ACOMPANHANTE DE LUXO;. E CAPÍTULO17

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ACOMPANHANTE DE LUXO
CAPÍTULO 17 🔞💜
Kate
O jantar foi excepcional, totalmente perfeito. Após os pratos de entrada e prato principal veio a
sobremesa, que eu não pude deixar de comer. Afinal, quem não adora uma sobremesa? Eu amo
qualquer tipo de doce.
Nathan estava me observando saborear minha sobremesa.
– Você é a primeira mulher com quem saio que não tem medo de comer.
– Sério?
– Sério. A maioria delas fala que isso e aquilo as fará engordarem. E quase não comem. – Ele
sorria. – E você, ao contrário delas, come sem medo de ser feliz.
– Exatamente. Esse é o meu lema: comer sem medo de ser feliz. E obrigada pelo jantar, estava
tudo maravilhoso.
– Percebi. – Ele falou, levantando uma sobrancelha. Entendi o que ele queria dizer afinal: que eu
tinha comido tudo de cada prato que veio para a mesa. Corei.
– Não precisa ficar com vergonha. – Ele colocou a mão sobre a minha. – Se gosta de comer, isso
é bom. Pelo menos nunca desperdiçará comida.
– Ah! Isso é verdade. Não gosto de desperdiçar comida, já há pessoas demais passando fome no
mundo, para desperdiçar.
– Eu entendo seu ponto de vista e estou de acordo.
– Bem, o jantar foi maravilhoso, mas eu necessito mesmo ir para casa. Amanhã acordo cedo para
estar no colégio. Se puder pagar um táxi para mim, poderei ir e você poderá ir para a sua.
– Ah! Falando em pagar... – Nesse momento ele tirou a carteira do bolso e retirou um talão de
cheques, rabiscou alguma coisa e destacou-o, estendendo a folha para mim.
– Oh! Não precisa. – Falei imediatamente.
– Eu insisto. – Ele ainda estava com a folha estendida. Peguei-a e percebi que estava em branco,
apenas com sua assinatura.
– Em branco? – Indaguei-o.
– Sim, você pode precisar para algo e estou lhe dando em branco, assim poderá comprar o que
quiser. Ou mesmo sacar a quantia que necessitar.
Deus! Ele só pode ser doido.
– Confia tanto assim em mim?
– Não acho que irá tirar todo o dinheiro que tenho no banco. E mesmo que tentasse, tem um limite
para saque em cheques. Além disso, tem também o fato de que os zeros após o primeiro número não
caberiam no cheque. – O quê? Como assim? Tudo bem que ele trabalhe nas Indústrias King, mas ele
trabalha para o pai, então não teria todo esse dinheiro.
– Ok! Obrigada então pelo... Cheque. – Falei sem graça. Peguei minha bolsa e guardei-o ali
dentro.
– De nada. Se precisar pode me ligar a qualquer hora, afinal você tem meu cartão. Também pode
me enviar SMS, se desejar. E se tiver whatsapp, podemos passar o dia trocando mensagens.
– Oh! E você é um homem da tecnologia assim? Para ter whatsapp.
– Não, mas se você tiver um, então para facilitar nosso contato, terei que ter um. – Ok, agora já
estava me assustando. Ele queria manter contato comigo de todas as formas possíveis.
– Tudo bem. – Falei assentindo.
O garçom aproximou-se dele e lhe entregou a conta. Ele olhou e lhe entregou um cartão de
crédito. O rapaz saiu rapidamente, deixando-nos a sós de novo.
– Vamos? – Ele perguntou.
– Sim. – Sorri. Ele levantou-se e afastou minha cadeira para que eu pudesse levantar. Colocou a
mão em minhas costas e me encaminhou para as escadas. Subimos e logo estávamos no hall de entrada do restaurante. A recepcionista sorriu ao vê-lo e lhe entregou seu cartão de crédito.
Saímos e o carro, ou melhor, a máquina dele estava parada ali na frente. O manobrista entregou-
lhe a chave e ele abriu a porta para eu entrar. Entrei e ele fechou-a, passou pela frente do carro e
entrou no banco do motorista. Ligou o carro e saímos em disparada pela rua.
– Onde mora?
– Se for mais devagar poderei lhe dizer. Moro aqui perto. – Ele diminuiu a velocidade. – Moro
na 96th Street, número 275.
– Ok! – Menos de 10 minutos depois estávamos em frente ao meu prédio. – Entregue em casa.
– Obrigada! – Agradeci. – Obrigada pela tarde e pela noite maravilhosa.
– Katherine, pense no que conversamos sobre nós dois.
– Pensarei. – Falei, abrindo a porta do carro. – Novamente obrigada. – Ele me puxou para um
beijo daqueles.
– Eu é que agradeço por sua companhia. – Ele sorriu e eu saí do carro. Fechei a porta e entrei no
prédio sem olhar para trás. Peguei o elevador e subi.
– Onde estava? Passou o dia todo fora. – Entrei e minha mãe começou. Olhei no relógio e
passava das 23h.
– Sou maior de idade e posso ir onde eu quiser e desejar. – Falei e passei em direção ao meu
quarto.
– Você me deve uma explicação, Katherine.
– Não lhe devo nada.
– Se foi atender algum cliente, me dê logo o dinheiro, pois temos contas a pagar.
– Você é uma filha da p... – Não consegui terminar, porque a mão dela acertou em cheio o meu
rosto.
– Sua vadiazinha, me respeite, ainda sou sua mãe. Passei nove meses da minha vida carregando
você, criei você, dei tudo o que queria.
– Eu não pedi para nascer! – Gritei.
– Eu pensei que seu pai fosse querer você, mas ele não quis. Fugiu como um cachorrinho com o
rabo entre as pernas.
– Isso é mentira! – Gritei novamente. – Ele não fugiu! Você que se escondeu dele, porque ele não
tinha todo o dinheiro que você gostaria que ele tivesse. – Falei e ela me olhou perplexa, calada e
com os olhos arregalados.
– De onde tirou essa história, Katherine? Com quem andou se encontrando?
– Com ninguém. – Respondi séria. – Meu pai me queria, mas por ele não ter tanto dinheiro como
você desejava, resolveu sair de sua vida.
– Não me provoque Katherine.
– É a verdade! E você sempre mentiu, dizendo que era um cliente, que você engravidou por
acidente, que meu pai nunca me quis. Ele me queria e amava você, mas não tinha como sustentar
todos os seus caprichos.
– Não sei de onde está tirando isso. – Ela falou e virou-se, dando as costas.
– Se é assim que quer continuar acreditando, que seja. Que continue achando isso, e se engasgue
com suas próprias mentiras. – Falei e entrei em meu quarto, batendo a porta. Chorei com raiva,
porque ela mentiu para mim durante toda a minha vida, dizendo que eu era filha de um cliente. Meu
pai era apaixonado por ela, lhe dava tudo o que não podia, gastou boa parte da fortuna do próprio
pai, por sua causa. Filha da mãe. Maldita, só pensa em dinheiro. Gananciosa.
Peguei um porta-retrato que tinha uma foto de nós duas e joguei na porta. Ele se despedaçou. Tirei
minha roupa e entrei no banheiro. Precisava de um banho antes de dormir. Assim que saí do banho
vesti meu pijama, joguei as roupas em cima da poltrona e caí na cama. Amanhã seria um dia longo.
Acordei com o barulho do despertador: 6 horas. Bocejei e levantei, espreguiçando-me. Arrastei-
me até o banheiro, ainda caindo de sono, e liguei o chuveiro. O dia amanheceu friozinho. Voltei para
o quarto e olhei pela janela. As pessoas estavam usando agasalhos e botas. O inverno estava
chegando.
Voltei para o banheiro, tomei meu banho e me preparei para enfrentar o dia cheio, vesti meu
uniforme da escola, um casaco por cima e tênis. Coloquei outra roupa dentro da bolsa, pois depois as
15h30 tenho que estar na cafeteria. Com o inverno chegando, a escola libera uma hora mais cedo.
Saí do quarto, passei na cozinha, preparei meu sanduíche com manteiga de amendoim, enrolei em
papel alumínio e guardei na mochila. Passei pela sala, e tudo estava no mais profundo silêncio.
Peguei minha chave e saí. Caminhei até o metrô, que já estava lotado. Três estações depois, desci,
atravessei a rua e já estava na escola. Essa é a vantagem de morar perto da escola. E logo mais eu
iria a pé, afinal morarei a duas quadras daqui.
Entrei no colégio e fui direto para o meu armário pegar meus livros, para a aula de Matemática.
Adoro essa matéria. Quem sabe entro em algum curso na faculdade relacionado a números.
Caminhei até minha sala e sentei, jogando minha mochila no chão. As gêmeas King já estavam lá.
Amanda levantou e já foi logo interrogando:
– Então? Por que não me ligou ontem? – Ela falava com a mão na cintura.
– Desculpe, passei o dia inteiro arrumando meus pertences para a mudança.
– Mamãe comentou algo sobre isso ontem. – Alice falou.
– Precisamos conversar Ka, e você já sabe o que deve ser. – Sei? Opa, espera aí. Como assim
sei?
– Eu sei?
