Eu soube no momento em que o beijei pela primeira vez que ele me condenaria, que eu me arrastaria através de vidros quebrados por ele. Eu só não tinha certeza se ele ficaria o tempo suficiente para retirar os pedaços entalhados.
Nunca imaginei que...
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Um silêncio misterioso instalou-se como uma mortalha pesada sobre as consequências da minha tempestade de fogo. O ar estava pesado com o cheiro acre de destruição, uma mistura inebriante de madeira queimada e terra chamuscada, misturando-se com os fracos fragmentos de feitiços vencidos.
O vermelho que cobria minha mente começou a desaparecer, e registrei brevemente o fato de que estava de joelhos, minha respiração irregular e dura, cada inspiração uma luta contra os restos do inferno que ainda fervia em minhas veias. Era como se eu estivesse respirando cinzas em vez de ar. A névoa de adrenalina se dissipou lentamente, e a compreensão do que eu tinha feito começou a aparecer através do confusão. Com as mãos trêmulas, afastei meu cabelo desajeitadamente e reuni coragem para enfrentar o que havia feito.
Cinzas choveram das nuvens como chuva melancólica. A Floresta Proibida, antes cheia de vegetação vibrante e árvores altas, agora estava desnudada e consumida pelo fogo implacável. O mundo, ao que parecia, trazia as cicatrizes da minha ira.
No entanto, não houve remorso pela ruína que causei. As sementes da destruição foram plantadas muito antes, por mãos muito mais sinistras que as minhas. Eu tinha sido apenas o recipiente.
Respirando pesadamente, levantei-me, o gosto de cinzas ainda permanecendo em meus lábios.
"Arwen?", uma pequena voz soou, fazendo com que lágrimas brotassem em meus olhos quando eu saí. Estel espiou por trás de uma árvore, com os olhos arregalados injetados e assustados. Assim que ela me viu tentando sorrir, ela abandonou seu esconderijo e correu em minha direção. Eu automaticamente abri meus braços e ela caiu direto em mim, me segurando firmemente com toda sua força.
"Oh, Estel, sinto muito. Lamento que você tenha visto isso." Eu não consegui parar o fluxo de lágrimas quando elas começaram a derramar e a apertei com mais força contra o meu peito.
"Está tudo bem. Eu vi isso acontecer em meus sonhos. Não foi diferente", ela me tranquilizou.
Afastando-me apenas um pouco, segurei suas bochechas. "Você está bem? Você não está ferida, está?"
"Estou bem." Ela fez uma pausa e, hesitante, apontou para a minha direita. "Arwen-seu... Seu cara..." Eu fiquei tensa. E então o ataque de memórias tomou conta de mim. Tom.
Tom estava-
Não. Ele não poderia estar.
Estel deliberadamente se afastou de mim, e eu só pude olhar entorpecida para onde o corpo de Tom estava deitado, imóvel. Eu ouvi claramente sua respiração falhar e quando olhei para ela preocupada, seus olhos estavam vidrados sobre ele. Esperei, com o coração batendo descontroladamente contra o peito, para ouvir sua premonição. Duas visões no período de uma hora não eram normais.
