20 - Jambo Branco

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Ayla estava deitada contra o peito de um rapaz de cabelos platinados, olhos carinhosos e sorriso doce. Um sorriso tão lindo que era de aquecer o coração. A boca pequena, levemente curvada para cima nos cantos, os lábios rosados, o inferior ligeiramente mais carnudo que o superior, eram encantadores. Ela ficou embasbacada com tamanha gentileza e a aparência angelical dele que chegou a riu pela sorte de tê-lo ali com ela.

Ayla se aconchegou ainda mais perto desejando mantê-lo consigo por mais tempo. O perfume de jambo branco* exalando da pele sedosa dele a acalmava e trazia a sensação de familiaridade, de lar, de aconchego e carinho. Ela se sentia protegida junto a ele.

Os carinhos em seus cabelos, a grama verdinha abaixo dela, o vento soprando em seu rosto e a voz melodiosa dele, a fizeram fechar os olhos.

- Pode descansar agora. Eu cuidarei de você.

Ela sorriu e o rapaz selou sua testa com carinho. Entretanto, ela começou a se distanciar dele e...



- NÃO!

Ela resmungou de um jeito bem manhoso e imaturo, sem querer acordar.

O sonho estava incrível e o rapaz tinha uma serenidade que a mantinha cativa, fazendo-a querer permanecer nele, ao lado do ser lindo de cabelos platinados.

- Por favor, fique. Quem é você?

Ayla se virou, tentando voltar a dormir, mas uma forte luz foi registrada pelo seu cérebro sonolento, embora ainda de olhos fechados.

- Droga! Não acredito que deixei a porcaria da cortina aberta, ontem à noite.

Mesmo um pouco irritada, Ayla se recusou a levantar (não queria despertar ainda mais e afastar o seu anjo de sua mente). Inalou profundamente aquele aroma de jambo tão agradável e convidativo, sorriu, suavizando suas feições ao acreditar que estivesse retornando ao reino dos sonhos e se permitiu chegar ainda mais perto do corpo deitado ao seu lado.

A cabeça encontrou lugar no peito firme, a mão sobre o abdômen durinho e um peso envolveu sua cintura, bem como um carinho começou em sua nuca.

Oh! Isso é bom!

Então, quando pensou em dormir novamente, e se deixar ser embalada pelo carinho gostoso e levada para os braços de Morfeu**, sua mente lhe alertou de que algo estava errado.

Rapidamente ela abriu os olhos e se assustou ao notar uma pessoa a apertando. O rosto dele estava desfocado, talvez até distorcido. Ayla, ao tentar se afastar, acabou se enroscando nas cobertas e foi puxada na direção do chão, pela tão conhecida lei da gravidade.

Depois de segundos, ela conseguiu se libertar das mesmas e se pondo em pé, finalmente conseguiu distinguir o rosto do rapaz que "dormia" ao seu lado. Ela ofegou, levou uma mão à boca e com a outra, um pouco trêmula devido ao susto, tocou a bochecha dele, que se mostrou incapaz de reagir.

- Você!? - ela abaixou as mãos, encarou-o séria, depois se afastou, deu um pulo, sorriu e apontou para ele. - VOCÊ! É você mesmo! Meu sonho.

- Ayla? Você está bem? Por que não parece muito com você mesma.

Ela parou e o olhou confusa. Joshua estava perplexo: 1º porque Ayla simplesmente o estava vendo, o que não deveria ocorrer, e pior, sem motivo aparente; 2º ela não falava coisa com coisa para ele.

Fallin' ↬ Joshua HongOnde histórias criam vida. Descubra agora