Lisboa.

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Dia 15

Palavras não ditas, teu calor me acolhe, teu sabor me encolhe, te acolho, te sinto, te seco, me seco, te perco.

Palavras não ditas, meu olhar diz por mim, seu olhar diz que sim, e eu? Eu me perco nesse teu olhar, verde intenso brilhante, como uma folha de primavera, a risada de uma criança e o cheiro de uma brisa fresca.

Palavras não ditas, que eu te digo agora, te dedico agora, te recito agora.

Me deixo levar, te deixo levar, pode ir, sei que vai voltar, sempre volta, e eu aqui.

Palavras, apenas, palavras, canto a música e danço na chuva, e você dança comigo, a melodia do nosso amor nunca dito, mas sentido. E sentindo te levo no ritmo de nossos corações, e dançando, na chuva, os pingos caem, e entre beijos e danças as palavras nunca proferidas pairam no ar, nunca ditas, nunca ouvidas, mas estão lá.

O abraço vem, mais um, três, quatro... E o medo de dizer adeus? E o medo de tu não voltar? O medo de nunca dizer, nunca escutar? Meu coração aperta e te aperto junto ao peito, e sinto o teu bater mais forte.

Te sinto, me permito dizer, mas não digo. Espero você, espero o amor dizer ou acabar, me sinta de volta, sinta que eu o digo, talvez pense o mesmo, eu não sei dizer.

Te sinto, te seco, te perco... por não dizer.

Meu Lisboa.

CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora