryn e, apesar de querer manter sua história, Claire precisava esclarecer tudo ou seria morta no banheiro da delegacia.
- Você não está me contando a verdade, Claire. Você acha que eu sou burra? – perguntou Amélia, a olhando irada.
- Tudo bem, eu vou contar. Você só precisa largar a arma – ela pediu.
- Comece – ordenou Amélia, ainda com a arma apontada.
- Eu menti sobre o que aconteceu. Eu não acordei cedo e fui a casa dela para buscá-la – começou nervosa.
- O que você foi fazer lá? – perguntou Amélia, estudando o rosto dela, como se buscasse algum rastro de culpa.
- Eu fui porque ela me ligou, ontem à noite. Acho que ela ligou pouco antes de ser morta. Mas eu não atendi, só cheguei a ver as ligações hoje de manhã, então eu fui até a casa e a encontrei – explicou.
- Onde você estava quando ela ligou? – perguntou Amélia, abaixando a arma, mas ainda a segurando em suas mãos.
- Em casa. Mas não vi porque estava com Paul – Claire sussurrou. - Aquele cara? – perguntou Amélia, e Claire pôde sentir um pouco de nojo no tom de voz dela.
- Sim – respondeu.
- Vocês fizeram sexo? – Amélia perguntou.
- Isso é mais informação do que eu quero dar – disse Claire chocada com a pergunta.
- Eu preciso saber, vamos fazer teste no corpo e eu adoraria ter uma amostra de sêmen do seu namoradinho para comparar – Amélia disse arrogante.
- Paul não tem nada a ver com a morte de Kathryn. Ele estava comigo! – Claire respondeu no mesmo tom.
- Ninguém sabe. Você dormiu depois? – perguntou.
- Paul não fez nada, pare de acusar ele – Claire disse, já revoltada com aquela atitude.
- Eu sou a delegada, acusar é o meu trabalho, caso não tenha percebido. E, pelo que você disse no seu depoimento falso, Kathryn não morava aqui e seu círculo social não é muito extenso, preciso conversar com todos que faziam parte dele.
- Ele não fez nada! – afirmou Claire entre os dentes.
- Quem sabe? Enfim, a equipe não achou nenhum celular dela na casa. – Amélia afirmou.
- Porque ele esta comigo – Claire disse puxando o celular de seu quadril.
- Você roubou evidências? – Amélia perguntou alarmada.
- Não, eu não roubei nada. Eu cheguei e estava lá no chão, então eu guardei.
- Como você pôde esconder uma coisa dessas? O que tem no telefone? – perguntou.
- Eu não sei. Tem uma senha, olhe – disse Claire estendendo o celular para Amélia. - Pegue – disse estendendo mais ainda o telefone, mas Amélia se recusava a pegar.
- Não quero minhas digitais nisso – disse.
- Ninguém vai ver suas digitais, eu não irei entregar isto a polícia – disse Claire sem perceber que estava falando com alguém que fazia parte da polícia.
- Você está cometendo um erro, Claire. Essas ligações podem te safar disso, provam que não foi você. Esconder evidências que te inocentam é burrice – Amélia bufou.
- Não é verdade. A polícia faz uma má interpretação de tudo e o que eu falar pode ser usado contra mim. Na dúvida, é melhor fechar a boca – respondeu.
- Isso é estupidez. – afirmou, enquanto balançava a cabeça demonstrando desaprovação quanto a atitude de Claire.
- Confie em mim, não é. Se você guardar esse segredo, eu juro que te ajudo na investigação – disse ela, sabendo que aquele seria o único jeito de convencer Amélia, já que era aquilo que ela mais queria. Claire a ajudaria, mas em troca precisaria guardar o segredo ou então ela acabaria presa.
- Eu não posso virar as costas para uma evidência assim, Claire – respondeu Amélia.
- Não estou pedindo para virar as costas. Nós duas damos um jeito de abrir e ver o que tem no celular, mas em segredo. E eu irei te ajudar, nós duas ganhamos.
Claire não sabia se Amélia iria concordar com seu plano, mas era a melhor forma que ela poderia fazer para esconder o celular. Sabia que o que estava pedindo para Amélia era demais, que colocava em risco seu cargo na polícia, mas ela precisava tentar. Era vantagem para as duas, ambas conseguiriam o que queriam naquele acordo.
- Tudo bem, mas você precisa prometer que vai guardar isso em um lugar que só você saiba onde fica – disse Amélia depois de um tempo de silêncio.
- Eu vou guardar!
- Se alguém achar isso... – começou Amélia, mas Claire a interrompeu para tranquilizá-la.
- Ninguém vai achar isso, vou esconder. Obrigada! – agradeceu.
- Vou pedir que um dos policiais a leve para casa. Mas eu quero que você volte aqui hoje à noite, depois das dez, pois vou te mostrar todos os avanços que já temos sobre ele – Amélia falou encarando Claire, como se fosse uma ordem.
- Depois das dez? Por quê? – perguntou.
- Essa é a hora que eu e minha equipe trabalhamos nisso. Mas agora eu preciso que você vá para casa, a irmã de Kathryn está vindo para eu passar os detalhes para ela – disse Amélia pegando seu aparelho de cima da pia e colocando em seu bolso, com sua arma ainda em mãos.
- Margery? – perguntou Claire sem ar ao pensar na irmã de Kathryn e em como ela estaria.
- Sim. Eu vou esclarecer as coisas para ela, entretanto não tenho muito o que dizer ainda, talvez ela queira reconhecer o corpo. – Amélia respondeu colocando a arma de volta em seu quadril.
- Então eu irei ficar para falar com ela, foi eu quem encontrou o corpo – Claire impôs.
- Não, você vai para casa esconder isso, tomar um banho e vestir uma roupa que não seja de ontem. Aliás, queime essa roupa, não corra o risco de ter algum material genético da Kathryn preso ai – respondeu.
- Por que está fazendo isso? Me ajudando assim? Eu sei que o que eu estou pedindo é arriscado demais e pode custar seu emprego – perguntou Claire.
- Eu estou fazendo isso porque confio em você, sei que não fez nada e por isso quero te proteger de alguma forma, mas você precisa cooperar comigo agora. Essa situação é muito complicada, você precisa ter cuidado. Guarde o telefone em um lugar onde ninguém pode achar, queime as roupas... E também estou fazendo pela nossa amizade, sei que tem bastante tempo que não nos vemos, mas você era minha amiga antes e continua sendo – Amélia encarou Claire enquanto falava e esta podia sentir que suas palavras eram verdadeiras, prova disto era tudo o que ela estava fazendo por Claire.
- Obrigada, isso significa muito – agradeceu.
- Tudo bem, esconda o telefone e vá para casa agora. Vou estar te esperando aqui às dez – avisou Amélia antes de sair do banheiro e Claire a seguiu já com o telefone escondido no mesmo lugar.
Ao sair pelo corredor, Claire avistou um homem alto e forte ser arrastado por dois policiais, com suas mãos algemadas em frente ao corpo. Ele tinha tatuagens grandes espalhadas pelo seu braço, que vinha de seu peito, amostra por sua camisa regata fina, e cobria-lhe até o pulso. No lado direito de seu rosto, em sua bochecha, tinha uma cicatriz que parecia de corte a faca, deixando sua expressão dura mais assustadora. Sob empurrões os policiais levaram o homem pela delegacia, porém pararam assim que viram Amélia. Claire conseguiu ouvir quando ela perguntou o que havia acontecido.
- Suspeito de violentar uma garota – respondeu um dos policiais e assentiu quando Amélia lhe deu a ordem de levá-lo para outra sala, antes de chamar outro policial parado por ali com as mãos.
- Leve ela para casa – disse e ele assentiu sem hesitar.
- Vá para casa – disse Amélia virando-se para Claire antes de sair seguindo a mesma direção que os policiais.
Ela suspirou e seguiu andando pela delegacia até a entrada, por onde ela havia chegado, com o policial a seguindo devagar. Entretanto ela parou ao ver Margery, a irmã de Kathryn, sentada em uma das cadeiras da sala de espera ao lado de seu marido. Ela tinha olhos e nariz inchados e apertava um lenço branco em suas mãos para secar suas lágrimas, eventualmente, enquanto seu marido, Henry, mantinha um braço ao redor de seus ombros e lhe sussurrava algo, na tentativa de tranquilizá-la.
