Capítulo 3

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Tive uma manhã um pouco conturbada por conta de uma queda no sistema. Alfred, da tecnologia, conseguiu recuperar a maioria dos trabalhos, mas tive que refazer várias coisas. Pedi o almoço um pouco desanimada. O senhor Cooper trabalhou de casa e Jones só saiu da sala para me pedir alguns documentos.

Na hora do almoço, fiz uma chamada de vídeo para minha amiga ruivinha convidando-a para fazermos algo no domingo. Marcamos de ir ao Be At One, um bar onde fomos no dia do seu aniversário. Mesmo não gostando muito de beber, estava precisando espairecer. E se fosse necessário tomar uma garrafa inteira de whisky para esquecer dos meus problemas, faria isso de bom grado.

No final do dia, quase todos da empresa já haviam ido embora. Encontrei a Amanda do setor de RH, no elevador, e fomos jogando conversa fora até a saída.

Andei cerca de vinte minutos até o shopping CF Richmond Centre, um dos mais frequentados da cidade. Gostava muito devido a grande variedade de comida oriental. Sempre trazia tia Suzy para comer yakisoba, seu prato preferido. Costumávamos fazer um programinha desses duas vezes por mês.

Bem, isso foi antes do Stefan.

Assim que me sentei na praça de alimentação fui abordada pela senhora Stela Miller, a mãe do Jones:

— Emma, querida! Quanto tempo! — Ela me deu um abraço caloroso ao qual retribuí com carinho.

Ela era praticamente da minha altura, tinha cabelos loiro acinzentados e olhos castanhos claros. A senhora Miller sempre me tratou com muito carinho e humildade, segundo ela, teve uma infância difícil e trabalhou a vida inteira junto do seu ex marido para dar o melhor ao filho. Mesmo depois do Jones construir seu império no mundo hoteleiro com o Sr. Cooper e se tornar acionista em outros negócios espalhados pelos Estados Unidos, ela nunca deixou de lado sua simplicidade.

— Como vai, senhora Stela? — Perguntei. Em seguida, fiz sinal para que ela se sentasse na cadeira a minha frente.

— Ah, querida, estou enlouquecendo com os preparativos para o natal. Iremos receber algumas visitas em casa e Jones me encarregou de resolver tudo! — Disse entre risos.

— Que bom, essa época do ano é sempre adorável.

— Mas e você, Emma? Como vai? Está tão abatida, querida. — Ela pôs as costas da mão em minha testa para verificar minha temperatura — Está doente?

— Não, estou bem. Deve ser o frio.

— Ah, sim, que bom. E o trabalho? O Jones não está pegando pesado com você, não é?

Sorri achado graça na sua pergunta. Neguei com a cabeça.

— Na verdade, o senhor Miller quase não precisa de mim, ele é autossuficiente.

— Ah, isso é verdade. Jones nunca mediu esforços para absolutamente nada. O único problema que ele tem é dedo podre para mulher — ela gargalhou, e acabei rindo junto.

— Como assim?

— Ah, minha filha, essas esnobes que se acham o último biscoito do pacote, sabe? Já disse para ele nem se dar ao trabalho de me apresentar.

Tentei imaginar meu chefe com uma mulher assim e não consegui.

— Mais e você? Está namorando?

— Eu? Não, imagina. Meu último relacionamento foi há dois anos. Decidi me dar um tempo.

— Faz bem, querida. Os homens são muito complicados!

Concordei com a cabeça. Ela se levantou, colocou as duas sacolas penduradas no braço e se despediu:

A Minha Vez: Emma livro 3 - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora