Nathan
Pedi a David que levasse Ana para fazer uma faxina no apartamento de Katherine assim que
cheguei ao escritório.
As reuniões ao longo do dia foram tediosas. Não conseguia me concentrar em nada. O homem
possessivo dentro de mim estava a mil, e louco por uma briga com o cara do comercial. Ninguém
pode tocar nela a não ser eu. Estou furioso com isso. Ela fez um comercial e sequer me comunicou.
Agora ela tinha que ter mais responsabilidade, pois estava com meu filho em seu ventre, e teria que
ter cuidado redobrado.
Saí do trabalho às 17h30 e sabia que Katherine provavelmente já estaria em casa. Liguei em seu
celular, mas chamou até cair na caixa postal.
Peguei meu carro na garagem e dirigi até a casa. Precisava preparar o jantar para a Katherine.
Vou conquistar essa mulher pela barriga, já que não dá de outra forma. E agora com ela grávida, será
muito mais fácil conseguir desse jeito. Tenho certeza que ela terá desejos.
Cheguei a casa, tirei o terno e joguei-o sobre o cabide no quarto, arregacei as mangas da camisa
social e fui para a cozinha. Abri a geladeira. Ana havia adiantado o jantar simples que sempre peço
para ela fazer. Encontrei as coxas de frango mergulhadas no vinho em uma tigela de vidro, como pedi
que ela deixasse hoje mais cedo. Coloquei o avental. Farei um jantar francês. Este será especial, pois
receberei em meu apartamento a mãe do meu filho. Comecei pela sobremesa: peguei ovos, chocolate,
manteiga, açúcar e farinha de trigo, e preparei um Petit Gateau. Ficou pronto enquanto eu preparava
o Coq Au Vin, que é um frango ao vinho tinto divino, um dos pratos mais tradicionais da culinária
francesa. Especialidade do chef francês da minha mãe. Foi com ele que aprendi a receita.
Peguei as coxas de frango da geladeira e tirei-as de dentro do vinho, fritei rapidamente e
reservei. Preparei o molho e deixei cozinhando enquanto ia tirando a roupa pela casa para tomar um
banho. Logo mais a minha amada Katherine estaria aqui.
Entrei no banho de água morna e abaixei a cabeça, sentindo a água bater em minha nuca. Eu
realmente estava louco por essa mulher, ainda mais por trazê-la em meu apartamento. Nunca trouxe
ninguém para cá. Comprei-o depois que Jéssica foi embora, e de lá para cá só tive mulheres por uma
noite, e ficava com elas em um motel.
Terminei meu banho e me vesti com uma calça jeans, camiseta azul e um tênis. Entrei na cozinha e
o cheiro estava maravilhoso. Peguei os pratos e talheres e levei para a mesa na sala de jantar.
Preparei tudo para dois e acendi as velas sobre o castiçal. Será um jantar romântico.
Após a mesa arrumada, voltei à cozinha. O molho estava pronto, mergulhei o frango nele e deixei
esfriando. Olhei no relógio: em poucos minutos ela estaria ali, tocando minha campainha. Eu estava
mais nervoso que um adolescente em seu primeiro baile no colegial.
Entrei na cozinha, tirei o Petit Gateau de dentro do forno, desenformei-os e os deixei no
microondas. Preparei uma salada leve de alface, tomates, queijo e azeitonas.
A campainha tocou, olhei no relógio é eram 20h15. David é pontual, e ela também. Passei pelo
hall de entrada do apartamento, me olhei no espelho, arrumei o cabelo e abri a porta. Katherine
estava ali, toda de preto, com um casaco muito parecido com o que ela havia usado em nossa
primeira noite, e os saltos.
– Boa noite. – Falou sorrindo.
– Boa noite. – Respondi.
– Vai me deixar entrar? – Ela perguntou arqueando uma sobrancelha.
– Oh! Desculpe. Sim, por favor.
Dei espaço para ela passar. Seus saltos faziam um barulho sexy no piso de mármore. Sorri.
Ela se virou, sorrindo.
– Então é aqui que se esconde.
– Sim, aqui. – Respondi sorrindo, me aproximando e dando-lhe um beijo nos lábios.
– Nathan... – Sussurrou entre o beijo. – Eu vim aqui para jantar com você. – Seus olhos
encontraram os meus.
– Eu sei, mas nada me impede de beijar seus lábios. – Sorri, indicando para onde ela deveria ir. –
Quer beber algo antes de jantarmos?
– Sinceramente?
– Sim.
– Estou com fome, muita fome. – Ouvi-a falar e sorri.
– Ótimo, me acompanhe. – Levei-a para a sala de jantar que ficava no ambiente seguinte.
– Um jantar à luz de velas... – Escutei-a sussurrar.
Indiquei onde ela deveria ficar e puxei a cadeira para ela. Katherine sentou-se.
– Eu já volto. – Fui à cozinha, montei o prato com a salada e já deixei também pronto o outro
prato com o Coq Au Vin. Voltei com um prato em cada mão.
– Nossa entrada é uma salada simples e vinho. Um pouquinho de vinho não fará mal ao bebê.
Nosso jantar terá um tradicional prato francês. – Coloquei o prato em sua frente e sentei-me. – Bon
apetit.
– Bon apetit. – Ela sorriu e começou a comer sua salada. Realmente ela estava com fome. Em
poucos minutos, já havia devorado. – Não sou muito fã de salada, Nathan, mas vou lhe dizer, está de
parabéns.
– É a fome. – Sorri, olhando-a.
– Talvez.
Vi-a corar.
– Desculpe. – Falei.
Não, tudo bem. Desde que me descobri grávida, tenho comido aos montes. Tudo o que comia
antes, mas agora em maior quantidade. E parece que nunca estou saciada.
– Eu entendo bem sobre isso.
– Como pode entender? Nunca esteve grávido.
Tive que sorrir com esse comentário.
– Não, mas sei ler. E tenho lido bastante desde a sua consulta. – Vi-a sorrir e beber um gole de
vinho.
– Obrigada. – Ela agradeceu.
– Ainda nem provou o melhor e já está agradecendo. Um minuto e já volto.
Ela assentiu e fui à cozinha. Trouxe os pratos que já havia deixado prontos e coloquei o dela em
sua frente.
– Aprecie, é um Coq Au Vin. Para que possa entender melhor, é um frango marinado ao vinho tinto
com um molho especial, e para acompanhar um arroz branco.
– O cheiro é maravilhoso. – Ela sorriu e começou a comer. Em sua primeira garfada, disse: –
Hm! Divino!
Sorri feliz por ela ter gostado. Em alguns minutos, tinha devorado as coxas de frango.
– Fico muito feliz que aprecie comer bem. A maioria das mulheres com quem saí mal comiam
uma folha de alface, para não estragar a beleza.
– Eu não sou a maioria. – Katherine, sendo Katherine. – E realmente estava maravilhoso. Se for
possível, gostaria de repetir. Não que eu esteja com muita fome ainda, pois não sou esfomeada, mas é
que tem uma pessoinha aqui dentro querendo mais.
Sorri.
– Eu lhe entendo e sei que a quantidade que come é muita. Mas pense o seguinte: não poderá
engordar mais que 12 kg, para não sofrer depois a voltar à forma que tem hoje. Vou buscar mais.
Peguei seu prato e fui à cozinha. Rapidamente servi mais arroz e frango e voltei à sala de jantar.
Ela sorriu, seus olhos brilhando.
– Coma, nada lhe impede. Meu filho está pedindo, coma o quanto quiser.
Ela me olhou enquanto ficava vermelha de vergonha.
– Não se envergonhe, é mais que natural. Você está grávida e pode pedir o que quiser, que lhe
darei.
– Cuidado, Nathan, pois posso pedir seu sangue. – Ela falou e senti a ironia em sua frase.
Voltamos a comer.
– Darei com prazer. – Respondi sorrindo, enquanto dava uma garfada em meu frango.