– Sim sabe. Sobre o Andrew – ela falou baixinho, e Andrew passou por mim sorrindo, sentando-
se atrás de mim.
– Ah! Sim! – Fiz cara de que sabia. – O que tem ele? – Perguntei.
– Você quer me dizer que não reparou que ele está lhe dando bola? – Olhei para ele e sorri.
Depois olhei para Amanda e apontei para mim mesma. E ela assentiu, sentando-se do meu lado.
– Amanda, não começa. – Falei baixinho e Alice riu. – E você também, dona Alice. – Elas riram
e a aula começou. Todo o dia tem em torno de oito aulas, e cada uma tem duração de uma hora. Aqui
na escola temos horário de almoço e depois ainda tem atividades físicas, que eu odeio por sinal, mas
gosto de ficar vendo os meninos jogando e treinando futebol. A primeira aula foi de Matemática,
seguida de uma aula de Geometria e outra de Física. Pausa para o lanche rápido e depois mais aulas.
Finalmente o intervalo do almoço chegou. Eu estava faminta. Mesmo tendo comido meu lanche mais
cedo, precisava comer, estava querendo muito comer. E não era a comida da escola não, eu queria
mesmo era um Cheddar McMelt do Mc Donald’s. Saí da sala junto com Amanda e Alice.
– Ligando para quem, hein? – Amanda falou rindo, me cutucando com o dedo.
– Ah estou ligando para o Mc Donald’s.
– Sério?
– Sim, estou querendo comer um bendito Cheddar McMelt.
– Desejo, é? – Alice riu.
– Desejo nada, faz muito tempo que não como um bom lanche do Mc Donald’s, e eu adoro. –
Falei rindo. A atendente finalmente atendeu. – Olá, boa tarde. Quero pedir um Cheddar McMelt sem
cebola, Coca-Cola e batata frita média. Sim, dinheiro. Obrigada. Um minuto. Vocês querem pedir
algo?
– Não, nós trouxemos o almoço. – Amanda respondeu sorrindo.
– Hm... Ok. Então está certo, pode me enviar para The Collegiate School, fica na 80th. Ok.
Obrigada. Pronto, resolvido meu problema. Agora vamos para o refeitório. – Falei sorrindo enquanto
seguia com as meninas para lá.
– Voltando a falar sobre o Andrew... – Amanda tocou no assunto. – Ele está ali sentado sozinho,
que acha de fazermos companhia a ele?
– Boa ideia. – Nos aproximamos dele, e ele levantou a cabeça.
– Boas tarde, meninas.
– Boa tarde Andrew! – Falamos as três juntas. – Podemos sentar? – Perguntei.
– Sim, é uma honra.
– Obrigada. – Falei sorrindo e sentei em frente a ele, Alice sentou ao seu lado e Amanda do meu
lado.
– Andrew, você está a fim da Katherine? – Amanda perguntou na maior cara de pau. Fiz cara de
espanto, e ele me olhou sorrindo.
– Katherine, você é linda e te admiro muito. Observo você durante as aulas, – ele falava olhando
para mim. – mas não, eu não estou a fim da Katherine. – respondeu, olhando para a Amanda.
– Mas então por que sempre solta sorrisos, e fica lá babando por ela?
Amanda, pelo amor de Deus! – Falei, empurrando-a.
– Só queria ser amigo dela, nada mais.
– Ah! Sei. Me engana que eu gosto. – Amanda falou baixinho, mas eu escutei. Sorri comigo
mesma.
A inspetora apareceu no refeitório e eu sabia que ela me procurava. Assim que me viu, fez um
gesto chamando-me com a mão, e eu levantei.
– Com licença. – Sai de lá e fui falar com ela.
– Chegou uma entrega para você, Srta. Watson.
– Ah! Sim, meu lanche.
– Sabe que não é permitido pedir lanches. – A inspetora falou, me repreendendo.
– Eu sei, desculpe. Prometo não fazer novamente. – Falei cruzando os dedos. Uma ova que não
pediria de novo. Ela entregou meu lanche. Voltei para o refeitório e sentei com as meninas de novo. –
Voltei. – Tirei o sanduíche e dei uma mordida gulosa.
– Nossa Katherine. Tenha calma. O sanduíche não irá fugir de você. – Eu sorri com a bochecha
cheia de comida. Bebi meu refrigerante, e elas também começaram a comer.
– Desculpem, é a fome. – Falei enquanto continuava a comer meu lanche.
Horas mais tarde, eu estava terminando o dever da escola para entregar ao professor de Filosofia
para já ir embora. Hoje eles liberarão todo mundo as 14h30. Que benção do céu!
