Capítulo III

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༄。°

(Louis)

Vejo-o quando viro para o pátio do hotel. Ele está esperando junto à porta, uma figura chamativa com um par de shorts caqui e uma camiseta vermelha brilhante, os sempre presentes chinelos cor-de-rosa em seus pés. Seus cachos volumosos caem sobre seu rosto bonito, e há uma evidente empolgação nele.

Estou sorrindo antes mesmo de perceber. Há algo em Harry que me faz sorrir. Ele é uma mistura engraçada de energia e desajeitamento, e por baixo há uma veia dourada de bondade da qual acredito que ele não está ciente. Ele vê o mundo de maneira muito diferente de mim, e é fascinante. Lembro-me dele agachado perto do gatinho, mão estendida. Até o gato sentiu a gentileza nele.

Estaciono ao lado dele, e ele olha para cima e sorri, mostrando dentes brancos em uma face magra. Covinhas se estendem por suas bochechas como uma pequena vírgula. Estavam lá na primeira vez que o vi no saguão falando firmemente com os meninos mimados – um toque de travessura.

Foi um impulso que me fez convidá-lo para jantar. Eu pretendia repreender Felipe e fazer com que dessem ao garoto uma refeição gratuita, mas então olhei nos seus olhos verdes calorosos e me vi convidando-o. Depois, aumentei minha tolice ontem e pedi para ele ficar a semana toda.

Não me arrependo desse impulso, e não tenho certeza por quê. Não conduzo minha vida por impulsos. Já vi os efeitos desastrosos disso na vida do meu pai. A minha é sempre calma e ordenada. Do jeito que eu gosto.

Ao perceber que ele está me esperando, estendo a mão e abro a porta, e ele sorri.

"Bom dia", ele diz, entrando no Jeep e trazendo consigo o cheiro de protetor solar de coco e o frescor do sabonete do hotel. Penso na cesta que mandei para o quarto dele. Isso me fez mais feliz do que quando compro presentes caros para os homens que passam pela minha vida.

"Bom dia", repito. Quando ele me entrega uma sacola, pergunto: "O que é isso?"

"Um presente." Ele prende o cinto de segurança. Fico olhando para a sacola confuso, e ele ri. "É minha contribuição para a Operação Descontração. Um novo conjunto de roupas para você." Ele faz uma pausa e diz com voz de Spock: "É a vida, Jim, mas não como você conhece."

Olho para dentro da sacola e vejo um monte de roupas. "Harry, você não deveria ter comprado nada para mim." Na minha mente, está o fato de que ele está muito obviamente com pouco dinheiro.

Ele balança a cabeça. "Guarde seus agradecimentos até ver o que comprei para você. Você vai parecer bem diferente do seu elegante eu habitual."

"Elegante? Você está me fazendo parecer James Bond."

"Então você pode me dar um tapa e me chamar de Miss Moneypenny."

Ele fica instantaneamente vermelho brilhante, e não consigo conter o riso. "Acho que seus devaneios privados deveriam ser mantidos para você mesmo."

"Cale a boca", ele murmura. Até as pontas de suas orelhas estão vermelhas.

Sorrio para ele e volto ao tópico de maior preocupação. "Você não deveria ter gastado dinheiro comigo", protesto.

Ele ergue a cabeça e estreita os olhos para mim. "Posso gastar meu dinheiro onde quiser", diz ele, com um tom de advertência na voz.

Assinto, respeitando seu orgulho. "Claro", concordo. "Você sabe melhor." Adiciono humildemente: "Miss Moneypenny." Seu olhar me faz rir, e estendo a mão para desligar o motor. "Vou estacionar o Jeep, trocar de roupa e depois estaremos prontos para o nosso trabalho hoje."

Changing Tides (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora