Kate
Deus! E agora? O que vou fazer? Amanda me abraçava toda feliz, como se isso fosse a melhor
notícia do mundo.
– Senhorita Watson, eu sinto muito, mas precisarei passar essa notícia para a direção da escola.
– Eu entendo, mas por favor, deixe que eu mesma conto. Lhe agradeceria se pudesse fazer isso.
– Vou permitir que você mesma conte. – A enfermeira falou e nos liberou. Amanda estava toda
sorridente.
– Amanda, por favor, não conte a ninguém ainda.
– Nem para a Alice?
– Nem para a Alice, por favor.
– Tudo bem, Katherine. Se você quer assim...
– Obrigada.
Voltamos para a sala e assistimos às últimas aulas. Eu estava calada, pensando em um monte de coisas, e a principal delas é como falaria para o Nathan sobre isso. Na saída da escola me despedi
de Amanda e Alice e resolvi enviar uma mensagem para Nathan.
Nathan boa tarde. Preciso ver você ainda hoje, se possível agora. É URGENTE! Bjus.
Katherine
Caminhei até meu apartamento, e assim que entrei em casa o meu celular vibrou.
Ainda estou no escritório. Mandarei David buscá-la. Esteja pronta em 15 minutos.
Respondi com um simples ok. Fui tomar um banho e me vestir adequadamente, pois se ele estava
no escritório, imagino que seja um lugar bem luxuoso. Vesti uma meia calça preta, botas de salto e
cano longo, um vestido de lã preto com pequenas listras de tom cinza, boina de lã e um cachecol,
pois lá fora estava frio. Ouvi uma buzina e olhei pela janela: era o BMW do Nathan. Peguei minha
bolsa, desci e entrei no carro.
– Boa tarde, David. Como vai?
– Boa tarde, senhorita Watson. Muito bem, obrigado por perguntar.
– De nada.
O resto da viagem foi silenciosa. Alguns minutos mais tarde, eu estava de pé em frente a um
edifício enorme, quase um arranha céu, com vidros espelhados. Olhei para cima e fiquei tonta por um
instante. Passei pela porta de vidro giratória e encontrei a recepcionista.
– Por favor, o senhor King.
– Um minuto, senhorita...? – Seu tom era de pergunta.
– Watson. Senhorita Watson.
– Ok. Um momento.
Ela ligou e logo depois sorriu, me indicando a direção dos elevadores. Assim que saí do
elevador, Nathan estava na porta de uma sala com os braços cruzados. Ele sorriu e me chamou com a
mão. Andei até ele e entramos na sala. Logo que fechou a porta, me atacou com um beijo daqueles.
Minhas mãos foram involuntariamente aos seus cabelos, suas mãos à minha cintura, grudando seu
corpo ao meu.
– Precisamos conversar Nathan. – Falei entre o beijo.
– Eu sei... – Ele se afastou um pouco, mas ainda permaneceu com o braço em minha cintura. – A
que devo a honra de sua visita? Me disse que era urgente.
– Sim, é.
– E sobre o que seria? – Seu tom era sexy. E minhas pernas estavam a ponto de falharem.
– Nathan... – Comecei a falar.
– Sim. – Seus olhos estavam em minha boca.
– Nathan, eu estou grávida! – Falei rapidamente antes que perdesse a coragem. Ele se afastou de
mim, como se aquilo o tivesse queimado e me deu as costas.
– Como assim grávida? E quer dizer que o bebê é meu?
Vi-o passar a mão pelos cabelos.
– Sim! O bebê só pode ser seu. – Respondi. Ele virou-se e seu rosto estava sombrio.
– Você é uma prostituta, Kate! O bebê pode ser de outro. Não tem vergonha de dizer que esse
bebê é meu? – Ele vociferou.
– Nathan... – Minha voz agora era quase um sussurro. – Você não deveria falar assim comigo.
– Por Deus! Você fica grávida e joga essa bomba para cima de mim? – Ele me olhava com os
olhos apavorados. – Acha que eu sou idiota, Kate?
– Você sabe que meu nome não é Kate. Meu nome é Katherine.
– Que seja! Está grávida de quanto tempo?
– Ainda não sei.
– E como diabos você sabe que está grávida? Se nem sabe de quantos meses está! – Sua voz era
firme e estava quase gritando.
– Fiz um teste de farmácia. – Respondi
– Que não dá 99% de certeza.
– Tudo bem. Eu farei um exame de sangue então, já que não acredita em mim. – Olhava para ele,
que agora andava de um lado para o outro. Estava perturbado, acho que tão perturbado quanto eu.
– Você tem certeza que é meu?
– Nathan... Você foi o primeiro com quem dormi, e o único com quem aconteceu da porra da
camisinha estourar, e também houve aquela vez no escritório da boate. E houve outras vezes... – Falei
quase gritando, quase a ponto de deixar as lágrimas rolarem por meu rosto. Eu estava assustada com
isso tanto quanto ele.
– Eu me lembro da camisinha estourar, lembro-me do que fizemos no escritório, e você ainda
falou que não aconteceria na primeira vez, lembra?
– Ainda não sabemos se foi na primeira, certo? Não diga mais nada, eu só achei que você
gostaria de saber se houvesse um bebê seu a caminho. – Falei calma, olhando-o. Mas o que eu
realmente queria era gritar que a culpa era dele. Que tudo aquilo era culpa dele. – Agora eu vou
embora, porque tenho algumas coisas para resolver. – Segurei minha bolsa e dei-lhe as costas.
– Katherine, espere! Precisamos sentar e conversar.
– Eu sei que precisamos, mas não será agora. Tenho que trabalhar. Tenha um bom dia! – Saí da
sala dele, caminhei até o elevador e apertei para o térreo. As portas começaram a se fechar, mas uma
mão não permitiu, e então as portas se abriram novamente. Era Nathan.
– Vamos agora a uma clínica fazer o exame de sangue. E logo depois uma ultrassonografia. – Ele
falou e eu permaneci calada. O elevador chegou ao térreo. Saí sem esperá-lo. – Katherine! – Escutei-
o me chamar. Virei-me, parando e olhando para ele.
– Eu já te disse tudo o que precisava dizer. Preciso trabalhar agora. – Falei e saí andando. Senti-o
segurar em meu braço. Eu estava irritada, havia passado uma manhã estressante com uma “linda”
sessão de vômitos e um desmaio na escola. Olhei para ele em seus olhos. – Nathan, por favor. Estão
todos nos olhando, solte o meu braço.
Ele não soltou e passou a andar ao meu lado, ainda me segurando.
– Sei que você precisa trabalhar, assim como eu preciso. Então vamos logo resolver isso de uma
vez por todas. – Falou e me levou rumo ao BMW que estava parado no mesmo lugar que havia me
deixado. Ele abriu a porta e eu entrei, sem dizer nada. Ele sentou ao meu lado. – Para o laboratório
Life, David. – Ouvi o carro ser ligado e logo estávamos em movimento.
– Nathan, não era isso que eu tinha em mente. – Falei, olhando-o.
– Nem eu! Eu não imaginei que você viria até o meu escritório para me jogar essa bomba. Kate,
se este bebê não for meu, eu nunca mais quero vê-la, ouviu bem? – Aquilo doeu dentro do meu
coração. Apenas assenti. Afastei-me dele, ficando praticamente colada à porta contrária à que ele
estava. Olhei pela janela do carro os prédios da Quinta Avenida, e uma lágrima escapou por meu
rosto.
– E se o bebê for seu? – Perguntei sem olhar para ele. O choro estava engasgado em minha
garganta. Eu tinha sido tão forte, não tinha? E por que esse ataque de choro agora?
Realmente não sei de quantos meses estou, porque minha menstruação continua a vir
normalmente. E se não fosse pelo desmaio, eu jamais desconfiaria que estou grávida.
– Se for realmente meu, eu irei assumir. Jamais fujo de minhas responsabilidades. – Sua voz me
deixou ainda mais desconcertada.
Chegamos a frente ao laboratório.
– Espero que pague caro por ter me chamado de prostituta barata. – Falei e desci do carro.
Os veículos passavam rápido quando abri a porta. Encostei-me ao carro e passei por trás dele
para chegar à calçada, enquanto Nathan descia.
– Você está louca? Quer se matar, e matar esta criança? – Falou, gritando comigo enquanto fazia
gestos, apontado para sua cabeça e depois para minha barriga.
– Não. Eu não quero! – Respondi, com o choro subindo e meus olhos derramando lágrimas
contidas. – Estou odiando tudo isso. Acabei de fazer 18 anos. O que era para ser maravilhoso se
tornou um inferno. Eu pretendia ir à Universidade no ano que vem, já até havia feito minha inscrição,
estou morando sozinha, finalmente consegui um emprego que me paga muito bem... Mas agora com
um bebê, se eu chegar até o fim do colegial, será muito.
Passei a mão por meu rosto, limpando as malditas lágrimas. Ele me puxou para seu peito,
abraçando-me e colocando seu queixo sobre minha cabeça.
Me perdoe, Katherine! – Sussurrou. – Me perdoe! Eu não sei onde estava com a maldita cabeça,
quando duvidei de você.
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CONTOS DE LUXO❤
ContoAté que ponto uma mãe pode chegar para ter uma vida Boa. Vamos descobrir o que a mãe de Katharine vai fazer😏