Claire observou os dois e tentou imaginar o que estava passando pela cabeça de Margery, mas não conseguiu. A dor dela devia ser tamanha que palavras nunca seriam o suficiente para descrevê-la, por isso ela desistiu de tentar e seguiu para falar com ela.
- Margery? – Claire a chamou baixinho, com receio.
- Claire – Margery disse assim que levantou o olhar para vê-la, logo após voltou a chorar. Sem pensar duas vezes, Claire abaixou-se e a abraçou por um tempo, até que as duas se acalmassem mais. Quando isso aconteceu, Claire soltou Margery, que a encarou como se tivesse um milhão de perguntas a fazer, mas que não tinha coragem de verbalizar. O assunto era forte demais e o trauma era ainda pior, para ambas.
- Você que a encontrou? – perguntou e Claire assentiu confirmando, sentindo-se mais triste ainda em vê-la daquela forma.
- Como ela estava?
- Ela estava bonita, não parecia ter sofrido muito, isso me conforta de alguma forma – mentiu.
Claire sabia que a amiga tinha sofrido, não era a hora dela partir e sua vida foi tirada de forma brutal e sem motivos relevantes para tal. Kathryn foi violentada e perdera seu bem mais precioso, é claro que ela sofrera.
- Ela estava muito machucada? – perguntou Margery limpando as lágrimas com seu lenço.
- Não. De qualquer forma, logo a polícia irá ter mais informações sobre tudo. Eu não vi o corpo por inteiro quando a achei, somente a parte das costas – respondeu.
- A polícia sabe o que matou ela? Não nos deram praticamente nenhuma informação – pediu Margery.
- Eles acham que foi estrangulamento, mas não foi feito nenhum teste que comprove isso ainda, só deduziram na perícia – explicou Claire.
- Você acha que foi ele? – perguntou.
Claire não sabia ao exato a quem ela se referia, mas sua sobrancelha erguida confirmava sua ideia de suspeita de Margery e sentiu um arrepio ao pensar.
- Eu não sei – respondeu, engolindo seco.
- E seus pais? – perguntou Claire, tentando mudar o assunto.
- Estão vindo, devem chegar a noite – disse Margery.
- Eu quero vê-los, conversar com eles. Posso passar lá amanhã? Depois que eles se estabilizarem e descansarem da viagem – pediu Claire.
- Claro, eles vão ficar felizes em vê-la – Margery abriu um sorriso gentil.
Ela devolveu o sorriso antes que outro policial viesse e levasse Margery e Henry para falar com Amélia. Ela se despediu de Margery prometendo que iria vê-la no dia seguinte e então eles saíram seguindo o caminho que lhes era mostrado.
Claire suspirou percebendo o policial que a levaria para casa ainda parado, esperando-a. Então ela se virou para caminhar até a porta de saída, encontrando Paul que buscava informações com uma das pessoas que andavam por ali. Ela não hesitou em chamá-lo, o qual logo veio ao seu encontro e a abraçou.
- Você está bem? – ele perguntou, olhando seu rosto de forma preocupada e Claire podia sentir sua tensão expressa por sua testa franzida e sua mandíbula travada.
- Eu estou bem, obrigada – agradeceu.
- Já pode ir para casa? – Paul perguntou olhando o policial atrás dos dois.
- Sim, eu estava indo para casa, na verdade... Eu vou com ele – Claire virou-se falando para o policial, que ela não sabia o nome.
- Eu vou escoltá-los – respondeu, dando um passo a frente e Claire percebeu que não adiantaria dizer que não precisava. Afinal, ele havia recebido ordens de Amélia e parecia que todo mundo naquele lugar fazia o que ela mandasse.
- Vamos – disse Paul passando o braço ao redor de Claire e seguindo para fora da delegacia sem desfazer o abraço até chegar ao carro dela.
O caminho até o prédio de Claire foi silencioso. Nem ela ou Paul sentiram necessidade de falar alguma coisa e ela se sentia incrivelmente incomodada com o carro de polícia que os seguia. Ela sabia que se começasse a trabalhar com Amélia precisaria de algum tipo de segurança, mas nunca toleraria alguém a seguindo para todo canto, como estava acontecendo.
Quando chegaram à garagem do prédio, Claire sentiu uma súbita vontade de correr ao lembrar daquela manhã em que ela havia saído de seu apartamento, de como seu corpo sofrera com o choque de realidade inexplicável ao ver Kathryn em sua cama.
- Claire? – Paul a chamou e parecia não ser a primeira vez.
- O que? – perguntou encarando-o.
- Você está bem? – indagou.
- Sim. Eu só preciso chegar em casa, de verdade – respondeu e abriu a porta do carro, saindo logo em seguida, caminhando até o elevador com Paul atrás de si.
Já dentro do elevador, Paul tentou abraçá-la, mas Claire se esquivou, sentindo que precisava ficar sozinha por um tempo, apesar de ainda assim querer a presença de Paul ali. Ela precisava dele naquele momento, mas não da forma como ele estava pensando. E talvez toda sua fragilidade diante da situação, juntamente com a noite anterior, o confundia, fazendo-o pensar que eles estavam juntos novamente, mas não era isso que Claire queria no momento. Ela queria o Paul amigo, alguém com que pudesse contar e que não a julgaria por todas as coisas horríveis que fizera e consolaria quando ela chorasse por Kathryn.
Paul entendeu o recado e não tentou se aproximar de Claire novamente até chegar ao apartamento e ela o deixar na sala de estar, indo ao banheiro. Sentiu seu estômago e sua cabeça rodarem enquanto encarava seu reflexo no espelho, até sentir um enjoo crescer mais ainda dentro de si até que ela não aguentasse, fazendo com que ela despejasse um líquido ocre, vomitando tudo para fora de si, o que fez com que suas mãos e pernas tremessem pelo baque físico que ela estava sofrendo. Ela ainda tremia mesmo depois um bom banho quente e demorado, fazendo com que ela percebesse que aquele nervosismo não iria passar tão cedo.
Enrolada em um roupão longo, Claire pegou suas roupas pelo chão e seguiu até a cozinha, passando por Paul na sala que a seguiu. Ela caminhou por entre as bancadas que cercavam o cômodo e puxou a lata de lixo grande feita de ferro do canto em que ela ficava e jogou suas roupas dentro rapidamente.
- O que você está fazendo? – perguntou Paul.
- Tire suas roupas – ela pediu.
- O que? – Paul exclamou surpreso com seu pedido repentino.
- Eu preciso que você tire a sua roupa! – respondeu ela, encarando-o.
- Por que eu preciso tirar a minha roupa? – Paul indagou, arregalando os olhos para ela.
- Eu preciso queimar nossas roupas. Nós estávamos usando isso ontem, pode ter algum material genético da Kathryn e não podemos nos dar ao luxo da polícia encontrar isso – disse Claire, indo até ele e puxando sua camisa para cima, para que ele pudesse tirá-la.
- Não tem nenhum DNA da Kathryn na minha roupa, Claire – afirmou.
- Melhor não arriscar – Claire respondeu puxando o cinto da calça depois que ele tirou sua camisa e a jogou dentro da lixeira.
- Isso é loucura – resmungou Paul enquanto abaixava sua calça até os pés, retirando-as por completo logo em seguida.
- Não é. Nós precisamos lavar seu carro – ela disse, abaixando-se para pegar a peça de roupa e jogá-la no lixo antes de ir até o fogão pegar sua caixa de fósforos.
- Por que? – perguntou.
- Ela estava no seu carro ontem, não se lembra? Deve ter digitais e fios de cabelo dela por todo carro. Eu não vou deixar que eles usem isso contra você – disse Claire encarando Paul, já se sentindo um pouco transtornada com a situação.
- Quem poderia usar isso contra mim? – perguntou Paul atônito.
- A Polícia. Eles sabem tudo sobre a vida da Kathryn agora. Sabem que ela se mudou a pouco tempo para cá e que tem poucos amigos, vão nos colocar na mira deles agora e eu não quero que tenham motivos para questionarem você – desabafou.
- Eles não vão fazer isso, Claire. Você só está assustada com a possibilidade de perder mais alguém, você já perdeu muita gente – disse ele abraçando-a quando ela começou a chorar novamente.
- Não posso correr esse risco – ela diz enquanto sai de seus braços abrindo a caixa e riscando um fósforo, fazendo uma pequena chama crescer em sua ponta.
- Tem certeza? – perguntou Paul atrás dela.
- Tenho – ela afirma e deixa cair a chama dentro da lixeira, em cima das roupas, enquanto um par de lágrimas caem sobre sua bochecha. Assim que o fogo começa a tomar maiores proporções, Paul tampa a lixeira rapidamente, antes que a fumaça se espalhe pelo apartamento. Com o barulho do ferro da tampa batendo, Claire voltou a si e enxugou as lágrimas. Empurrou a lixeira com pé até a janela mais próxima, sentindo seu pé queimar um pouco com o calor do fogo. Quando a colocou perto da janela, ela abriu esta, deixando o vento frio tomar conta do ambiente, para evitar qualquer cheiro que pudesse vir da fumaça.
- E agora? – Paul pergunta.
- Nós precisamos lavar o carro – ela responde se abaixando e buscando materiais de limpeza, como sabão e luvas.
- Eu estou sem roupa, Claire – ele protesta.
- Acho que tem algumas roupas suas no meu guarda roupa – Claire responde sem olhá-lo, continuando a tirar os produtos de limpeza do armário da cozinha.
- Tudo bem – responde, saindo da cozinha e voltando vestido com um par de roupas antigas que ele havia deixado em uma vez quando passou a noite ali.
- Eu não acho que essas roupas são minhas, Claire. Estão apertadas – disse ele parecendo incomodado com a forma que a camisa apertava seu peito.
- Acho que você engordou – comentou ela com desdém, levantando do chão onde estava ajoelhada.
- Não engordei, isso é músculo, é diferente. – protestou ele.
- Claro. Mas agora você vai fazer o seguinte: vai descer até a garagem, pegar seu carro e vai para a rua detrás do prédio – ela explicou.
- Mas, por que?
- Porque tem câmeras na garagem. Se eles nos gravarem lavando o carro vai parecer suspeito. Agora vai – disse ela enquanto o empurrava em direção à porta.
- Eu vou descer pela escada de incêndio e te encontro lá embaixo. – disse ela antes de fechar a porta já com Paul no corredor.
Claire voltou para a cozinha e depositou tudo que precisaria para a lavagem do carro dentro de um saco de lixo e foi ao seu quarto vestir uma roupa de academia que ela comprou, em uma das tentativas fracassadas de Kathryn de levá-la a academia, mas nunca havia usado.
Já vestida, ela voltou até a cozinha, pegou os materiais e desceu pela escada de incêndio para encontrar Paul, que já estava esperando-a.
"A noiva passou a mão pelo seu longo vestido branco como as nuvens, enquanto pairava diante da grande porta de madeira da igreja. Suas mãos trêmulas de nervosismo suavam, porém ela não conseguia esconder o grande sorriso que se alargava cada vez mais em seu rosto. Aquele, provavelmente, seria o dia mais feliz de sua vida. O dia que ela se lembraria até seu último suspiro. E ela não poderia se sentir mais realizada, estando ali, em seu vestido de noiva, que fazia-lhe se sentir como uma verdadeira princesa com sua longa saia rodada, com detalhes que lhe lembravam flores. Estava impecável e ela sentia que nada poderia estragar seu dia.
Dando uma passada determinada em direção à entrada da igreja, a noiva viu as portas se abrirem dando a ela uma visão do interior do lugar, a qual a fez suspirar de alegria e satisfação. Ela começou a caminhar, indo em direção ao tapete vermelho que lhe esperava, sentindo um aroma floral que carregava o ambiente, deixando tudo mais agradável do que já era. Ela começou seu desfile, passando por entre os bancos que estavam cheios de rostos conhecidos por ela e por seu noivo. O caminho que a levava ao altar era decorado com flores e velas, que deixava o ambiente com uma iluminação fraca combinada com o por do sol alaranjado que desaparecia aos poucos no horizonte, dando um ar romântico ao lugar, completando aquele momento, que era para lá de mágico para ela.
Seguindo seu caminho, ela fixou o olhar em seu noivo, admirando sua beleza que se aproximava mais dela enquanto ela andava. Seus olhos brilhavam em sua direção e o sorriso que estava em seu rosto permitia que ela conseguisse ver seus dentes perfeitamente brancos através daquele sorriso singelo e especial vindo dele. Seu corpo estava bem moldado, vestido no terno negro, que realçava seus olhos. Assim que a noiva parou em sua frente e ele estendeu sua mão, o coração dela palpitou em seu peito e um alívio percorreu em suas pernas por estar, finalmente, ao lado dele naquele momento que eles tanto sonharam juntos.
Ali, estando lado a lado com ele, com suas mãos juntas em um aperto que ela sentia que não poderia ser quebrado nunca, ela se sentia mais feliz do que ela já havia estado antes. Aquilo era tudo que ela havia imaginado e ansiado durante toda sua vida; ser feliz com alguém que ela amava, que pudesse se apoiar durante seus melhores e piores momentos, um amigo, um companheiro e confidente, que ela iria amar e apoiar enquanto ela vivesse. Juntos ali eles iriam dizer seus votos e selar o companheirismo e amor que eles nutriam e então nada poderia separá-los.
O noivo citava seus votos, com um brilho no olhar, dizendo palavras de amor e conforto, fazendo com que lágrimas brotassem no canto dos olhos da noiva e seu sorriso se tornasse maior do que já estava. Assim que ele terminou, ela o olhou enxugando suas lágrimas, antes que borrasse sua maquiagem, sorrindo para ele em forma de agradecimento pelo seu belo discurso. E, quando ela estava pronta para começar seus votos, a porta da igreja se abriu em um estrondo alto, fazendo com que os convidados pulassem de susto em seus assentos. A noiva virou-se para ver quem interrompera seu momento e se deparou com um emaranhado de cabelos castanhos e olhos azuis penetrantes, que lhe encaravam com uma raiva absurda, deixando a noiva paralisada com sua presença.
Seus passos em direção ao casal eram firmes e o cômodo foi preenchido com sua indignação, que emanava até pelos seus poros. Seus olhos acusadores pousavam em cima, principalmente, da noiva e sua voz saiu fria, quando disse:
- É culpa sua! – seu dedo se ergueu na direção da noiva, apontando para ela, acusando-a.
A noiva permanecia imóvel, sem saber o que dizer e ela se sentiu mais perdida ainda quando sentiu a mão do noivo soltando a sua. Ele havia se afastado. Ela já não sentia mais o calor que vinha de sua presença, muito menos a segurança que seu toque lhe trazia.
- É tudo culpa sua! – a voz estridente ecoou em todo salão, causando arrepios na noiva, que encarou o noivo em busca de ajuda, mas ele já não a olhava mais, seu olhar estava fixo em outra pessoa.
- É culpa sua! – repetiu e quando a noiva virou para frente pôde ver os olhos de azuis profundos a encarando a sua frente, bem de perto.
- Eu... – ela forçou a garganta, mas sua voz não saía. Um arrepio subiu pela sua espinha, fazendo-a tremer ao ouvir novamente:
- É tudo culpa sua! – então as mãos geladas foram enlaçar seu pescoço, apertando-o com força. A noiva sentiu o ar ficar preso em sua garganta, impossibilitando-a de respirar, fazendo com que seus olhos se arregalassem em pavor. Ela tentou empurrar as mãos, entretanto foi em vão. O aperto em seu pescoço ficava cada vez mais forte e ela sentia o ar faltar em seus pulmões, fazendo com que estes doessem devido a força que ela colocava para respirar contra o aperto. Seus olhos buscavam por alguém que lhe ajudaria, mas todos estavam sentando em seus assentos, assistindo o sofrimento dela, no dia que, supostamente, era para ser o dia mais feliz de sua vida. Lágrimas rolavam por suas bochechas, já vermelhas, e enquanto ela buscava pelo ar que não vinha, enquanto se rebatia para soltar-se do aperto, sua visão ficou turva e foi escurecendo até que a última coisa que ela vira foi os olhos azuis profundos, enquanto ouvia a frase soando longe em seus ouvidos pela última vez:
- É tudo culpa sua."
Claire acordou subitamente.
Um soluço sôfrego escapou por sua garganta e ela sentia seu corpo tremer por debaixo dos lençóis. Inconscientemente, ela levou as mãos até o pescoço, respirando fundo; testando o ar entrando e saindo de seus pulmões, agora agitados. O baque de seu sonho a fez acordar de susto, tomando proporções mais drásticas pelo seu corpo. Ela suava, tremia e tinha a respiração falha e presa em sua garganta. Sempre fora assim. Desde sua infância, Claire tinha uma dificuldade absurda para ter uma boa noite de sono; tinha insônias e seus pesadelos sempre violentaram seu corpo e emocional. Entretanto, já havia passado um tempo sem que ela fosse incomodada por seus sonhos perturbadores, mas não o tempo suficiente para que ela se acostumasse com a ausência deles. Eles sempre estavam presentes e ela sentia que fariam companhia a ela dali para frente.
Sentando-se na cama, ela esfregou o rosto, buscando enxergar com mais clareza em meio a escuridão que predominava no quarto. Conseguia ouvir a respiração tranquila de Paul, que dormia ao seu lado. Ela se descobriu e saiu da cama com um cuidado extra para não acordá-lo, seguindo para seu banheiro, onde ela se olhou no espelho; viu bolsas redondas e roxas se formarem ao redor de seus olhos, em seu rosto pálido. Malditas olheiras.
Claire bufou e se inclinou em direção a pia para jogar água no rosto. Encarou sua face magra, onde seus olhos castanhos escuros se destacavam acima de suas bochechas finas, um pouco escondidas pelo seu cabelo, que iam até o meio de suas costas, como uma onda castanha volumosa. Sua boca era desenhada e cheia, pintada com um vermelho claro de seu sangue, abaixo de seu nariz pequeno e empinado.
Ela secou o rosto rapidamente e, amarrou o cabelo em um rabo de cavalo alto, tentando não chamar muita atenção com eles, e voltou para o quarto, indo ao armário com cuidado para pegar uma jaqueta e um jeans, que ela vestiu antes de sair do cômodo silenciosamente para não acordar Paul. Pegou as chaves do carro e do apartamento e seguiu pelo corredor até chegar na garagem, onde ela entrou no automóvel e seguiu em direção a delegacia.
Ela estava fazendo a coisa certa, prometera a Amélia aquilo e agora teria que cumprir, afinal, esta estava guardando para si o fato de que ela havia pego uma evidência numa cena de crime. Não havia nada a temer.
Ao parar em frente a delegacia, Claire respirou fundo várias vezes antes de sair do carro para atravessar a rua, indo de encontro com a entrada. Porém um frio involuntário tomou conta de seu estômago, que estava frágil por conta de todo o baque físico que ela sofreu durante o dia. Seu nervosismo transbordava por suas mãos úmidas de suor. Mas ela não sentia aquele nervoso todo por falta de confiança em sua habilidade como psicóloga, ela havia se dedicado durante anos para o estudo voltado a Criminologia e aprendeu o bastante sobre psicopatia. Ela sabia que havia estudado o suficiente, mas nunca conseguiria estar cem por cento preparada para aquilo. Ela passara a vida inteira fazendo análises de delinquentes já conhecidos e estudados por outros profissionais; os quais já haviam entrado na cabeça deles e explorado até seus últimos rastros de insanidade, mas, ali, naquela situação em que se encontrava, ela iria fazer isso sozinha.
Estudar mentes criminosas é muito mais do que saber teorias e procedimentos. É entrar na cabeça do criminoso e saber como ele pensa, o que ele sente quando comente o ato ilícito, é ser capaz de prever todas as suas ações, antes mesmo deles pensarem em como agir. E para isso, é necessário absorver cada detalhe, intenção, sentimento... É preciso absorver cada pedaço de seu temperamento e personalidade. Para isso, ela precisava ser ele. Mas, em um caso como aquele, onde não há um autor ou suspeito defino, é necessário usar as vítimas como instrumento para chegar até ele. As vítimas mostram com clareza como é a pessoa, como é quando age, quem ela é.
Quando parou em frente da entrada, Amélia apareceu olhando-a:
- Você está atrasada – disparou para Claire.
- Desculpe. Você me assustou – disse ela com cuidado.
- Você se assusta fácil – Amélia apontou dando espaço para Claire entrar dentro da delegacia. O lugar ainda estava cheio. Alguns policiais andavam de um lado para o outro ainda, mas não estava como antes, tudo estava mais tranquilo e todos pareciam se preparar para suas rotas ou para ir para casa. Claire se perguntou quando Amélia ia para casa, todos os dias, depois de uma longa rotina de trabalho. Talvez ela não fosse, talvez passasse a noite ali, em claro, buscando a solução de seus casos.
- Eu deveria arrumar alguns bambus para você – disse Amélia apontando para os olhos de Claire, rindo. Aparentemente, suas olheiras a faziam parecer um urso panda e, claro, que Amélia não iria perder tempo em fazer piada com aquilo.
- Isso não tem graça. Cadê sua "equipe"? – perguntou Claire fazendo careta enquanto fazia aspas com os dedos.
- Eu pedir para eles darem o fora. Eu quero que você faça sua análise inicial sozinha hoje – explicou Amélia, caminhando pelos corredores da delegacia e Claire a seguiu.
- Quem faz parte dessa equipe? – perguntou Claire, assim que elas entraram numa sala espaçosa, com quadros e uma mesa de madeira pesada, com cadeiras ao redor. A iluminação da sala, formada por lâmpadas que ficavam exatamente acima da mesa, não abrangia todos os seus cantos, deixando-a escura. Nos quadros havia fotos, mapas, marcações e tabelas. Sobre a mesa tinha pilhas e pilhas de papéis, provavelmente a serem estudados pelas pessoas que trabalhavam ali junto com Amélia.
- Pessoas que trabalham para mim. Pessoas que eu confio – Amélia responde andando pelo cômodo.
- Não tem nenhum especialista? – Claire perguntou aproximando-se dos quadros, observando o mapa da cidade com áreas específicas marcadas de pincel vermelho.
- Você é minha especialista – disse Amélia sorrindo para ela.
- Que honra – respondeu Claire em tom irônico.
- Bom, aqui está tudo que você precisa saber sobre os crimes; nesse mapa está marcado os lugares onde cada uma das vítimas foram mortas, ali naquelas pilhas estão informações pessoais delas como idade, altura, peso e etc, - disse Amélia, apontando para as pilhas do lado direito na mesa. - Aqui, são os laudos médicos, laudos da perícia do local, tudo que você precisar saber sobre a cena dos crimes estão aqui – apontou para as pilhas do lado esquerdo.
- Quero que você leia e analise isso. Eu vou estar lá fora se você precisar de mim – ela disse se dirigindo à saída.
- Mas, Amélia... – Claire chamou quando ela estava na porta.
- Tente não precisar de mim – ela disse com um sorriso arrogante e saiu, fechando a porta atrás de si.
Claire suspirou e encarou os quadros, se perguntando por onde deveria começar com aquilo. E, como lhe foi ensinado, ela iniciou seu estudo pelo perfil das vítimas, pegando cada arquivo sobre cada vítima e estudando suas peculiaridades.
Morenas. Altas. Brancas. Jovens.
Suas características físicas eram similares, mas sociais eram mais diferentes do que ela esperava que fosse.
Divorciada. Solteira. Comprometida.
O que atrai ele?
O que ele gosta?
Sua mente estava disparada enquanto ela olhava os laudos da perícia, os laudos médicos e tudo que estava disponível para sua consulta. O que atrai ele?
Claire sentia sua cabeça palpitar com suas dúvidas e teorias, enquanto ela buscava uma explicação para tudo naqueles papéis. Depois de horas e horas de leitura e pesquisa, ela encarou o quadro que continha fotos de cada uma das vítimas, buscando algo que poderia atrai-lo. O que levava ele a escolher aquela garota em particular.
E, naquele momento, ali, encarando aquelas fotos, ela soube.
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Strangler
Misteri / ThrillerSINOPSE: Claire Williams é uma jovem psicóloga, apaixonada por Criminologia, que impulsionada pela morte de sua mãe, sempre quis trabalhar com o conhecimento direcionado ao crime e com o quadro psicológico dos delinquentes, porém, ela opta por segui...