Com o sol começando a nascer, uma frota de veículos parou na casa de Lucas. Acompanhados por quatro policiais cada, a delegada Cristina e Diego chegaram juntos ao local, mas em carros diferentes. Como a ligação viera do endereço de um dos policiais da delegacia de Cristina, isso fez com que ela viesse investigar o caso pessoalmente.
Sacando sua arma de fogo, ela seguiu em direção à porta com a ajuda de outros dois policiais, Jonathan e Diego, que forneceram cobertura. A agente fez um sinal com a mão para que os outros policiais rodeassem a casa, em seguida ergueu sua mão devagar e agarrou a maçaneta. Quando a girou, a porta não se abriu.
— Tem alguém aí? Recebemos uma chamada — gritou. — Lucas?
Se o invasor pensasse em sair correndo depois de ouvir a voz da mulher, daria de cara com os outros policiais que já deviam estar no quintal da casa.
Cristina olhou para Diego ao perceber que nenhuma resposta viria, este apenas meneou a cabeça, concordando. Então ela afastou-se da porta em dois passos, reuniu força na perna esquerda e chutou a porta, arrobando-a no primeiro golpe.
Cristina, Diego e o policial entraram. Mas quando Diego viu pequenas gotas de sangue, além de objetos espatifados no chão, levando a uma porta destruída ao quarto do casal, ignorou os protocolos e correu até lá.
Sua expressão esperançosa transformou-se em choque, e levando uma mão a boca, transformou-se novamente em tristeza. A mulher estava estendida no chão em uma poça de sangue, metade do pescoço praticamente arrancado, um dos seios encontrava-se completamente destruído. Perto de um dos braços jogados no chão, estava seu celular.
Cristina passou por ele e mandou que Jonathan o retirasse daquela área, pois Diego conhecia a vítima por ser a mulher do melhor amigo dele. Ela fez o sinal da cruz pela crueldade do ataque, chegou um pouco mais perto do corpo e ajoelhou-se para analisar as possíveis evidências.
— Ele está na cozinha, que também parece ter sido um campo de batalha — falou Jonathan. — O que aconteceu?
— Veja o ferimento no pescoço, as marcas...alguém arrancou metade do pescoço dela. Mas olhando assim, parece que não foi nenhuma arma branca. — Cristina colocou a mão no queixo, tentando pensar em algo que se encaixasse. Como não conseguiu pensar em nada, voltou a analisar o ambiente. — Há muito sangue de um lugar só, ela morreu por causa desse ferimento. E pelo tamanho, ela não resistiu por longos segundos.
— Entendo.
— Jonathan, vá buscar uma luva e o saco plástico de provas para guardar o celular...
Cristina escutou os policiais gritando por seu nome do lado de fora da casa, no quintal. Ela franziu o cenho, e ordenou que Jonathan cuidasse de pegar o celular da vítima. Levantou-se para sair do quarto e ao passar pela cozinha, viu Diego cabisbaixo, sua atitude a fez ficar desconfiada de algo. Ele estava muito abalado pela sua colega, e do modo que estava, parecia até um marido de luto.
A porta que levava ao quintal também foi arrombada para o lado de dentro, então percebeu que ele entrou pela cozinha e de alguma maneira a perseguição acabara no quarto. Ela passou por cima da porta no chão para sair da casa. Do lado de fora viu pequenas manchas de sangue espalhadas pela grama, além de mais pelos de algum animal.
Seus policiais estavam enfileirados de uma maneira circular, cobrindo seu campo de visão de algum objeto ou de alguém. Ela aproximou-se deles e enfiou seus dois braços entres dois homens robustos para penetrar dentro do círculo e ver o que estava acontecendo.
Estava lá, o investigador da polícia, Lucas. Caído no chão de bruços, com muito sangue no corpo e ao seu redor também. Cristina ajoelhou-se e checou seu pulso, coisa que os incompetentes pareciam não ter feito, ou saberiam que ele estava...
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O Sétimo Filho ( Romance Gay - Lobisomem)
Hombres LoboLucas tem uma vida perfeita no mundo contemporâneo, com uma carreira gratificante como policial civil, um relacionamento amoroso e um lar confortável. Sempre foi um bom homem, bom filho, um amante voraz e apaixonado ao longo da vida. No entanto, su...