9. According to Plans

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O casamento passou como um borrão por eles, onde ambos reafirmaram o compromisso e amor que deveriam senti um pelo outro, em frente às famílias e aos amigos. A cerimônia lupina e tradicional, foi pequena e rápida, mas tentavam aproveitar, sem o fantasma de tantas mentiras os assombrando. E se fosse em qualquer outra situação, o ômega teria sido verdadeiro com todos ali. No entanto, o peso na consciência sumiu, no momento em que viu a filha caminhando em direção ao altar, vestindo um conjuntinho rosa e segurando o lenço cerimonial.

Ele fazia aquilo por ela. Ele diria sim, quantas vezes fosse preciso, por ela.

O beijo fora um tanto frio, se comparado com todos os outros que já tinham trocado e Namjoon estava especialmente calado. Mas o ômega sabia que não tinha o direito de exigir nada. Não para ele... Não quando ele estava ajudando-o tanto.

O casamento de ambos não tivera música especial em homenagem à eles..., não teve performance grandiosa dos amigos e por algum motivo, ele parecia caminhar entre a dúvida e a certeza de que os amigos sabiam o motivo pelo qual ambos estavam casando... E nada tinha a ver com o amor que eles diziam reafirmar em frente a anciã da matilha Kim, às famílias e aos amigos.

Os dois estavam abraçados e dançavam pelo salão, enquanto os convidados os observavam..., mas ainda assim, todos sorriam tanto. Era a primeira dança dos dois como casados e se o ômega acreditou que o nervosismo passaria, ele estava muito enganado.

— Você está tão calado... — Seokjin sussurrou, finalmente dando voz aquele pensamento incômodo, depois que o alfa o rodopiou e voltou a abraçá-lo. — Você ainda está chateado por causa da música?

— Não é bem chateado. — Namjoon falou, descendo a palma da mão para o meio de suas costas, tentando lhe dar um pouco de estabilidade durante um giro. — É só que... suas músicas parecem tão dolorosas...

— Ah... — O ômega grunhiu. — São apenas músicas, Namjoon. Nada demais. — Seokjin desconversou, ainda era um assunto estranho.

— As músicas de vocês sempre foram sobre sentimentos genuínos. Como quer que eu acredite que não se sente quebrado, quando todas as suas músicas são assim? — Namjoon o olhava nos olhos..., profundamente. Como se buscasse algo ali que sanasse todas as perguntas que não conseguia fazer em voz alta.

Seokjin pensou sobre aquilo e não conseguiu achar uma resposta que fosse satisfatória. Afinal, ele nunca soube o porquê de suas músicas serem tão melancólicas. E não podia negar que de fato, sempre tentou manter suas composições o mais sinceras que conseguisse, mesmo com toda a licença poética que usava. 

Talvez ele fosse quebrado, em algum nível elementar. Faria sentido tal coisa.

— Eu sempre me senti deslocado. Nunca consegui decidir o que queria fazer da vida e sempre aceitei tudo o que lançavam para mim, porque eu sabia que não tinha tempo ou recursos para pensar demais. — O ômega sussurrou. — Eu simplesmente aceitei a música, então as minhas composições são reflexo do que eu nunca soube que sentia ou que queria.

— Como posso ajudar a esclarecer as suas dúvidas? — Namjoon o questionou resoluto. — Me deixe ser a pessoa a te ajudar a entender esses sentimentos... por favor?

— Não é a sua função, Namjoon.

— Deixe que seja. Me deixe ser o seu marido, Jin. — Namjoon o olhava tão profundamente, que Seokjin sentiu as famigeradas borboletas no estômago, e ele quis correr. — Marido de verdade e pelo tempo que quiser que eu seja.

— Mas nós não nos amamos, Joon. — Seokjin proferiu e ele sabia que havia dor naquelas palavras. Ele pousou a palma da mão no rosto do alfa, enquanto ambos ainda dançavam pelo salão de festas.

Mono Hearts [NAMJIN] A|B|OOnde histórias criam vida. Descubra agora