AYLA (Livro 2)

18

HENRY

Passei as últimas semanas fugindo de Taylor e tentando chamar atenção de Ayla.

Fracassei em ambos.

Por mais que eu passasse o dia cumprindo com minhas obrigações de príncipe para me ocupar, a noite eu não conseguia escapar de suas garras e seus passos sorrateiros que chegavam em silêncio até a minha cama.

Sua estadia no palácio já passou do prazo mas provavelmente Taylor deve ter manipulado o pai que faz tudo o que seu tesouro quer e deu uma desculpa esfarrapada para o rei, fazendo sua estadia na minha casa se estender.

Eu nunca pensei que isso pudesse passar pela minha cabeça mas mal posso esperar para ir embora. Eu nunca vou conseguir recuperar a confiança de Ayla com Taylor nos rondando.

Consigo sentir como Ayla se encolhe em sua presença, só não consigo entender o porquê.

Fico imaginando se Taylor ja a intimidou de alguma forma mas Alisson me garantiu que não.

Ele me garantir isso deixou um gosto amargo na boca, significa que estão íntimo.

Alisson íntimo de minha futura esposa não me agrada.

Depois de uma reunião cansativa com o comandante dos nossos soldados sobre os rebeldes, eu mal conseguia me concentrar e saí da sala indo direto para o meu quarto no piloto automático.

Ao abrir a porta do meu quarto me deparo com uma cena não tão inusitada, que mesmo assim me pegou de surpresa.

- Sei como fica estressado com essas reuniões então... - sua voz sedutora ecoa.

Taylor trajava um total de 0 roupas, completamente nua na minha cama. Do jeito que eu sempre gostei.

Por que isso não me animou em nada?

Ela percebeu que depois de fechar rapidamente ao porta, eu não me movi do lugar em que estava.

Em outro tempo eu ja estaria enroscado nela, fazendo loucuras nesses corbetores. Não demorariamos para estarmos em chamas, sob o calor um do outro.
Sentindo-a se arrepiar quando minha boca passa por cada parte do seu corpo, suas pernas em brasa em volta de mim me fazendo arfar até te-la toda para mim.

Entretanto tudo que consigo fazer é ficar parado, olhando-a igual um pateta e me perguntando por que eu ainda não me joguei ali.

Ela solta uma risada confusa, provavelmente também se perguntando o que eu estou fazendo parado e vestido ainda?

Ela levanta da cama e vem até mim com seus peitos perfeitamente simétrico balançando e enconsta no meu.

- Então vai só ficar olhando? - diz colocando os braços em volta do meu pescoço.

Deus! Eu vou me arrepender disso.

- É melhor se vestir - digo me desvencilhando de seu corpo quente e recolhendo suas roupas do chão.

- O que? - sua pergunta sai fraca mas sua voz tinha um tom de raiva.

Fico parada com suas roupas nas mãos e ela me olhava com certa raiva, percebo porque seu rosto fica vermelho e suas bochechas inflam.

Eu não tive coragem de fazer isso antes mas agora eu entendo qual é a minha função.

Quando soube que Ayla viria não pretendia terminar com Taylor e nem me importava se era errado ou não. E então Taylor terminou comigo e eu fiquei arrasado.

Assim que conheci Ayla naquele dia, eu senti uma coisa, uma conexão, algum tipo de sentimento que eu achava ter se esgotado mas apenas tinha adormecido. Acontece que meu coração estava recentemente ligado a Taylor com uma chama acesa que eu recusava apagar e não quis ouvir o balançar do oceano que um dia ja bradou no meu coração.

E ver Ayla me comparar com meu pai... Merda! aquilo doeu.

E me dez rever todas as minhas atitudes.

Sei o que devo fazer.

Vou magoa-la mas não tem como ninguém sair intacto dessa, meu coração também pesa.

Percebo que sua expressão mudou de raiva para indiferente quando vejo-a se aproximar.

- Tudo bem - ela me da um selinho e pega as roupas das minhas mãos - eu volto amanhã.

Droga, ela está fazendo de novo!

Ela sabe o que eu estou fazendo mas está em negação, não vai demorar muito para começar a manipulação. Tenho que ser direto.

- Não - ela para de se vestir mas continua sem me olhar, o quarto cai em um profundo silêncio. Todos sabem que a palavra "não" não se é aplicada frequentemente a Taylor Campbell - não, você não volta amanhã e nem depois de amanhã - estava difícil controlar a respiração - não podemos continar com isso, nós...

- O que esta fazendo Henry? - seu tom ja não contém raiva e sim fúria.

Sinto um suor escorrer pela minha testa.

- Estou terminando com você Taylor - repiro fundo - eu vou me casar.

- Sim! Com aquela...

Interrompo antes que ela possos deferir algum insulto a Ayla.

- Eu te amo Taylor mas essa é a coisa certa a se fazer.

- Ela não vai te fazer feliz! - como ja esperado ela explode - ela não te conhece como eu, não sabe do que você gosta. Ela não sabe dos seus medos, seus sonhos. De nada!

- Você foi a única que chegou tao perto de mim assim, mas eu tenho que te soltar, eu não posso... - as lágrimas ameaçam a sair - não posso te transformar na mãe de Alisson.

Seu rosto fica totalmente vermelho e seus olhos arregalam de choque ao perceber o que significa.

Ela termina de se vestir agressivamente e sai batendo a porta com toda sua força. Tudo sem ao menos me olhar.

E eu entendo.