9

152 19 3
                                    

C A P Í T U L O  N O V E

C A P Í T U L O  N O V E

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

━━━━༺♔༻━━━━

"A forma elementar de engano sempre foi através das aparências." Eram as palavras que minha mãe recitava com frequência.

O reflexo sedutor no espelho de corpo inteiro apresentava a imagem de uma garota comum vestida luxuosamente, mas quando me olhei no espelho, tudo que vi foi uma assassina de mau agouro banhado nas águas do fingimento.

Ela estava certa, pois minhas aparências eram enganosas, ajudando-me a manter minha imagem. Eu poderia estar vestida com os tecidos mais caros e meu pescoço poderia ser adornado com o maior dos diamantes, porém isso nunca lavaria o sangue de minhas mãos.

O vestido carmesim abraçava meu corpo em todos os lugares certos, a tonalidade combinando com o líquido carmesim fluindo em minhas veias. Minhas mechas de obsidiana caíam em cascata pelas minhas costas em ondas apertadas e, ao passar a mão pelas mechas, fiquei maravilhada com o quão macios eles eram.

Eu teria que agradecer a Visha pela poção que ela me deu no dia anterior.

Visha e eu conversamos mais durante a semana árdua e percebi que ela era uma aliada confiável. Ela era uma peça de xadrez que eu tinha de segurar com força na mão, não um peão impotente, mas uma torre valiosa.

"Você parece bem", a morena falou depois que ela entrou no dormitório, seus olhos negros percorrendo meu corpo com um brilho apreciativo. Pelo reflexo do espelho oval, notei seu vestido escuro e aveludado fluindo por seu corpo como um rio no crepúsculo.

"Você também vai ao jantar?", perguntei surpresa, lembrando-me da vez em que Visha disse que havia apenas duas meninas presentes; ela e Celeste Greengrass. Ela nunca havia mencionado Walburga.

"O tom de surpresa é insultuoso", ela riu. "E bem, eu vou como acompanhante do Black."

"Seu irmão?"

Ela limpou a garganta, "Meu primo".

A compreensão me ocorreu. Os puro-sangues aqui tomaram medidas extremas na tentativa de manter sua linhagem pura, e uma das formas mais comuns era casar-se com seus parentes. Estremeci com o pensamento internamente.

Quando olhei para ela, parecia que ela havia ultrapassado o tópico anterior da nossa conversa e estava batendo no queixo com uma unha perfeitamente cuidada, como se estivesse imersa em pensamentos. "Eu sinto que está faltando alguma coisa. Talvez um colar?"

Inclinei minha cabeça para o lado em contemplação e cheguei à conclusão de que, de fato, meu pescoço parecia muito nu. Com uma carranca, virei-me para Walburga. "Eu não tenho nenhum colar."

Mais uma vez fiquei confusa com o pequeno e discreto sorriso que ela tentou esconder. "Não por muito tempo."

Ela murmurou baixinho. "Venha, eles estão nos esperando lá embaixo."

THE DEVIL IN DISGUISE | T.M.R. - PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora