Changing Tides (Larry Stylinson)

Capítulo II

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༄｡°

(Harry)

Quando ele se vai, o pânico se instala. "Vou sair com ele e não tenho nada para vestir", eu digo em voz alta.

A absurdidade do que acabei de dizer me sacode de volta à realidade. Ele provavelmente não perceberia se eu usasse um fio dental, um snorkel e nadadeiras para o almoço. Tenho quase certeza de que estou bem fora do seu tipo habitual.

Em vez de me entristecer, o pensamento me estabiliza. Ele está me levando para sair porque está entediado, e eu despertei seu interesse de alguma forma. Eu o divirto.

"Como um bobo da corte", eu digo para o quarto vazio e depois balanço a cabeça. "De jeito nenhum vou usar sinos nas minhas roupas."

Olho para baixo e vejo meu conjunto de shorts amarelos e uma camiseta listrada. Nenhum dos itens foi feito para combinar, mas terão que servir. Passo uma escova no meu cabelo, que imediatamente toma seu próprio caminho, como tem feito desde que nasci. Movo os dedos dos pés nas sandálias e reviro os olhos. "Ele terá que me aceitar como eu sou", eu digo em voz alta.

Vejo Louis assim que saio do elevador. Ele está segurando vários arquivos e cercado por um grupo de quatro pessoas, todos pendurados em cada palavra que ele diz. Eu hesito e depois me sento em um dos sofás coloridos espalhados pelo saguão. Pego uma revista e folheio, mas a abandono para olhar pelas enormes janelas da frente. Jardineiros estão ocupados sob um céu tão azul quanto uma centáurea. O sol brilha e há o som constante de aspersores borbulhantes.

Voltando ao saguão, observo Ava, a recepcionista, passar por mim para anotar o pedido de bebida de um casal que está sentado em um sofá próximo. Ah, Ava. Outra alegria das minhas férias em Maiorca. Se eu tivesse alguma vez desejado ter a invisibilidade como meu superpoder, isso teria se tornado realidade nessas férias. Parece incapaz de me ver, não importa o quanto eu tenha tentado chamar sua atenção. Apostaria que, se eu ficasse nu e dançasse tango na frente dela, ainda olharia por cima da minha cabeça como se estivesse procurando algo mais interessante no horizonte.

Tem sido assim desde o início das férias. Tenho quase certeza de que o check-in não deveria levar uma hora. Se Owen não tivesse entrado com nossas malas, eu provavelmente ainda estaria em pé no saguão.

Sentindo-me corajoso porque Louis está aqui, levanto uma mão e aceno para ela. "Com licença", eu digo, odiando a hesitação na minha voz. "Posso pedir uma bebida, por favor?"

Não há resposta. Honestamente, neste ponto das férias, eu teria desmaiado se ela sequer me tivesse reconhecido, quanto mais me trazido uma bebida. Tento outro aceno, mas não adianta.

Neste momento, Louis olha ao redor. Quando me vê, sorri, e o poder disso me faz piscar. Mas não tenho muito tempo para apreciá-lo. Seu olhar percorre Ava passando por mim com o nariz empinado enquanto eu fico lá com a mão erguida como se estivesse chamando um ônibus, e sua expressão fica sombria. Ele diz algo ao homem na sua frente, entrega os arquivos, e se aproxima de nós.

Ava deve sentir uma perturbação na força, porque ela se vira e empalidece quando vê Louis parado lá.

"Oh, bom dia, senhor", ela diz, levantando uma mão para arrumar seu penteado já imaculado. Eu a olho com inveja.

"Bom dia", diz Louis, sua expressão ainda sombria. "O que está acontecendo aqui? Esse jovem estava tentando chamar sua atenção."

"Oh." Ela finalmente olha para mim. "Desculpe muito. Não vi o cavalheiro."