Capítulo XX ─ ″ Sem Vida ″

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Chamada Desconhecida, 18:30 PM
01m35s

─ Eu encontrei o corpo do Satoru. ─ Uma voz disse de forma desesperada. ─ Até então eu pensei que fosse um desmaio alcoólico porque é o Satoru, mas... ele está morto. ─ A voz concluiu, causando terror na outra pessoa ao outro lado da linha.

Morto? Satoru Gojo está morto? Você tem certeza? ─ A pessoa do outro lado questionou de forma duvidosa, isso parecia surreal.

Eu tenho, estou checando os pulsos a meia hora. Ele está morto! ─ O barulho das sacolas sendo deixadas no chão ecoou.

Traga o corpo, Shoko irá examinar melhor. Enviarei um carro para te buscar. ─ A pessoa finalizou.

A ligação foi encerrada, a notícia do corpo de Satoru foi entregue e de repente, espalhada. Alguns acreditavam ser uma brincadeira de mal gosto, enquanto outros não conseguiam assimilar essa informação. A maioria dos alunos se questionavam o que fariam de agora em diante, muitos haviam entrado de cabeça no mundo Jujutsu pela confiança que Gojo passava, e com sua morte, nenhum deles conseguiriam continuar, suas proteções foram em vão. Satoru Gojo estava morto.
Itadori foi o que pareceu mais abalado com toda a situação, quando Megumi lhe contou o ocorrido, o menino não conseguia expressar seus sentimentos. Seu Sensei estava morto, e Sukuna dentro de si, ria tão satisfeito que nada parecia que calaria o temido Rei.

NÃO BRINCA! Deve ter sido aquele moleque daquela vez. ─ Sukuna ria satisfeito ─ Como era mesmo o nome dele? Kami! Esse moleque não existe. ─ Ele parecia mais feliz do que nunca.

Itadori permanecia imóvel, quieto, escutando todas as palavras de desdém que Sukuna lhe falava. Itadori parecia que estava ficando insano, a cada momento que passava, então era sobre isso que Sam havia dito, sobre serem inimigos futuramente; ele não sabia que mataria seu próprio irmão. Sam, naquela mesma noite, acordou, recebendo a notícia do seu Nii-san, Sam se olhou no espelho, encarando sua própria face, fazia muito tempo desde que havia visto seu próprio rosto, o menino, encarou com ódio a si mesmo e de repente, começou a enforcar-se.
Por um momento, Kami viu aquilo e tomou o controle de suas mãos rapidamente, invocando um pequeno rosto nas bochechas de Sam.

QUE PORRA VOCÊ TÁ FAZENDO SEU HUMANO IMUNDO? ─ Kami disse em completa raiva.

Seu... filho da puta. ─ Foi a única coisa que Sam conseguiu dizer, antes de desabar em lágrimas. Tudo o que sentia, era o desespero de saber que a probabilidade de si mesmo ter perdido o controle e matado Satoru, era grande. ─ Você me jurou, jurou que não iria encostar no Satoru, seu lixo! ─ Sam chorou como uma criança, chorou como nunca.

Kami parecia incrédulo com tudo aquilo, o garoto durão havia desaparecido. O Deus nunca havia presenciado um choro que não fosse causado por ele, então, não sabia como reagir.

Eu não fiz nada. Tudo bem que eu quisesse matá-lo, mas eu não faria isso de uma forma tão idiota. ─ Kami disse sem se importar com suas palavras. ─ E sinceramente, seria uma perca de tempo. Afinal, eu vou poder fazer o que eu bem entender, quando você finalmente completar essa vingança de merda. ─ O Deus riu de forma insana.

Ele tinha razão, a criança chorosa, levantou seu olhar de forma lenta, encarando Kami pelo espelho, o Deus tinha toda a razão, ele não tinha motivos para matar Satoru, não agora, ele poderia fazer isso a hora que quisesse quando tudo isso acabasse.

Mas... se te serve de consolo, eu sei quem o matou. ─ Kami sorriu de forma convencida.

Sam arregalou seus olhos, a ansiedade preencheu seu peito, ele precisava saber, ele necessitava saber quem matou seu irmãozão. Sam se levantou de forma calma, olhou diretamente para Kami pelo espelho.

Você parece a porra de um cachorro sem dono. ─ Kami sorriu de forma debochada.

Quem... matou ele, Kami? ─ Sam ignorou completamente o comentário de Kami.

Oh... não, não, não. Você vai precisar fazer algo em troca. ─ O Deus sorriu de forma insana. ─ Sukuna. Eu quero me divertir com aquele Rei Patético. ─ Kami sorriu mais ainda.

     Sam havia entendido, por isso, desviou seu olhar do espelho e caminhou até a porta do quarto que estava. Sam se certificaria que Sukuna se encontrasse com Kami por aquele mesmo maldito domínio que ambos uma vez estiveram, tudo o que ele precisava, era de Itadori, mas talvez, dessa vez, fosse difícil para ambos estarem juntos.
       Sam caminhou pelas ruas daquela cidade grande, ele ainda se lembrava do caminho da Escola que um dia esteve. Ao chegar, parou em frente a porta, sendo recebido por vários feiticeiros de nível baixo que ainda nem tinham desenvolvido todo seu domínio e por fim, Itadori.

O que cê tá fazendo aqui? ─ Itadori perguntou de forma brusca.

Kami me pediu para conversar com o Sukuna. ─ Sam respondeu de forma direta, Itadori parecia desconfiado, e de repente, o rosto sádico do Rei das Maldições apareceu.

Hah, qual foi moleque. Me deixe brincar um pouco com o menino da Gula. ─ Sukuna riu de forma insana, se sentindo confortável com a situação em que estava.

      Itadori pareceu, por um momento, hesitar, mas por fim, se aproximou de Sam, todos os feiticeiros se aproximaram de forma repentina, acompanhando o menino e por fim, ambas as mãos tocaram, fazendo os dois sentirem todas as coisas que sentiram na primeira vez. A ausência das coisas necessárias que um humano precisa.

Moleque da Gula... quanto tempo! ─ Sukuna parecia realmente feliz com a presença de Kami.

Senhor Sukuna, não nos vemos a muito tempo. Tenho certeza que se eu não pedisse ao meu humano, você nunca iria vim ao meu encontro. ─ Kami sorriu de forma satisfeita.

Digamos que seja um pouco difícil. Sem contar que, por que um rei como eu, se esforçaria para encontrar uma mera maldição? ─ Sukuna disse de forma rígida, tentando atiçar a raiva do Deus.

        Kami ficou em silêncio, ainda com seu sorriso debochado, ele entendia o que Sukuna queria fazer e não cairia nas suas brincadeiras; no final, o Rei sabia quem tinha o cargo maioral por aqui.

Oh, eu achei incrível como matou Satoru Gojo. ─ Sukuna disse, causando espanto em Sam, que por um momento, realmente, parou de respirar.

Não, não, não. Não se engane, meu rei. Quem matou foi a humana. Akane Kurosawa. ─ Kami finalizou, com um sorriso.

        Itadori e Sam, por fim, ficaram em silêncio, em completo silêncio, Itadori não sabia o que dizer, por que ela teria feito isso? Sua melhor amiga e quase sensei. Sam, por outro lado, ele sentia todo o fogo do inferno que um dia fez ele voltar a vida; e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele rompeu a ligação que Sukuna e Kami tinham, e virou as costas para Itadori. O menino estava desorientado, a raiva, o ódio, nojo, desespero, todas as coisas estavam misturados como um grande bolo; a resposta estava debaixo do seu nariz. Sam demorou, demorou muito para criar coragem e matar Kurosawa, por isso, como consequência da sua imprudência, seu irmão mais velho morreu, maldito humano incompetente, não conseguiu fazer a única coisa que o fez voltar a existir.
      Sam caminhou desorientado ainda, ele sabia exatamente para onde ir, onde toda essa merda começou, sua antiga vida, sua antiga casa, para seu antigo amor. Ele deixaria para trás qualquer sentimento que restasse, eles seriam queimado pelo fogo que Sam carregava, tudo o que menino precisava, era de um empurrãozinho e Kami estava satisfeito por ter dado esse empurrão.

SAM: A Maldição de Morrigan ─ Jujutsu Kaisen | zxichiro [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora