Eu soube no momento em que o beijei pela primeira vez que ele me condenaria, que eu me arrastaria através de vidros quebrados por ele. Eu só não tinha certeza se ele ficaria o tempo suficiente para retirar os pedaços entalhados.
Nunca imaginei que...
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"Você pegou tudo que precisa?", Walburga perguntou, tentando equilibrar uma montanha de pacotes nos braços. "Posso ter exagerado um pouco nas compras." Ela respirou quando um deles tombou e caiu no chão coberto de neve.
"Um pouco?" Eu levantei uma sobrancelha. "Wal, eu pensava que era uma gastadora impulsiva até conhecer você. Alguém poderia pensar que você é alérgica a dinheiro pela maneira como o gasta." Eu fiz uma careta, observando sua luta com grande diversão.
"Bem, eu também precisava comprar presentes para mim. O Natal é para todos", a morena disse, enfatizando a última palavra como se quisesse transmitir seu ponto de vista. De fato, era. Eu tinha comprado para meus amigos o que esperava serem presentes espetaculares e não pude resistir a me presentear também. Com as bochechas rosadas, batíamos os pés em vão para nos aquecer, e eu já sentia os dedos dos pés ficando ligeiramente dormentes nas botas.
O inverno frio envolveu a pequena cidade de Hogsmeade em um abraço nevado, fazendo o mundo parecer tão imaculado quanto um livro pronto para ser pintado com novas histórias. Uma brisa suave passou e levantei a cabeça contra o vento, observando o local suavemente iluminado. Senti-me serena ao ver o inverno que associava ao lar.
Meus olhos percorreram o local até avistarem uma loja do outro lado da rua.
Talvez fosse o frio afetando minha cabeça, no entanto, eu sabia o que precisava fazer antes de deixar Hogsmeade.
"Preciso fazer mais uma coisa. Você pode ir ao Três Vassouras e se aquecer. Estarei aí em breve." Sem esperar resposta, afastei-me da garota e fui em direção à loja que havia chamado minha atenção antes, com todas as joias peculiares e atraentes na vitrine.
O som suave da campainha ecoou pelo pequeno espaço quando entrei, o calor atingindo meu rosto de forma agradável. Um velho estava na recepção, parecendo frágil e cansado enquanto folheava um livro, aparentemente sem perceber minha presença.
Aproximei-me dele com pequenos passos e limpei a garganta para chamar sua atenção.
Sua cabeça levantou-se de surpresa e presumi que ele não estava acostumado a ter clientes em sua loja. "Oh, olá, querida. Em que posso ajudá-la?", o homem sorriu gentilmente, os olhos iluminados de felicidade.
Respirando fundo, fiz minha escolha. "O anel na vitrine... Aquele com cabeça de cobra, eu gostaria de comprá-lo."
Era um presente para o diabo.
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O Três Vassouras estava cheio de clientes movimentados e uma atmosfera alegre que me saudou assim que pisei no local. Examinei o local em busca de algum sinal de Walburga e não fiquei surpresa ao vê-la conversando com um grupo de sonserinos perto da pequena lareira.
