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AYLA

- Finalmente!

Me jogo na cama de barriga pra cima e sinto meu corpo relaxar, fecho os olhos sentindo o quarto girar.

Depois de um tempo analisando Alisson, ignorando as broncas da minha mãe, tomei algumas taças de vinho para tirar os pensamentos que tive...

- Levante-se alteza - Jules segura minha mão - deixe-me vesti-la mais confortável.

- Não, vou dormir aqui e assim - minha língua ja começou a enrolar.

Definitivamente estou bêbada!

- A senhorita não pod... - ouço um baque oco no chão.

Começo a rir da queda hilária que Jules acabou de ter, ao mesmo tempo em que quero ajuda-la.

Ela parece irritada mas por algum motivo não consigo parar de rir.

Em um único movimento brusco ela consegue me manter de pé e me pôr em uma camisola.

Me põe na cama como um bebê e se vai.

Tudo acontece numa velocidade absurda na minha cabeça que eu nem tive tempo de processar o meu dia e apaguei.

Meu estômago começa a embrulhar e eu me encolho em posição fetal.

Terá sido o álcool ou o tanto de bolinhos ingeridos em questão de segundos?

Acho que se eu vomitar o álcool vou me sentir melhor.

Tento ignorar minha consciência me dizendo que isso é uma desculpa para descartar os bolinhos do meu organismo.

Já é tarde.

Tudo é jorrado automaticamente como se eu nunca tivesse perdido esse hábito a anos. A ardência na garganta, o suor na testa e a dor no estômago já são familiares e eu ja não consigo parar.

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Tento não demosntrar que estou de ressaca e que minha cabeça dói muito enquanto tomo chá no salão particular da rainha com todas as mulheres do palácio.

A rainha mãe susurrava alguma coisa sobre sua nora, a atual rainha por quem não tinha muita simpatia mas eu só estava concentrada em manter meu olho aberto.

Alguns minutos depois não foi preciso muito esforço já que Taylor Campbell chegou irradiando pelo salão.

Enquanto eu tentava com todas as minhas forças me manter ereta e acordada, ela parecia estar flutuando como uma pena pelo local.

O cabelo dela está sempre perfeito?

- ...Mal posso esperar para que vocês me dê muitos netos - a voz da rainha me tira da hipnose.

- O que?! - eu e Taylor Campbell exclamamos ao mesmo tempo.

- Sim, filhos - a rainha coloca sua xícara na pequena mesa de madeira carmim a sua frente - é claro que ja pensou nisso

Minha mãe já tentou diversas vezes conversar sobre isso comigo mas eu sempre ficava a beira de um treco. Então apenas mudava de assunto.

- Claro! Sim! Filhos, quero muitos!

mentirosa.

A rainha mãe ergue as sombrancelhas para mim enquanto a rainha da pequenos e elegantes saltinhos de alegria.

Ter filhos é uma coisa que eu obviamente não poderia fugir já que minha obrigação seria gerar herdeiros e eu estou pronta pra isso.

A futura princesa Ayla está pronta para cumprir o seu dever com a Escócia a qualquer custo!

Mas a Ayla... Só Ayla, não está pronta para ser mãe.

Aguentei o máximo que pude naquele chá com a rainha mas minha cabeça estava explodindo e Taylor não parava de me olhar. E o olhar dela é doce como limão.

Não pude parar de me comparar com aquela figura deslumbrante.

O modo como ela flutua elegantemente pelo espaço fazendo sua presença ser sempre marcante.

Seu corpo perfeito, sua cintura fina...

Imediatamente minha mente devagou para a noite em que vi ela e Henry juntos, o jeito que ele segurava de um jeito forte sua cintura como se não quisesse soltar nunca mais.

Comecei a pensar que nunca terei isso dele, ele nunca iria me desejar tanto quanto ela.

Enquanto bebericava o chá penso se Alisson ja desejou alguém tanto assim?

Mas por que isso importa? Por ele me veio a mente? Por que ele...?

Saio de meus pensamentos quando a rainha mãe tocou o meu braço e perguntou por que estava tão atordoada. Meus olhos percorreram o local e todas as damas presentes, sendo a maior parte delas amigas de Tallia estavam com os olhos sobre mim.

Dei uma desculpa de que lembrei que devia estar com minha mãe agora que não acordou se sentindo não muito bem e corri imediatamente para os jardins.

Agora estou aqui andando sem rumo pelos canteiros e arbusto, perfeitamente podados devo acrescentar, sem rumo tentando ignorar uma certa pessoa que não sai da minha cabeça.

Chuto uma pedra que deveria bater em uma parede cobertas por trepadeiras mas elas passam direro adentrando o local que mais parece uma caverna.

Me aproximo com receio.

Quando éramos pequenas, minha amiga Sue sempre dizia que castelos eram mágicos, por outro lado minha amiga Dria diziam que na verdade eram assombrados.

Passo a mão pelas trepadeiras que balançam como cortina.

No meu ponto de vista não importava se era mágico ou assombrado. Eu sempre adorei uma aventura.

AYLA (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora