Changing Tides (Larry Stylinson)

Capítulo XIV

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༄｡°

(Louis)

Eu me abrigo na cabine do barco enquanto olho para a água. A cidade inteira parece feita de água hoje. O céu se abriu de manhã, despejando chuva sobre os turistas e sem parar. Tendrils de névoa se enrolam sobre os canais, e tenho certeza de que seremos presenteados com um dos famosos nevoeiros da cidade que envolvem tudo em mistério. Harry vai achar que é mágico.

Meu sorriso é impossível de conter quando penso nele, mas também está tingido com um pouco de preocupação. Saí do trabalho muito mais cedo do que o habitual, o pensamento dele em casa me atraindo como metal para um ímã. Deveria estar na minha mesa, não correndo pela cidade para estar com ele.

Eu amaldiçoo entre dentes e esfrego meu cabelo para trás. O que é isso entre nós?

Acho que não sei mais. Nosso relacionamento mudou no último mês e se tornou algo nebuloso, assim como a névoa lá fora. Quando começou, eu era o homem mais velho que conhecia o mundo e queria mostrá-lo a Harry, o homem mais jovem cheio de curiosidade. Agora, de alguma forma, mudamos, e não sei quando aconteceu, mas ele se tornou o professor enquanto eu me tornei o aluno.

Ele é sábio além de seus anos e um observador nato, provavelmente porque ninguém em sua vida parece ter se importado com ele.

Algo se retorce em meu peito. Desejo tanto por ele. Quero que ele encontre o amor e faça sua própria família. Desejo que ele veja o mundo e todas as suas glórias. Mas em algum momento, esse desejo mudou para incluir a mim nessas visões.

Abro a janela, de repente sem fôlego ao lembrar do dia anterior no estúdio de vidro, quando ele olhou para mim com o pequeno cuco em sua mão. Seus olhos estavam cheios de segredos, e eu queria que ele dissesse as palavras na ponta da língua, mas igualmente, eu estava apaixonadamente aliviado quando fomos interrompidos, e ele recuou.

A coisa toda me deixou com a sensação de ter indigestão.

Meu telefone tocando me distrai, mas hesito em atender quando vejo o nome de Julio na tela. Ele era um grande amigo de infância. Brincávamos juntos e, mais tarde, quando éramos jovens, caçávamos a cidade como versões modernas dos nobres que faziam de Veneza sua diversão há tantos anos.

No entanto, nos últimos anos, ele tem me deixado desconfortável. Seus abraços são muito apertados, seus olhos muito ávidos. Com um palavrão, clico para atender.

"Julio", eu digo.

"Olá, estranho", vem sua voz rica e baixa. "Você poderia me enviar uma foto sua para que eu possa me lembrar de como você é?"

"Ah, não é assim", eu digo, rindo aliviado. "Eu tenho estado ocupado."

"Ah sim. Liam me contou. Quem é ele?"

"Ele é o Harry", eu digo simplesmente, seu nome explicando tudo. Mas o silêncio do lado de Julio me diz que ele quer saber mais. "Eu o conheci em Maiorca. Ele está ficando comigo enquanto conhece Veneza."

"Por um mês? Não é uma cidade tão grande, Louis."

"Liam tem falado."

"Ele gostou dele. Disse que ele era engraçado e uma boa pessoa."

"Ele é", eu digo.

"Você confia demais, Louis."

"Eu não acho que isso é verdade", eu digo, lembrando das palestras de minha mãe sobre o quão cínico eu me tornei.