Comemos em silêncio. Após o jantar, levei-a para a sala de estar e sentei-a no sofá. Fui buscar o
Petit Gateau e entreguei um prato menor em sua mão.
– Experimente, é maravilhoso. – Falei e comi um pouco do meu. Ela sorriu e provou. Vi-a fechar
os olhos e apreciar.
– Delicioso!
Comemos em silêncio, peguei seu prato e levei para a cozinha. Quando voltei para a sala, sentei
na poltrona.
– Obrigada pelo jantar, Nathan. Estava tudo maravilhoso. Parabéns, você cozinha divinamente.
– Obrigado pelo elogio.
– Nathan, agora é sério, precisamos conversar. Hoje mais cedo quando estava com a Amanda, ela
começou a tirar conclusões sobre minha gravidez, e vai chegar uma hora que não poderei mais
esconder.
– Vamos esperar mais um pouco. Após o Ano Novo, vamos nos sentar com meus pais e
contaremos que você está grávida de um bebê meu.
– Ah, amanhã à tarde pegarei um voo para Milão. Vou gravar um comercial para um perfume da
Carolina Herrera e devo voltar no sábado pela manhã.
– Você não pode viajar grávida. – Olhei-a sério.
– Posso sim. Não dá para notar, e nada irá acontecer, sou muito responsável e sei cuidar da minha
vida.
– Mas agora tem outra pessoa para se responsabilizar. Tem um bebê meu e seu aí dentro. –
Apontei para sua barriga, e ela, creio que instintivamente, levou a mão ao ventre.
– Não brigue comigo, já fechei o contrato e terei que ir. – Percebi sua voz chorosa. Ah, os
malditos hormônios da gravidez. Me esqueci completamente deles.
– Não estou brigando, só peço que pense mais antes de fechar contratos em outros países. Em
alguns meses terá um bebê para cuidar.
Eu estava sendo grosso e já havia percebido isso. Ainda mais quando vi seus olhos se encherem
de lágrimas. Aproximei-me e a abracei.
– Me desculpe. Fui grosso, eu sei, mas só quero seu bem e do nosso bebê.
– Eu sei.
Limpei uma lágrima que desceu por sua bochecha.
– Katherine, eu sei que pode parecer clichê, mas eu gostaria de fazer parte da vida do nosso bebê
com você.
Minha mão desceu ao encontro da mão dela que ainda estava sobre seu ventre.
– Quero vê-lo chorar pela primeira vez quando nascer, ver nascer seu primeiro dente, desejo vê-
lo dar seus primeiros passinhos, e quero ensinar futebol. Permita-me cuidar de você e proporcionar
uma vida melhor para os dois.
– Nós...
Coloquei o dedo em sua boca.
– Espere, escute primeiro. Eu sei que vai me dizer que a carreira de modelo está indo bem, que
está ganhando dinheiro, e isso e aquilo. Não vou impedi-la de continuar trabalhando, mas tem que
primeiro pensar nesse pequeno pedaço de nós que você carrega, antes de aceitar qualquer trabalho.
Não quero ver você estressada por não suportar mais as câmeras à sua frente, pois isso vai acontecer
qualquer hora dessas. Katherine, eu sei que o que falei foi feio e errado, ao duvidar da paternidade
deste bebê, mas eu estava em choque.
– Isso...
Interrompi-a.
– Eu sei, nada justifica o que eu falei, e sei também que você ainda não me perdoou. Deixe-me te
mostrar que posso ser o homem da sua vida, o pai maravilhoso que esta criança merece. O marido
que você merece ter. Por favor.
Segurei seu rosto em minhas mãos e olhei-a nos olhos.
– Nós nascemos um para o outro, Katherine, e por mais que a forma como nos conhecemos esteja
sempre presente em nossas memórias, eu jamais a tratei como uma acompanhante de luxo. Você me
deu um presente valioso, sua virgindade, quando poderia ter saído correndo daquela suíte naquela
noite. E agora está me dando outro presente mais que valioso, o nosso bebê. – Agora as lágrimas no
rosto dela caíam como chuva, uma atrás da outra. – Não chore, meu amor. Eu só quero te dar tudo
aquilo que você merece.
– Tudo bem.
Vi um sorriso fraco. Meu coração quase parou com o seu “tudo bem”. Será que ela estava
aceitando aquilo que eu queria oferecê-la? Meus pensamentos se tornaram dela desde a primeira
noite. Quando fui à Londres e passei quase dois meses por lá, percebi que necessitava vê-la, não
para dormir com ela, apenas para admirá-la. O tipo de beleza que não é toda mulher que tem, o lindo
rosto de menina com uma alma de mulher decidida. Apenas com 18 anos e já passou por tanta coisa.
Mas uma coisa não saía da minha cabeça: por que ela tinha entrado no ramo da prostituição?
Eu não podia evitar perguntar, claro. Com aquilo dando voltas e voltas em minha mente.
– Katherine, vou lhe fazer uma pergunta e quero que seja sincera em sua resposta, sem mentir. –
Ela assentiu. – Por que resolveu ser acompanhante de luxo?
– Você já me perguntou isso antes, lembra? Por que está perguntando de novo?
Ela levantou-se ao mesmo tempo em que falava. Seu humor mudou de chorosa para raivosa. Os
hormônios da gravidez ainda vão me deixar louco.
– Eu sei que perguntei, mas só queria entender alguns fatos. Por exemplo: você era virgem,
Katherine, e poderia ter esperado pelo cara e o momento certo. Eu necessito entender para tirar isso
da minha cabeça.
– Se eu lhe contar, promete que não fará nada a respeito?
O que ela queria dizer com isso?
– Como assim? – Perguntei.
– Prometa.
– Ok, eu prometo.
– Foi minha mãe. – Falou tão baixo que quase não ouvi.
– Como? Repita de novo, para eu ver se entendi direito.
– É isso mesmo que você ouviu, foi a minha mãe.
Ah, meu Deus! Levantei e comecei a andar de um lado para o outro, passando a mão na cabeça.
– Como assim, Katherine? Você está querendo dizer que sua mãe é uma aliciadora de menores
para o mundo da prostituição? Isso é crime. Aqui nos Estados Unidos e em qualquer lugar do mundo.
Ela sentou-se no sofá novamente.
– Ela chegou um dia em casa, falando que estava cansada de trabalhar e que eu teria que arrumar
um trabalho. Expliquei que poderia trabalhar como garçonete em algum lugar para ajudar com as
despesas, mas ela veio com uma história de que as contas estavam atrasadas e que precisava de
dinheiro rápido. E só havia uma forma de conseguir dinheiro rápido comigo: fazendo com que eu
entrasse no mesmo ramo que ela. Minha mãe é prostituta desde que eu me entendo por gente.
Morávamos em Nova Jersey e nos mudamos para cá quando eu era pequena. Desde que chegamos,
ela me fez estudar e estudar, até conseguir uma bolsa no The Collegiatte School, por ser perto do
apartamento onde ela mora.
– Deus, Katherine! Você não devia ter entrado nesse meio, nem por você, nem por sua mãe, nem
por ninguém.
– Eu sei, mas ela jogava na minha cara que sempre fez tudo por mim, que se ela se deitava com
outros homens era por minha causa, que fazia aquilo para me sustentar. E foi aí que depois de muita
persuasão eu aceitei, e ela me levou para fazer as fotos que você viu no site. Foi uma tarde inteira de
fotos, e o fotógrafo me comendo com os olhos.
– Depois de mim, quantos clientes mais você teve? – Eu não podia evitar perguntar.
– Apenas um, e foi na manhã seguinte à nossa noite juntos.
– E se eu não estiver incomodando, posso perguntar se ele fez algo realmente ruim a você?
– Não totalmente ruim, ou melhor... Sim, foi ruim sim. Assustei-me bastante e não pretendo que
aquela cena se repita.
– O que ele fez com você, Katherine? – Se ele a machucou, eu vou caçá-lo até no inferno, para
fazê-lo conhecer a minha ira.
– Ele... ele...
Ela começou a gaguejar.
– Ele o quê, Katherine? Ele te bateu? É isso?
Também. – Ela respondeu baixinho.
– Também? Como assim também? Por Deus, fale logo, o que mais ele fez com você, Katherine?
– Ele me amarrou, e causou dor ao meu corpo. Eu creio que por estar pagando, ele achou que
poderia usufruir como quisesse. Eu tive nojo de tudo aquilo que ele fez com meu corpo. Quando
estive com você... – Ela fez uma pausa olhando para o lado, e vi seus olhos brilharem, quase
chorando novamente. – Foi diferente. Você me tratou bem e cuidou de mim de alguma forma. Com ele
não, foi mais como se... – Vi-a abaixar a cabeça e olhar para as mãos. – Ele realmente me tratou
como uma prostituta, aquela que deveria ser apenas utilizada como se fosse uma boneca, o tipo que
não sente dor ou prazer.
Sua voz saiu baixa e vi um soluço escapar de seus lábios. Me aproximei e abracei-a.
– Calma, meu amor.
– Eu não queria. Falei para minha mãe que estava cansada, pois havia acabado de passar a noite
inteira acordada. – As lágrimas desciam por seu rosto, seu nariz estava vermelho.
Levantei e saí brevemente, peguei uma caixa de lenços de papel e entreguei a ela.
– Eu estava exausta, mas ela disse que não tinha como desmarcar, porque ele estava esperando na
sala da nossa casa. Eu fui... Eu só queria que tudo acabasse o mais rápido possível. Depois ele me
deixou em casa, e queria meu número particular, pois havia combinado o programa pelo número de
telefone da minha mãe. Mas não lhe dei, pois não queria vê-lo nunca mais na minha vida.
Ela assoou o nariz e sorriu sem graça.
– Desculpe.
– Tudo bem, meu amor. Qual o nome dele?
– Thomas.
– Thomas de quê? – Perguntei.
– Thomas Reyes.
Oh, merda! É o meu diretor de marketing. Como o mundo pode ser tão pequeno?
O mundo estava conspirando para eu encontrá-la, isso agora eu tinha certeza, só havia esse
motivo, pois se eu não a tivesse contratado naquela noite, Thomas talvez em algum momento falaria a
respeito dela, e eu iria conhecê-la de alguma forma.
– O que foi? Falei algo que não devia?
– Não, não é nada.
– Tem certeza? – Ela me olhava como se me analisasse.
– Sim, tenho, Katherine. Eu quero te conhecer melhor, saber das coisas que gosta.
– Eu vou dormir aqui? – Ela perguntou.
– Se quiser, sim.
– Sim, eu quero. Tem alguma coisa que eu possa vestir para ficar mais confortável?
De onde saiu essa Katherine atrevida? Ela estava se revelando. Será culpa dos hormônios da
gravidez?
– Tenho diversas camisas e cuecas boxer de todos os tipos.
– Ótimo. Gostaria de tomar uma ducha e mudar a roupa, se for possível.
Sorri e me levantei, estendi a mão e ela pegou. Andamos pelo corredor rumo ao quarto. Parei em
frente à minha porta e coloquei a digital no dispositivo da fechadura. A porta abriu e entramos.
Kate
O apartamento dele era divino. A sala muito elegante não tinha TV, mas tenho certeza que, num
apartamento deste tamanho, deve haver uma sala só para assistir TV. As janelas davam uma vista
direta e linda para o Central Park.
O jantar foi maravilhoso. Nathan é um fabuloso cozinheiro, e quero que ele cozinhe mais vezes
para mim. Nesta noite confessei coisas que não deveria para o Nathan, abri meu coração. E eu não
podia deixar de contar nada, ainda mais quando ele começou a perguntar. Se formos ter um bebê
juntos, precisamos ser claros como água um com o outro. Eu estava decidida a fazer esse
relacionamento dar certo de alguma forma. Se não desse certo entre nós como casal, poderíamos
fazer funcionar como pais civilizados que iriam dividir a guarda de um bebê.
