Eu soube no momento em que o beijei pela primeira vez que ele me condenaria, que eu me arrastaria através de vidros quebrados por ele. Eu só não tinha certeza se ele ficaria o tempo suficiente para retirar os pedaços entalhados.
Nunca imaginei que...
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Havia algumas coisas nesta Terra que eram simplesmente indescritíveis e a vista deslumbrante de onde eu estava, na pequena colina perto do Lago Negro, era uma delas.
As pontas geladas na grama e os tufos de folhas secas no chão indicavam o frio crescente. Uma leve brisa acariciava minha nuca e nas flores ondulantes do outono as últimas notas do verão já estavam desaparecendo. Observei com admiração enquanto o sol nascia, suas pétalas douradas se misturando com o rico azul do céu e protegi meus olhos enquanto os brilhantes raios laranja e amarelos começaram a iluminar o mundo. Havia um zumbido pacífico da natureza, o balanço das árvores causado pela brisa sempre suave criando um farfalhar suave que me fez sentir tranquilo. Era a música do outono.
Minha pele não ficou sem arrepios por muito tempo, pois o vento soprava contra meu rosto, causando um arrepio agradável na minha espinha. O cheiro único de terra que sobrou do resultado da chuva, petricor, atingiu minhas narinas, o cheiro agradável que sobrou como recompensa da terra por aguentar a terrível tempestade. Era como se eu pudesse ver o mundo sem fronteiras, e naquele ar imaculado e ratificado, senti uma expansão da minha alma.
Cada momento desta frágil existência humana era um convite vivo a recordar quem verdadeiramente somos.
"Você acordou cedo." Em vez disso, não me virei ao ouvir a voz, continuando a olhar para o nascer do sol com um sorriso satisfeito em meus lábios. Eu o senti se aproximar de mim até ficar bem ao meu lado, olhando para o horizonte.
Olhando rapidamente para Abraxas, respondi encolhendo os ombros. "Não poderia dormir."
"Você sempre pode me pedir uma garrafa de Poção para Dormir. Eu sempre compro antes do prazo em caso de noites agitadas", ele ofereceu. Agradeci-lhe silenciosamente e fiquei realmente grata por sua gentileza. Eu nunca esperei que um Malfoy dentre todas as pessoas fosse a pessoa mais acolhedora e reconfortante neste período de tempo, mas aqui estava eu. "Você gostaria de tomar café da manhã?", ele perguntou depois de alguns minutos de silêncio confortável.
"Café da manhã parece bom." Eu balancei a cabeça, meu sorriso se alargando quando Abraxas ofereceu seu braço, e eu alegremente o enlacei com o dele antes de começarmos a caminhar de volta para o castelo.
"Você ouviu alguma coisa da sua família?", ele perguntou indiferentemente, fazendo minhas sobrancelhas franzirem em confusão com sua pergunta.
"Ainda não. É muito perigoso para mim entrar em contato e tentar contatá-los, então tenho que esperar até que me enviem uma carta confirmando sua segurança", menti facilmente, colocando uma expressão de preocupação no rosto. Ele franziu a testa com minhas palavras e eu observei enquanto ele se perdia em seus pensamentos.
"Se você quiser, posso pedir ao meu pai para tentar localizá-los. Ele ocupa uma posição muito importante no Ministério."
Droga, Malfoy. Sua bondade estava vindo para me morder na bunda.
