AYLA (Livro 2)

15

HENRY

- Está linda - engulo em seco - novamente.

vê-la agora parada na minha frente com um olhar duro revira meu estômago e eu perco toda a minha coragem.

- Vamos direto ao ponto Henry - ouvir meu nome sair num tom tão seco de sua boca me faz baixar meus olhos - está claro que seu coração não pertencente a mim, mas não podemos fugir um do outro, estamos preso.

- Não é bem...

- Devemos manter um acordo para ao menos garantir que teremos uma parceria ou até uma amizade quem sabe. Mas... - a pausa me faz levantar os olhos até os seus que penetram a mim com uma súplica intensidade - não me transforme na sua mãe.

arregalo os olhos diante a tal declaração, eu não esperava por isso.

- Como?

- Não me submeta a humilhação tranformando seu caso em algo público. Eu não fui criada para isso.

- Eu não pretendia... eu não...

- Baseado em uma cena de algumas horas atrás, eu diria que não estava preocupado com isso - sua voz está levemente alterada agora - qualquer um podia ter visto vocês, felizmente, eu acho. Fui eu.

- Ayla, sinto muito...

- Era só isso que eu queria lhe pedir, não seja o seu pai - ela alisa o vestido e murmura um alteza antes de sair me deixando estático ali.

Meu pesadelo acabou de acontecer em frente ao meus olhos.

Toda a vida as pessoas me elogiavam por ser o oposto do meu pai e olha eu aqui sendo comparado com o mesmo pela pessoa que eu vou dividir a vida.

__________♡♡__________

AYLA

Eu tive que engolir um grande bile que ameaçava subir pela minha garganta ao falar com Henry.

Poderia ser o nervosismo ou os bolinhos.

Eu mantive um sorriso no rosto a noite inteira mas eu estava extremamente desconfortável. O rei fez questão de dançar ao menos 3 músicas comigo, meus sapatos estavam desconfortável e o novo vestido pinicava.

Mencionaria o fato de Henry não ter tirado um triste e pesado olhar de mim a noite inteira mas eu estou tentando ignora-lo.

Consegui finalmente fugir da minha mãe que me pressionou a conversar com cada uma das 100 pessoas presentes nesse baile, do bafo tenebroso do rei e felizmente do olhar sufocante de Henry.

Me isolei num canto onde ninguém poderia me ver e literalmente desci do salto. Sinto meus pés respirando de alívio e eu me apoio em um vaso de plantas prazerosa.

Resolvo aproveitar meus minutos de prazer antes que mamãe me ache.

Passo os olhos pelos pares dançando pelo salão, surpreendo-me ao ver Alisson dançando com uma baixinha de cabelos encaracalados que pela sua expressão parece estar realizando o seu sonho de vida.

Apesar de claramente incomodado, a expressão de Alisson é gentil para a menina a sua frente.

Me lembro de algumas horas atrás quando ele me viu no pior estado que um príncipe deveria ver uma lady.

Abano a cabeça, não quero lembrar disso.

Volto minhas lembranças para 4 dias atrás quando se dispôs a cuidar da criança que achei.

Ele não está sendo nada como imaginei, não me parece em nada o selvagem que me arrastou com violência pela praça no meu primeiro dia.

O que você queria Ayla? Estava rolando bombas!

Por que estou defendendo?

Ai, estou cansada de pensar, só queria que meus pensamentos congelassem por um minuto.

Continuo olhando-o sem pensar muito e resolvo analisa-lo.

Seus braços são fortes, Henry tem a elegância mas ele certamente tem o charme, fica lindo de vermelho, seus olhos mesmo gentis são intensos e sua boca...

Espera!!!!!!

perai

perai

perai

perai

Para onde deixei minha mente me levar?

- É certamente um dos rapazes mais lindos do salão não é?

A voz espessa me tirou (graças a Deus!) de meus devaneios.

Eu rapidamente ajeito minha postura, ao ver a rainha mãe, avó de Henry e Alisson.

Quando penso em calçar meus sapatos, ela me impede com a bengala.

- Não se preocupe, vou acompanha-la.

Ela tira lentamente seus sapatos e me olha com um sorriso sastifeito que retribuo com prazer.

- Não respondeu minha pergunta.

Tento lembrar o que ela tinha dito e me recordo ao ver seus olhos voltados para o neto mais velho.

- Aah... é eu acho que sim Não sei, ele... ele é - olho para ela que segura uma risada ao me ver nervosa - charmoso? - digo baixando os olhos ficando vermelha.

- Eu respondo por você - olho para ela ainda vermelha - sim, ele é.

Olho de volta para Alisson que agora termina a valsa fazendo uma reverência. Seus olhos encontram com o meu falhando minha respiração.

Acho que nunca senti... nunca senti... não sei o que estou sentindo.

Nunca senti nada parecido.

É como se eu tivesse tendo um treco só que...bom?

-