Capítulo Seis - Eye Of The Beholder

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Claire encarou os dois comprimidos longos em sua palma da mão antes de colocá-los na boca e engolir ambos com um gole de vodca que colocara dentro de um garrafa de água mineral. Bufou de impaciência percebendo que aquilo não enganaria ninguém que chegasse próximo dela e pudesse sentir o cheiro de seu hálito, que era uma mistura de álcool e hortelã de seu creme dental. Ela sempre taxou pessoas que começavam a beber antes do meio dia como: alcoólatras, quase alcoólatras ou alguém que estava com vida completamente fodida em todos os aspectos e isto a deixava extremamente frustrada o que levava a descontar todos os problemas no álcool. Claire sentia que fazia parte da última opção, agora.

Não que ela costumava descontar as frustrações na bebida sempre, quase nunca fazia isso, mas sentiu que merecia desta vez. Sua vida girando como uma montanha russa desgovernada e, em meio aquilo tudo, ela só sentia vontade de vomitar. Estava realmente frustrada e com uma dor de cabeça dos infernos. Não conseguiu dormir depois que Peter saiu, ela não o via a dias e sua presença lhe deixou agitada, como sempre fazia.

Ele era a personificação daquilo que é descrito em livros feitos para mulheres baseados em fantasias femininas de um cara com uma aura de perigo que chama a atenção para si por serem os anti-heróis da história, que exala masculinidade, fazendo-as se sentirem completamente atraídas, quase enfeitiçadas por sua personalidade misteriosa. Aquele tipo de cara que te faz pensar: "talvez eu não devesse estar com ele", quando tudo o que você mais quer é ficar com ele. Porque ele é incrivelmente mau, mas te trata incrivelmente bem e deixa você cada dia mais maravilhada por ele.

Homens assim são frutos da imaginação de mulheres em meados de seus trinta anos, solteiras ou extremamente insatisfeita com seus maridos preguiçosos, que já não se esforçam para agradá-las, fazendo com que elas se tornassem sonhadoras sobre um cara enquanto buscam sozinhas seu próprio orgasmo. Entretanto, Claire não estava em posição de julgar, como qualquer mulher, ela também se sentia atraída pelo perigo. Os garotos normais, os bons garotos normais, às vezes, parecia chatos e monótonos aos olhos dela. Não podia negar que homens assim te dão aquele ar de segurança e tranquilidade, algo como "eu sei que posso sempre contar com ele aqui", por outro lado, os bad boys passavam a sensação de que iria te fazer especial enquanto ele estivesse ali.

Peter era assim.

Fazia com que ela se sentisse querida, a elevava no céu e a enchia de entusiasmo quando ele estava por perto. Claire, muitas vezes, se sentia como uma adolescente no colegial que escrevia o nome de sua paixãozinha secreta na última folha branca do caderno em meio a corações e letras de músicas melosas que faziam parte da trilha sonora de seu romance totalmente platônico. E, ela nunca fora assim.

Talvez ele despertasse a adolescente sonhadora que ela não teve a chance de ser, afinal, ele era mais velho que ela, não muito, mas a diferença de idade entre eles poderia ser latente quando o assunto era sua ausência e, nesses momentos, voltar a ser uma adolescente conseguia arrancar tudo de pior dela. Claire se tornava insegura e irritadiça. E, ela odiava se tornar a garota chata e estridente com ele, portanto, na maioria das vezes, ela simplesmente engolia sua angustia e fingia que estava tudo bem para ela o fato dele sumir por mais de cinco dias sem responder suas mensagens ou ligações, assim como sua distancia e frieza na noite passada.

Ele nunca vinha ao seu apartamento, ela lhe dera as chaves, porém, ele nunca ia. E, por um instante ela havia se enchido de esperanças ao vê-lo ali em sua casa, mas, esta se esvaiu tão rápido quanto chegou quando ele se manteve do outro lado da sala encarando qualquer ponto especifico que não era ela. E, novamente, se recusava em responder suas mensagens, fazendo com que a carência dela aumentasse.

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