Decidi dormir no apartamento dele naquela noite, pois ele já dormiu várias noites no meu. Após
nossa conversa, me levou ao seu magnífico quarto. Ele tinha uma fechadura que precisava de sua
digital para abrir. Seu quarto é tão precioso assim, que ele não queria ninguém entrando ali?
– Vou deixar você tomar um banho e já volto. Vou organizar a cozinha.
– Precisa de ajuda? Posso tomar banho depois.
– Não. Pode tomar seu banho, sossegada. Já volto.
Ele me deixou sozinha em seu quarto enorme. Eu poderia dizer com toda certeza que caberia meu
apartamento todo aqui dentro. Todo o quarto era branco, preto e outros tons de cinza. Havia quatro
quadros na parede, dois em cada lado da cama. Eram quadros de arte. A cama dossel era branca e
ficava bem no centro. Ao me aproximar percebi que era de madeira. Toquei com os dedos uma das
cortinas brancas que envolviam a cama e o tecido era de linho com seda preta nas pontas. Divino ao
toque. Duas poltronas estavam no canto do quarto, ambas em tons de preto. Nathan devia amar essa
cor, ou eu poderia dizer que era o fato dele ser um homem solteiro que o fazia ter cores assim em sua
casa.
Comecei a observar cada detalhe de seu quarto. Entrei no closet e busquei por suas cuecas. Seu
closet é extremamente arrumado e organizado por cores. Incrível como um homem pode ser tão
organizado. Achei sua gaveta de cuecas e tirei uma preta, localizei uma camisa de moletom cinza e
após pegá-la, entrei no banheiro.
O banheiro com azulejos brancos e pretos era lindo, uma banheira com hidromassagem enorme que caberia umas quatro pessoas tranquilamente. Tirei minha roupa e entrei no chuveiro, não queria
me demorar. Tomei uma ducha rápida, sequei meus cabelos com uma das toalhas disponíveis,
coloquei a cueca dele que ficou como um shortinho em mim, e a blusa de moletom por cima. Saí do
banheiro e entrei em seu closet novamente, peguei um par de meias cinza e calcei-as.
Abri a porta do quarto e saí. Andando encontrei fotos da família dele nos quadros pendurados ao
longo do corredor, fotos das gêmeas, da senhora King e do senhor King. Eles cinco na praia, uma
família feliz. Eles eram pessoas maravilhosas. Espero que Amanda e Alice não fiquem chateadas
comigo por eu ter escondido isso delas.
Depois de alguns minutos de procura achei o caminho para a cozinha, e o encontrei guardando as
taças.
– Oi. – Falei ao entrar na cozinha.
– Oi. – Ele sorriu. Deus, ele tinha um sorriso lindo e encantador. Aproximei-me do balcão que
havia no meio da sua cozinha branca e me sentei sobre ele.
– Precisa de ajuda com algo? – Perguntei.
– Só se quiser me ajudar a tirar a minha roupa e me banhar.
– Eu adoraria. – Falei atrevidamente.
– Katherine... – Ele sorriu e se aproximou, ficando entre minhas pernas e colocando as mãos em
minha cintura. – Se alguém nos visse agora, diriam que somos um lindo casal de recém-casados
felizes.
– Quem sabe um dia... – Respondi sorrindo, enquanto levava minha mão ao seu rosto e o puxava
para um beijo.
Ele me puxou mais para a ponta do balcão e senti sua ereção. Sua mão enganchou em minha
cintura e agarrei-o com as pernas.
– Me leve para o quarto e me faça esquecer todo e qualquer problema que temos um com o outro.
Você sabe como fazer isso. – Falei entre nosso beijo.
Ele me segurou e andamos pelo seu apartamento rumo ao quarto. Esta noite eu seria dele e ele
seria meu, somente meu...
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CONTOS DE LUXO❤
Short StoryAté que ponto uma mãe pode chegar para ter uma vida Boa. Vamos descobrir o que a mãe de Katharine vai fazer😏