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HENRY

- Tudo isso foi um desastre, eu sabia que era uma péssima ideia - digo furioso andando de um lado para o outro no escritório do rei.

- Está óbvio que foi um ataque orquestrado por revolucionários. - diz meu irmão encostado na parede ao lado da porta.

- REBELDES ALISSON - o rei esbraveja batendo com o punho na mesa - São Rebeldes! Não revolucionários.

- Não dava para imaginar que atacariam com o reino inteiro num só lugar - continua Alisson.

- Eles estão com fome... atacariam até o próprio Palácio se pudessem.

A situação da Escócia está precária a anos, claramente meu pai não move um dedo para melhorar. Só que nos últimos dois anos, alguns deles fizeram um pequeno movimento contra o rei.

Não sabemos se querem nos dar um susto para ver se agimos ou algo mais perigoso.

A questão é que eles estão incomodando meu pai.

A meses que anda acontecendo alguns protestos, vandalização e... mortes.

Alguns guardas morreram mês passado e papai acredita fielmente que foram os revoluci... rebeldes.

E não sabemos até que ponto isso pode chegar

___________◇__________

Bato três vezes na porta.

Jules abre a porta com a maior cara de tédio do mundo mas ao me ver recobra a postura e faz uma reverência.

Jules e eu éramos próximos quando criança. Ela sempre "roubava" biscoitos da cozinha quando eu era uma criança triste.

É óbvio que eu podia ter biscoitos quando eu quisesse e bem quisesse mas ela tornar nisso uma aventura secreta me deixava feliz.

Lembro-me que ela também foi meu primeiro beijo... longa história.

Ao crescermos nós nos afastamos, digo, ela se afastou ao entender sua posição diante mim.

- Alteza - diz ainda curvada.

- Ayla - digo esticando um pouco a cabeça para tentar enxergar o interior do quarto - está acordada?

- Está se preparando para dormir alteza, foi uma viajem cansativa e uma recepção mais ainda - ela olha nos meus olhos - precisa descansar.

Rapidamente entendo o quanto deve estar abalada.

Lembro que em suas cartas ela mencionava bailes, chás, saraus e concertos. Quase nunca uma evento caótico lhe acontecia.

- Avise-a que passarei para vê-la mais tarde.

- Claro, vossa alteza.

Me viro para ir embora.

pobre Ayla.

Ao virar o corredor meu coração perde o ritmo dos batimentos ao ver ela.

Ela está vindo na minha direção sem desgrudar os olhos dos meus.

Exatamente como todos os sonhos que tive desde que terminamos.

- Ah Henry - ela me abraça e rapidamente um cheiro de rosas e tecidos ivande minhas narinas.

É o cheiro do paraíso.

Eu poderia ficar aqui para sempre, é aqui que esqueço tudo.

Meu pai, o reino, meus irmãos, obrigações, casamento... Ayla.

- Eu sinto muito, tudo aquilo foi horrível. Nem imagino como deve estar sua cabeça... - ela infelizmente desfaz o abraço e começa a falar o quanto esta sentida com tudo.

Mas tudo que consigo pensar é em puxa-la de volta para os meus braços.

- ...Pobre Ayla, a coitadinha deve estar aterrorizada - o nome da minha noiva saindo da sua boca me trás de volta a realidade.

- Sim, ela está descansando agora.

Um silêncio se instala entre nós.

- Então...vocês ja ficaram a sós? Vocês parecem se dar bem pelo que vi na praça - ela desvio o olhar para o chão - como se ja se conhececem.

Ela está com ciúmes?

- Nós trocamos cartas desde que éramos crianças - digo tentando algum tipo de provocação que parece funcionar ja que ela me lança o mesmo olhar que me lançava quando eu tirava algumas princesas para dançar nos bailes.

Uma coisa que eu amo em Taylor é que ela é completamente transparente. Sempre foi muito fácil saber lidar com ela por conta disso.

Ela desvia o olhar do meu e olho pra trás.

Se aproxima lentamente e põe a mão no meu peito.

Isso está acontecendo mesmo?

- Sinto sua falta...

Seus lábios pequenos e rosados vem em minha direção e eu não faço nenhum movimento com medo de acordar e perceber que isso é apenas uma sonho.

Mas é real.

O que eu tanto esperei por meses depois dela sair da minha cama furiosa após descobrir que o meu noivado vai finalmente acontecer.

Depois de ela ter jogado na minha cara todas as coisas que fez por mim.

Depois de ter partido meu coração...

Mas não foi por mal, ela estava abalada com o noivado.

Ela me ama.

Quando seus lábios encontram o meu era como voltar para casa.

Percebendo que não era apenas um sonho, rapidamente agarro na sua cintura. Ela me empurra contra a parede cor de salmon e eu puxo sua perna esquerda para cima apertando sua coxa que agora estava exposta.

Sua língua brinca com a minha enquanto nos beijamos com urgência e saudade. Prestes a terminar o beijo ela morde o meu lábio inferior e se afasta.

Olho-a ofegante e entendo rapidamente que isso definitivamente não foi uma despedida.

Ela da um sorriso de canto, vira as costas e some pelo corredor.

AYLA (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora