65 - Com saudade, amor?

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Tudo estava conforme o planejado.

A cabana imersa em escuridão, apenas algumas velas distribuídas em pontos estratégicos a iluminavam.

Ayla andava de lá para cá, nervosa.

Esfregando uma mão na outra, ela se perguntava se tudo daria certo.

Era bem verdade que SeokMin e ela discutiram o que fariam (com relação a um plano bom o suficiente para ajudarem WonWoo), contudo ela também sabia que havia variáveis a serem levadas em conta. E uma delas estava chegando naquele exato momento.

O cheiro de jambo tão amado por ela precedeu seu dono, o que a fez sorrir, erguer o olhar e fitar a porta, esquecendo-se até mesmo de seus temores anteriores. Afinal, esse era o efeito que seu anjo causava em si. Instantes após a primeira onda de jambo a envolver, o platinado materializou-se, adentrando pelo telhado de sua cabana e aterrissando a poucos passos da jovem.

Ayla correu e pulou no noivo, que prontamente a segurou em seu colo e beijou sua testa.

- Shua!

- Honey?!

E antes que ele pudesse perceber o que ela faria, a pintora segurou seu rosto e o beijou.

Beijou-o de forma tão saudosa e apaixonada, como se fosse a primeira vez, como se não se vissem a séculos. A distração do gesto brusco fizeram-nos perder o quanto o esboço branco da pulseira de entrelaçamento brilhava e piscava forte. Em ambos os pulsos. Tanto no angelical quanto no humano.

O anjo sorriu mais aberto, logo assim que aquele contato breve, porém intenso findou e olhou com ternura para sua Ayla. Tão linda, tão meiga, tão sua, e com os olhos fechados a apreciar o carinho que ele passara a fazer em sua bochecha, que se pegou de repente pensando o que faria se não a tivesse por toda a sua eternidade.

A força com que aquilo o atingiu, o fez tremer.

Por que ele estaria a pensar aquilo? Ficara tanto tempo assim longe dela que passara a se preocupar sem perceber?

O aperto em seu peito fez com que soltasse um suspiro, atraindo a atenção da pintora, que sem demora abriu os olhos e o encarrou sorrindo travessa.

Joshua ofegou.

Ayla de repente pareceu tão quente, tão receptiva, como há tempos não via. Os olhos dela estavam pontilhados de branco. Sua própria constelação de estrelas dentro das órbitas de sua amada.

Aos poucos, bem lentamente, o anjo foi a colocando de volta sobre os próprios pés e então suas mãos, sem controle algum, passearam pelo pescoço, pelos ombros, pelos braços, até alcançar as costas dela e a puxar para junto de seu peito. Permitindo-se depois de anos tê-la mais intimamente junto a si, expelindo aroma, marcando-a como sua novamente. Envolvida pelo cheiro e movida pelas mãos aquecidas e hábeis, a jovem pintora tornou a fechar os olhos.

- Oh, meu anjo!

Foi o ofego que partiu dela, antes que sentisse seus lábios sendo esmagados sem piedade pelos alheios.

- Shua!

Ayla clamou mais uma vez e, como se fosse demais para aguentar, ela se permitiu esconder o rosto no peito de seu anjo, aproveitando para inalar fundo o cheiro dele.

Era bem verdade que eles já haviam se desculpado e estavam cada vez mais próximos, e embora na maioria das noites apenas dormissem na mesma cama, nada demais havia acontecido entre eles. E não era como se não quisessem, era só que não se sentiam seguros ou preparados o suficiente para dar aquele passo de novo. Contudo, naquele momento, após beijos tão significativos e o calor que passara a sentir de repente (por estar tão próxima de seu amor), Ayla se pegou pensando se já não passara da hora de eles confiariam um no outro e decidirem dar um passo a frente.

Fallin' ↬ Joshua HongOnde histórias criam vida. Descubra agora