Capítulo 5

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Lucas via apenas flashes de luzes, ele abria e fechava os olhos rapidamente. E recobrando um mínimo de consciência, percebeu que havia pessoas com máscaras ao seu redor e as luzes se tratavam de lâmpadas em um teto branco. Saber de mais detalhes não foi possível por ter desmaiado pela terceira vez desde que chegara ao hospital.

Quando Lucas acordou, ele sentia-se fraco, piscou os olhos várias vezes até perceber que estava em um quarto, e não o de sua casa, era um quarto branco. De ambos os seus lados havia venezianas verticais longas. Sua cabeça estava pousada em um travesseiro macio e liso, e ainda havia o som de bip numa máquina a sua esquerda, que ligavam pequeno fios sorológicos que estavam no seu peito com um curativo em cima.

Ouviu pessoas falando alto do lado de fora e outras pessoas, que Lucas deduziu que fossem enfermeiros ou médicos, pedido para os gritos parassem afim que não incomodassem os pacientes.

O que aconteceu? Por qual motivo estou aqui? Lucas não lembrava. Sabia que tinha ido da delegacia para casa, mas antes passara numa floricultura. Foi recebido por Vitoria na sua casa, e ela estava estranha. E... cada vez que fechava os olhos na intenção de recordar os acontecimentos a sua cabeça doía.

Mas com um extremo esforço, prosseguiu. A mulher andava meio inquieta, todavia não se importou com isso durante a noite. Percebeu que o lençol da cama havia sido mudado, e mesmo assim não a confrontou por pensar que estava sendo paranoico de mais. A situação só tomara o rumo que tomou por abrir a sua gaveta íntima e achar a cueca de outro homem.

Sua mente começou a girar cada vez que chegava mais perto...

Ele não conseguiu dormir ao lado dela sabendo o que sabia, daí decidiu falar com seu melhor amigo, Diego. Com os conselhos do amigo, tentou deixar para lá. Contudo, não conseguiu e cometeu seu maior erro. Optou por invadir a privacidade da mulher e olhar seu celular, onde encontrou mensagens do amigo com quem acabara de conversar.

Mais dor dessa vez...tanta que colocou a mão na testa.

Uma fúria animalesca surgiu de dentro de si e sentiu seu corpo esquentar, ele saiu da casa para o quintal, e simplesmente pulou o muro.

Depois disso, um apagão total...a não ser por flashes.

Flashes de dor, de gritos, não, rugidos. Havia pelos e muitas garras, possuía milhares de dentes e um focinho... Ele não conseguia lembrar perfeitamente dessa parte, as imagens embaralhadas não faziam nenhum sentido.

Uma pessoa abriu uma das venezianas e Lucas saiu dos seus devaneios com um grito. Voltando a sua realidade, seu corpo ardia e sua testa suava. Seus cabelos estavam encharcados e ele respirava muito ofegante. O homem olhou para o lado, viu que seu melhor amigo o encarava com um semblante acusatório.

— O que aconteceu?

— Não sei, diga-me você!

Lucas franziu o cenho, aquela dúvida foi mais acusatória do que uma pergunta propriamente dita.

— Vitoria morreu — comunicou sem rodeios. — Acharam você com uma faca cravada no peito!

O investigador Lucas ficou atônito. Vitoria morreu? Isso não era possível. Ele não podia acreditar, desconfiou das palavras de Diego, mas lembrou-se rapidamente de que ele era o amante e o encarou de volta, com o mesmo semblante acusatório.

— Você era o amante dela! — Lucas fez o seu dedo indicador voar no rosto do outro.

— Isso é uma confissão?

A expressão do investigador se desfez, uma confusão o inundou, e em seguida a compreensão se fez presente.

— Eu sou o suspeito?

O Sétimo Filho ( Romance Gay - Lobisomem)Onde histórias criam vida. Descubra agora