Sam respirou fundo, se virando para a mulher atrás de si, os olhos antes cansados dela, se tornaram em um brilho intenso de medo e surpresa. Sam não disse nada, não havia nada para ser dito, ele não tinha coragem, ainda, para a olhar nos olhos, então, ignorando sua presença, ele saiu andando na direção oposta de sua - antiga, agora - amada; antes de qualquer outro passo, Sam olhou uma última vez para Satoru, sentindo seu peito se preencher em solidão.
─ Ah, que bom que você está bem, Nii-san. ─ Sam sorriu de forma gentil ao rapaz.
Por fim, Leamas e Sam sumiram no meio da destruição de Shibuya, não dando tempo para Kurosawa ou até mesmo Satoru falar algo, Sam não queria ouvir nada vindo de Kurosawa, pois ele mesmo sabia que mesmo que seu coração tivesse mudado para uma maldição, seus sentimentos eram os mesmos e talvez, ele a perdoasse. Pois ele mesmo sabia que as palavras de Satoru o fariam ficar, e ele não podia, ele simplesmente não podia, desde o começo, Sam e Satoru, haviam feito escolhas que o fizeram mudar de caminho, seus destinos estavam separados. Sam não podia voltar, não mais, ele mancharia suas mãos, mesmo com todo seu medo, ele mancharia suas malditas mãos, ele sabia que sim, seriam manchadas de sangue.
Sam via toda a destruição, mas diferente de Itadori que, certamente, sentiria o peso de suas ações, Sam não sentia nada, nenhum daqueles corpos mortos, ou sangue daqueles inocentes jogado pelos lugares, o fez repensar suas escolhas, maldito humano, ele havia se esquecido de como se culpar, tudo o que ele conseguia sentir, era nojo de tanta sujeira, ele não era igual a Kenjaku, não chegava nem perto de seus ideias, mas todos aqueles humanos jogados em qualquer canto, o faziam querer vomitar, era tanta sujeira que não seria facilmente limpa. Leamas o seguia quieto, de forma calma e obediente, evitando respirar fundo, ele não queria incomodar seu mestre, a maldição estava envergonhada do que havia feito mais cedo.─ Leamas. ─ Sam o chamou de forma formal, fazendo a maldição estremecer, ele não sabia o que esperar. Leamas parou, esperando que seu mestre continuasse ─ O que você e Kami foram quando humanos? ─ A pergunta deixou a maldição confusa e envergonhada, ele se questionava do porquê, por que de repente essa pergunta?
─ Não... fomos nada, meu senhor, apenas servo e mestre. Por quê? ─ Leamas disse de forma receosa.
─ Então, por que o beijou? ─ Sam havia finalmente olhado nos olhos da maldição, fazendo o mesmo estremecer ─ Não me importo, de verdade, mas... esse sentimento no meu peito que, claramente, não é meu, me incomoda. Então, me diga, como se estivesse explicando para o próprio Kami. ─ Sam sorriu de forma gentil ─ Por que o beijou, Leamas? ─ Esperou que a Maldição o respondesse.
─ Eu... Só pensei que poderia impedir a extinção de uma raça, meu senhor. ─ Leamas apertou suas mãos de forma nervosa.
─ Hum... É? Estranho. ─ Lambeu seus lábios de forma pensativa ─ Ainda sinto o gosto do seu beijo, sabia? E não me parece de alguém que pensou em impedir uma extinção. ─ Sam deu um sorriso caloroso e gentil, fazendo Leamas ficar envergonhado. O menino nunca havia agido dessa forma, então, a maldição não sabia o que fazer nessa situação.
─ Meu senhor, o que pretende fazer agora? ─ Leamas mudou rapidamente o assunto.
─ Hum... Bem, eu realmente não sei. Não temos o que fazer agora. Kurosawa já sabe que estou vivo, eu só preciso... Planejar a forma como matá-la. ─ Sam coçou sua nuca.
Na verdade, Sam não conseguiria matá-la, ele ainda tinha todos aqueles sentimentos incomuns dentro do seu peito. Kami havia devorado seu coração, mas seus sentimentos continuavam ali, ele havia ficado aliviado que Kurosawa estava viva, que problemão, não? Mesmo que o fogo do inferno ainda queimasse todos os dias em suas veias inexistentes, Sam ainda sentia seu peito calorosamente amá-la. Antes de matá-la, se fosse matá-la, Sam queria a questionar os motivos do porquê ter feito aquilo; por que o matou?
O menino tinha essa pergunta na ponta da língua, e isso o forçava a todos os dias se questionar; teorias, atrás de teorias e nenhuma conseguia responder sua própria pergunta. Sam estava cansado de todo o caos que havia acontecido, então, juntamente a Leamas, decidiu ir atrás de um lugar que pudesse dormir, ele só pensava em deitar em uma cama macia e relaxar.Por outro lado, Kami começaria a planejar seu entretenimento. Ele mataria Satoru Gojo, pelas mãos de Akane Kurosawa; maldito deus entediado, não via a hora de começar seu show de horrores. Naquela mesma noite, Kami esperou que Sam desabasse no seu próprio cansaço e foi ao encontro daquela mulher, ele não poderia simplesmente sair do corpo de Sam, o menino dependia dele para estar vivo, então mandou seu mensageiro e único servo, ir atrás de Kurosawa, Leamas. Por incrível que parecesse, nem mesmo o próprio deus sabia dos motivos que levaram a menina a matar seu amado; por isso, usaria isso, ao seu favor, ela ainda deveria ser atormentada pelos motivos do porquê de matar Sam, e por isso, atormentaria ela, até que a máscara caísse, isso seria fácil, a menina era uma humana, mesmo sendo feiticeira, ela ainda cometia erros como qualquer outra raça, Kami não esperava a hora para matar Satoru, sua animação era tanta que fazia seu trono cheio de maldições, se moverem em tamanha alegria pela felicidade de seu lorde. Maldito Deus, ele não conseguia conter sua gula, a vontade de comer a alma de Satoru era tamanha, a alma dos Seis Olhos, faziam a boca de Kami salivar, e isso era estrondoso, maravilhoso. Kami sabia que seus planos dariam certo, afinal, Leamas nunca havia o decepcionado e não seria agora que o servo azulado faria isso; querendo ou não, o servo o amava mais que qualquer coisa, então faria de tudo pela sua maldita felicidade, Leamas faria qualquer coisa, mataria quem Kami desejasse, inclusive quem não era pário, Satoru Gojo.
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SAM: A Maldição de Morrigan ─ Jujutsu Kaisen | zxichiro [CONCLUÍDO]
Fanfiction─ Sam, um Feiticeiro de Nível não tão Especial quanto seu Nii-san, decide deixar de lado todos os seus sonhos, objetivos e conquistas, dedicando sua vida toda a quem amou um dia. Cego pelos sentimentos que criou, foi morto pelas mesmas mãos q...