Assim que entreguei o dever pronto ao professor, me despedi rapidamente das meninas e saí em
disparada pelo corredor. Passei pelo meu armário, deixando alguns livros. Sai de lá, passei no
banco, e assim que entrei, meu telefone, que estava tocando havia mais de uma hora, tocou
novamente.
– Pronto.
– Boa tarde, Srta. Watson, me chamo Fernando Travant, e sou o advogado do senhor La Raine.
Estou entrando em contato para marcamos um local onde possa dar uma olhada no contrato de
locação, e onde eu possa lhe dar o número da conta do meu cliente.
– Tudo bem. Pode me encontrar na cafeteria Bride’s?
– Sim, posso.
– Ótimo. Sabe onde fica?
– Sim, conheço, é próximo da Broadway.
– Sim, isso mesmo. Estarei lá, esperando pelo senhor. Obrigada por insistir nas ligações, eu
estava em sala de aula e não pude atender.
– Sem problemas, senhorita Watson. Estarei lá dentro de trinta minutos.
– Obrigada. – Desliguei e entrei no banco. Consegui um talão de cheques com meu adorável
gerente, e de lá, fui para o trabalho.
Assim que entrei cumprimentei Mariah. Ela é garçonete como eu, mas é latina, nasceu no México.
Sua pele tinha um tom muito bonito. Eu particularmente gostava. Troquei de roupa, vestindo a calça
social e a blusa branca da cafeteria, coloquei meu avental e comecei a servir algumas mesas. Alguns
minutos depois, um rapaz de terno, que devia ter uns 30 anos, entrou e sentou-se. – Boa tarde! O que
gostaria de pedir?
– Um café, por favor. – Ele falou sorrindo. – Estou esperando uma moça.
– Desculpe a pergunta, o nome dela é Katherine Watson?
– Sim, por quê?
– Sou ela. – Falei e ele fechou a cara, meio desconcertado. Levantou e me cumprimentou.
– Desculpe.
– Não tem problema, eu não avisei ao senhor que trabalhava aqui.
– Não precisa me chamar de senhor, pode chamar apenas por Fernando.
– Um minuto, já volto. – Fui ao balcão e falei com meu gerente a respeito do contrato que
precisava assinar. Pedi para sentar com o advogado e ele permitiu. Voltei, servi o café que ele havia
pedido e sentei. – Pronto.
– Aqui está o contrato. Se quiser ler antes de assinar, sinta-se à vontade.
– Ok. – Sorri pegando as folhas em cima da mesa. Comecei a ler. Vinte minutos depois, eu estava
assinando.
– Aqui, a conta do senhor La Raine. – Ele me passou uma folha com os dados bancários.
– Se importa se lhe der um cheque e o senhor mesmo entregar a ele?
– Não, claro que não. – Tirei o talão de cheques novo que tinha dentro do bolso do avental, fiz o
cheque e entreguei a ele.
– Se tiver algum problema com o cheque, por favor, me avise. – Falei sorrindo.
– Aviso sim. – Ele levantou-se e eu também. – A sua via do contrato estará na porta do seu novo
apartamento no final da tarde de amanhã.
– Obrigada! – Abracei-o. – Oh! Desculpe. – E ele sorriu.
– Não se preocupe. Até mais. E aqui está sua chave. – Pegou sua maleta e entregou-me um molho
de chaves.
– Obrigada! – Ele apenas sorriu e saiu andando. Fiz a dancinha da vitória, rebolando o quadril,
sozinha, como uma louca. Mariah riu, balançando a cabeça atrás do balcão. Voltei ao trabalho.
Saí do trabalho às 19h e peguei o metrô, horário de pico. Estava lotado. Desci duas estações
depois e cheguei à casa toda feliz: iria mudar-me ainda hoje. Entrei em casa, e corri para meu quarto,
trancando a porta. Joguei duas malas sobre minha cama, e comecei a jogar as roupas dentro. Tudo o
que eu tinha de roupa joguei dentro da mala grande sem dobrar. Depois eu dobraria quando estivesse
no apartamento novo. Peguei meus ursinhos e as bonecas, e coloquei na mala média. Meus álbuns de
quando era bebê, minha caixinha de música e minhas bijuterias também. Na mala pequena, coloquei meus sapatos. Sobrou espaço para colocar o tapete do meu quarto, ele é meu favorito. É um tapete da
Minie todo rosa. Fechei a mala pequena e a média. Coloquei meu edredom rosa que eu amo tanto
dentro da mala grande, e fechei-a com um pouco de esforço. Peguei também meus itens de higiene
pessoal e coloquei na mochila da escola. Esperaria minha mãe dormir para poder sair com esse
monte de malas.

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