[12] 𝗔 𝗟𝗨𝗔 𝗘 𝗢 𝗦𝗢𝗟

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Charlotte Delgado.

No início não havia culpa ou ressentimento por estar ali enquanto meus amigos estavam desenterrando ossos no quintal de um possível assassino, porque ele era aquilo e precisava pagar pelos crimes. Mas, quanto mais as horas naquele maldito encontro passavam, mais eu me sentia mal por estar mentindo para ele.

Derek foi legal comigo durante toda a noite. Ele foi sincero, sem filtros ou máscaras. Éramos nós mesmos um com o outro. Como se nos conhecêssemos há muitos anos, desde a infância talvez. E, cara, aquilo estava me matando.

— tudo bem com você, Charlot? – sua voz indagou, tão preocupada e grave que me causou calafrios. Pisco, tirando o olhar da lua e direcionando para ele, sorrindo pequeno e murmurando um "hum?" — parece preocupada com alguma coisa, ou chateada.

Li em algum lugar, provavelmente em um conto sobre o mundo sobrenatural, que lobisomens podem sentir sua mentira. É como se fossem um detector de mentiras ambulante. E, bom, não é querendo me gabar, mas eu sei mentir bem 'pra caralho. Balanço a cabeça, negando gentilmente.

— não é nada. Só preocupação adolescente. – ele compreende, fazendo careta. — o quê, nunca teve preocupações adolescentes?

Ele ri, dando de ombros.

— depende do que se trata as  preocupações. – deu de ombros, muito humorado. — na sua idade, o que não foi tão longe, eu costumava me preocupar se estaria vivo até a próxima lua cheia.

— foi quando foi mordido? Na adolescência?

Derek parecia não se importar com minha pergunta. Muito pelo contrário, ele estava gostando. Seu sorriso largo me encantava de uma forma estranha, me prendendo nele por segundos longos.

— nunca fui mordido, Charlotte. Bem, só quando Cora me atacava, mas era apenas brincadeira entre irmãos. – seu sorriso parecia imerso em memórias antigas, se recordando de sua tal irmã, Cora. — nasci lobisomem, assim como todos de minha família.

— uau, eu não fazia ideia de que isto era possível. Então, é como a puberdade ou já nasce com presas, garras e pelos no rosto?

Desta vez ele gargalhou. Parecia realmente divertido me ouvir com perguntas idiotas. Para ele. Para mim, são dúvidas óbvias.

— desculpe, mas preciso descobrir. Se Scott tiver um filho no futuro, o bebê também será lobisomem. Tenho de estar preparada para todas as ocasiões.

— ah, claro, isto é aceitável. – ele zomba. — não é assim que funciona, MacGyver. Nascemos lobisomens, mas a maioria só se transforma após os dez anos ou em um evento traumático o suficiente para disparar o gatilho da licantropia. Nenhum bebê nasce com pelos no rosto macio, fica tranquila.

— estamos aqui faz um tempo, e já me chamou de MacGyver cinco vezes. Eu nunca uso este sobrenome, Derek. Vai me contar de onde me conhece ou não?

Hale pareceu tão desconcertado quando o questionei. Ele desviou o olhar para a mesa ao lado, torcendo os lábios enquanto batucava os pés no piso chique do restaurante caro. Era como se eu estivesse prestes a descobrir uma coisa bombástica. Algo chocante demais para que eu aceitasse 'numa boa.

— moramos na mesma cidade, Charlotte. Todo mundo se conhece em Beacon Hills.

— você se mudou quanto tinha, o quê, dezesseis anos? Não me venha com histórias, quero que diga a verdade. Sou esperta o suficiente para saber quando estão mentindo na minha cara, e você mente.

Derek me olhou nos olhos por alguns segundos, e eu podia apostar que eles pareceram uma eternidade. Seu abismo me deixava encantada, presa nele. Hipnotizada por sua beleza exuberante. A maneira como ele lambe os lábios antes de iniciar sua fala me afeta. Mas, assim que as palavras saem de sua boca a magia acaba.

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⏰ Última atualização: Jun 20 ⏰

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𝗠𝗘𝗠𝗢𝗥𝗜𝗘𝗦 | 𝐃𝐞𝐫𝐞𝐤 𝐇𝐚𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora