- ' Sereia; vladimir makarov

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Makarov nunca realmente deu importância para as histórias sobre os supostos "monstros aquáticos". Krakens? Leviatã? Sereias? Tritões? Ele não se importava, mesmo sabendo dos diversos perigos proeminentes de nadar ou navegar nas águas profundas e escuras dos grandes oceanos.

Crescendo e ouvindo histórias - principalmente vindas de pescadores -, a única reação que ele possuíra era uma risada idiota e irônica, que era acompanhada por uma piada qualquer sobre os tais "encontros com sereias e os tais krakens". O homem sempre se recusaria a acreditar em seres metade humanos e metade peixes, ou em lulas gigantes.

Todavia, tais afirmações ficariam reais demais no momento em que colocará os pés no grande barco de madeira escura e maciça - qual levaria a ele e sua tripulação para uma expedição marítima importante.

As primeiras semanas estavam maravilhosas; viviam de enlatados e peixes recém pescados na água salgada, os enjôos marinhos e as quase tragédias onde o grande barco quase virava ao avesso pelas ondas enormes e as fortíssimas tempestades. Isso foi até aquela noite.

Descansando os pés no convés superior do navio, na qual se mostrava ser mais uma noite comum igual a todas as outras que já havia vivido, Makarov exalou a fumaça do charuto caro que pendia entre nós dos dedos. Ele estava entediado.

Não havia nada de novo naquela imensidão azul; apenas água e mais água, com raras tempestades chuvosas naquele período quente que se dizia o verão. Ele não estava só; um marujo qualquer dormia no vigia alto, aproveitando do vento que vinha das grandes velas amareladas.

Um movimento brusco o fez acordar. Existia uma movimentação não tão convencional logo abaixo do navio, as
ondas se moviam de forma brusca; como se houvesse algo provocando os movimentos.

-"Senhor! Há uma movimentação suspeita!"- o garoto jovem berra de onde estava, rapidamente descendo escada a baixo para observar o que quer que fosse que estivesse fazendo a água agir de tal forma. Correndo até a amurada de madeira, ele olhou para baixo, empalidecendo ao fazê-lo.

Vladimir nada disse, apenas se dando ao trabalho de tragar o charuto uma segunda - ou quem sabe quinta - vez. -"Não há nada a se preocupar, паршивец." Ele responde ao adolescente apavorado, deixando a fumaça cinza voar pelos ares.

Independente do que fora dito, um forte baque - extremamente alto - destroçou o mastro traseiro, fazendo estacas de madeira voarem por todos os lados. Lentamente, um, dois, três; - incontáveis tentáculos, como os nórdicos contavam, emergiram da profundeza azul escura. O balanço violento do barco alertou a todos, que saíram de seus quartos para descobrirem o que diabos estava acontecendo.

Uma grande lula se pôs visível diante de todos os homens ali presentes, seus imensos tentáculos arrancando pedaços da madeira e os jogando na água, deixando a todos ali apavorados.

Em um reflexo automático - e tendo lido isso em algum lugar idiota que só servia para passar informações erradas -, Vladimir Makarov sacou um objeto no formato de uma lança perfeita moldada por madeira, tentando lança-la para perfurar o olho do monstro. Uma tentativa inútil. Em menos de uma mísera fração de segundos, ele acabará preso pelo monstro, balançado violentamente antes de ser jogado em meio às profundezas oceânicas. Aquela seria a última vez que ele veria a luz? Ele realmente morreria de forma tão patética? Não. Não poderia ser, certo?

Carregado até a beirada de uma linda praia costeira, o corpo quase morto do homem seria gentilmente colocado encostado a uma grande rocha; a cidadezinha pequena e pacata ao fundo ainda tinha os lampiões apagados pelo anoitecer.

A sensação de algo molhado sendo colocado por cima de seus braços, pernas e rosto forçou Makarov a acordar. Olhando ao redor, a figura feminina e - aparentemente - seminua chamava atenção; os cabelos eram estranhamente chamativos, haviam escamas entre os dedos finos da mão e as unhas se pareciam mais com garras do que qualquer outra coisa.

Ele a empurrou para longe como uma reação assustada, revelando uma posição onde a cauda da mulher brilhava sobre a luz do luar - dourada com escamas coloridas em suas pontas, as quais pareciam ser afiadas. Encarando-a incrédulo, o homem tentou procurar algo para se defender.

"O que diabos é você, девочка?" Pediu o marujo, que notou as folhas coladas em seus braços fortes numa tentativa de estancar o sangramento proeminente na pele.

Ela nada disse, os olhos brilhantes o observavam enquanto se escondia atrás de outra pedra próxima, escondendo principalmente a cauda longa que tinha no lugar das pernas.

Era verdade. Sereias realmente existiam.

Ele bufou, tentando remover todas as folhas que estavam presas em sua pele; o sangue rapidamente voltou a escorrer dos cortes profundos. A mulher apenas o observava enquanto salivava excessivamente, forçando-se a não atacá-lo.

-"O que você quer, mulher?!"- ele pergunta, finalmente focando o olhar nela.

NASCENTE : CALL OF DUTY; one-shot & headcanon PT|BROnde histórias criam vida. Descubra agora