64 - Anjo do amor.

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Observar os humanos logo mais abaixo já não tinha mais o mesmo encanto que costumava ter.

Nem mesmo seu trabalho parecia surtir o efeito desejado em si.

Nuvens pesadas estavam pairando sobre a cabeça de todos os seus amigos, pois os mesmos andavam fazendo tudo no automático e sem muito ânimo (mesmo que mal percebessem), e eles sequer soubessem do plano ou do que Ayla desejava fazer para impedir WonWoo de se tornar um demônio permanentemente, quem dirá da cabeça dele, que sabia de tudo.

E pior, teria um grande papel nele.

SeokMin suspeitava que seu líder soubesse de algo. Poderia não ser tudo, porém alguma coisa ele deveria ter conhecimento. Uma vez que SeungCheol andava tão agitado, voando entre seu castelo, a cabana de WonWoo e saindo do Reino.

Ele estava visitando a Angels com cada vez mais frequência e consultando os Enviados, Hoseok e as obras da pintora com tanto empenho que quase beirava a obsessão. MinGyu até mesmo chegara a comentar consigo sua preocupação para com o outro, o quanto aquilo não era nada saudável para SeungCheol.

O anjo-médico realmente deveria estar preocupado, o que alertou SeokMin do quão a situação deveria ser séria, visto que MinGyu não era de comentar as avaliações médicas de seus "pacientes" com os demais anjos.

Mas o caso era que, fosse o que fosse que o líder estivesse fazendo ou sentindo, a vida não parava. As vidas humanas continuariam existindo e o tempo delas passando. Por isso, SeokMin não podia se demorar pensando demais em SeungCheol ou em como ajudá-lo.

E até que o momento de pôr o plano de Ayla em prática não chegasse, o anjo deveria continuar com seu trabalho.

Que era o que ele pretendia fazer.

Conforme Destino Celestial, o anjo divino encarregado de estudar, combinar e encaminhar a ele possíveis, e prováveis, casais humanos a serem unidos em sagrado amor, lhe enviara as informações, que agora ele checava em sua agenda, o anjo estava pronto para agir e terminar seu trabalho o mais rápido possível.

E por isso, SeokMin viajara para uma cidade vizinha e estava sobrevoando o aeroporto há minutos, de acordo com o que recebera de Destino, o garoto trabalhava em um café ali e a moça chegaria em pouco tempo, ao desembarcar de um avião.

Sua missão era uni-los quando eles se encontrassem.

Porém, quanto mais tempo passava, mais entediado o anjo ficava. Não havia sinal algum de nenhum dos dois, em parte alguma. Frustrado, pensando que pela primeira vez, Destino se equivocara, SeokMin decidiu dar uma volta e se distrair.

Pousando e recolhendo suas asas para perto de seu corpo, o anjo começou a compassar por entre as centenas de pessoas que lotavam o aeroporto. Todas apressadas, nervosas e distantes. 

Cada uma perdida em suas próprias cabeças.

Por um segundo, SeokMin se perguntou como era possível viver assim: no meio de tanto caos e barulho. Ele nunca se sentiu tão saudoso da paz e silêncio que eram abundantes no Reino.

Quanto mais caminhava, mais desanimado ficava. E ele sentia que não era só por causa da sua preocupação com WonWoo ou com o plano de Ayla ou mesmo com SeungCheol.

Não.

Havia algo acontecendo.

Algo que ele não sabia o que era, mas que deixava o ar pesado, melancólico e afetava a ele principalmente, pois de acordo com o que via, os humanos continuavam a fazer o que faziam sem se mostrar impactados com o algo que só o anjo sentia.

Fallin' ↬ Joshua HongOnde histórias criam vida. Descubra agora