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AYLA

No momento em que ponho o meu corpo para fora do navio posso ouvir o estardalhaço de vozes.

Não consigo identificar nada do que gritam mas posso ouvir um pouco do meu nome aqui e ali.

Meu coração está acelerado mas não do pânico que estava rolando a alguns minutos.

Guardas reais seguram delicadamente a minha mão para que eu possa descer com cuidado sem cair. Outros ajudam meu pais enquanto os dois ao meu lado me guiam até a carruagem mais linda que ja eu ja vi.

Ela é toda e completamente branca, decoradas com lindas camélias azuis. Consequentemente meu vestido é quase do mesmo tom. Apaixonada estou, certamente.

Tem outra carruagem que acredito seja para os meus pais, o que significa que irei sozinha nessa.

Mais atenção para mim.

Balanço a cabeça e estendo a mão para o guarda que oferece de ajuda para subir na carruagem.

__________♡__________

Eu nunca recebi tanto amor por tantas pessoas desconhecidas na minha vida.

Aceno para todos alegremente com o sorriso mais verdadeiro que eu já tive.

Tudo que eu pensava quando sair do porto era manter a minha postura e praticar todas as aulas de etiqueta que fui obrigada a fazer todos esses anos para parecer o mais princesa possível.

Perdi completamente a postura quando vi as criancinhas correndo atrás da carruagem e estendendo a mão.

Imediatamente me curvei e estendi minha mão para que elas pudessem tocar.

Percebi alguns olhares contraditórios de alguns guardas mas não me importei.

Meu maxilar está doendo de tanto sorrir para as pessoas mas não pude evitar dar um outro sorriso. Dessa vez de nervoso ao avistar a família real no que parece ser um palanque em meio praça central.

A carruagem para e sinto que meu coração vai sair pela boca.

Consigo vê-lo.

Ainda estou longe mas isso é o mais perto que já estivemos em anos.

Lembro de alguns versos de cartas antigas em que ele dizia que odiava sua roupa de príncipe.

Ele se sentia preso.

Mas eu particularmente acabei de perder o fôlego. Certamente ele não é mais aquele menino magricela com óculos fundo de garrafa.

É um homem agora.

E que homem.

Ai meu deus, ele está se aproximando!

Ele caminha lentamente até a minha direção e minha cabeça começa a zonzear.

Um treco talvez?

Está mais para hormônios.

- Lady Ayla - a voz dele é tao macia quanto deitar em neve fofa, ironicamente sinto que vou derreter.

Todo o tumulto cessa um pouco, alguns até aguçam os ouvidos para tentar ouvir o diálogo tão aguardado.

- Achei que tivéssemos intimidade o suficiente para não termos formalidades, Caro Henry - tento parecer o mais confiante possível.

AYLA (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora