Dia 4
Por onde anda o amor? Onde andam as casas iluminadas ou cheiro de café quentinho? O piar dos passarinhos que tanto me faziam cantarolar? Por onde anda a compaixão e aquela compreensão, o frio na barriga e a trocar de olhar?
Por onde andam as ruas cheias de alegria, o abraço apertado e o beijo de nariz? As cócegas que sentia na testa, o estalar de dedos constantes e o "eu te amo" que a muito não diz?
Falando em amor, por onde anda a saudade? O afeto? Onde anda você? Hoje é domingo, nunca vi um domingo mais triste feito esse. Nunca senti tanta falta de algo que nunca sequer foi meu.
Por onde anda esse tal amor? E porque não vem me visitar de vez em quando? Me deixar esperando sempre em qualquer lugar.
Procuro tarefas a fazer, incensos pra acender, fotos para tirar e... nada de você. Nada desse sorriso doce, da risada sem graça, o cigarro que você fumava... Eu odiava o cigarro. Mas amava você.
Hoje eu mesma fumo o cigarro, aquele que eu sempre detestei, pra me trazer a sensação de que está comigo, irônico não é? Mas você não está, nunca esteve, porque eu ainda fumo? E porque você fumava? A sensação só aumenta e a dor no meu peito se intensifica, e eu? Ainda sinto saudade, ainda me questiono por onde anda esse tal amor... e sem respostas. Nunca tive respostas.
Repito as palavras de Clarice, pra ver se meus pensamentos mudam, Carolina não adianta desesperar, desesperar é mais fácil que trabalhar, e não mudam. Então me vou, mais um trago. Dois. Três. E cadê você?
Eu quero a alegria de volta, as pessoas nas ruas, os pássaros cantantes, e até o estalar de dedos. Ou será que nunca houve risadas pelas ruas? eramos só nós iluminados e iluminando-as? Nunca saberei.
Cadê o amor? Por onde anda o amor? Agora só me resta o caos e a dor, agora vivo num domingo de chuva, eu amo chuva. Mas odeio não te ter pra mim. Onde está o amor? Eu não sei mais dizer, hoje não sou a Lina perfeita que contempla a vida, mas que respeita a morte e o que vem depois dela. Ainda Carolina, ainda alguém. Alguém que ri e principalmente que chora, e chora muito, e sente dor, muita dor. Ainda alguém.
Eu nem pergunto mais onde anda o amor, nem pergunto mais se você o sente, nem pergunto mais se eu ainda o sinto, mas sinto e sinto muito, sinto tanto... eu sinto.
Onde anda... eu não sei mais. Nada como um dia após o outro até que eu me esqueça de vez que esse tal amor algum dia existiu. Nada como fingir que nunca existiu.
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Carolina
PoetryE se nós nos deixássemos levar por nossos pensamentos mais sinceros? Se abrissemos nossas mentes para tentarmos entender o mundo ao nosso redor? Ter a menor das sensações e se sentir como se fosse a melhor coisa que já lhe aconteceu? Este é um cont...