33 - Impressionada?

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O tom alaranjado característico de fim de tarde ia pintando o azul do céu.

Joshua e Ayla observavam o pôr do sol sobre a encosta da cachoeira. O anjo sentado, escorado em uma pedra enquanto abraçava a jovem, que se encontrava sentada entre suas pernas e com as costas em seu peito.

- Esse pôr do sol é lindo! Mas por que parece diferente visto daqui?

Ayla falou de repente, tirando o platinado de seus devaneios.

Os dois, depois de alguns beijos e carinhos trocados na beira do riacho, caminharam lado a lado em meio a conversas aleatórias e risos até a base da cachoeira.

A jovem ficava cada vez mais encantada com cada pedaço daquele lugar incrível que descobria e quando o anjo a segurou e voou com ela até alcançar o topo da queda d'água, ela reafirmou o que havia dito anteriormente: poderia totalmente se acostumar com isso.

E desde então, os dois se encontravam ali, ouvindo o som da água correr e cair. Sentindo o vento balançar seus cabelos e vendo o início da noite chegar.

- Ele parece, não sei, maior ou talvez...

Ela encarava o horizonte admirada. Aquelas cores eram tão brilhantes e distintas que parecia que o Criador havia usado o céu como tela e pintado a obra mais magnífica e única que ela já tivera a honra de presenciar.

Era tão bela a imagem que palavras não conseguiriam descrever o quanto. Ela estava sem reação. O laranja era tão vibrante que quando as nuvens brancas corriam sobre ele criavam uma cor ainda mais brilhante, tingindo o céu de um vermelho lindo. Um vermelho nunca visto antes.

O sol, por sua vez, estava enorme. Uma bola laranja, rodeada por uma sombra vermelha. Seus raios eram quase invisíveis, porém presentes. Eram traçados finos e disformes, direcionados nas mais variadas e impensáveis direções.

Sua imponência era tamanha que Ayla achou que nada competiria com sua grandiosidade. E pela primeira vez, em toda a sua vida, ela parou, pensando que se sentia minúscula diante da maravilhosa mãe natureza. E agradecia imensamente pela oportunidade de ver aquela beleza com os próprios olhos.

- ... mais visível. Não sei como explicar ao certo o que estou querendo dizer. Será que você consegue me entender?

- É claro, honey. Mas é só impressão sua. Ele parece assim porque daqui nós o vemos sem nada impedindo. Não há prédios que o escondam ou luzes artificiais que bloqueiem seu brilho natural.

- Então quer dizer que ele é sempre assim, mas que por conta das cidades, seu verdadeiro brilho fica apagado?

- Exatamente. Você está tendo o privilégio de ver a verdadeira e natural obra prima do Criador.

- E estou enormemente agradecida por isso. Realmente é maravilhoso!

- É, sim.

- Você sente falta, não sente? Quando está comigo na cidade, sente falta desse lugar.

- Sinto, mas estar com você vale a pena o sacrifício. Mas também não é como se eu não pudesse vir de vez em quando.

- Como assim?

- Como Escolhidos sentem se seus protegidos estão em perigo, mesmo a longas distâncias, às vezes nós damos algumas escapadas. São raras, porém acontecem. E quando precisamos de um tempo, pedimos que outro Escolhido vigie nossos protegidos nesse meio tempo.

- Como o NichKhun?

- Sim.

- Por falar nele, como ele está? Não o vi mais. Ele mora aqui também? Aliás, onde esse Reino fica?

Fallin' ↬ Joshua HongOnde histórias criam vida. Descubra agora