Capítulo 4

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A semana se passou como em num piscar de olhos. Já era sábado de Natal. Fazia um bom tempo que eu não acordava tão feliz, como naquele dia.

Amava aquela data. O natal era, para mim, a melhor época do ano. Naquele fatídico dia, resolvi me reconciliar com tia Suzy. Não cabia brigas ou ofensas no natal. E mesmo com o fato de estarmos estranhas uma com a outra desde nossa desavença na semana anterior, decidi passar por cima de tudo.

Acordei cedo e tomei café com ela. Trocamos presentes, demos risadas juntas e, por um instante, tudo voltou a ser como era antes, sem problemas ou confusões.

Na hora do almoço, liguei pra Eivy e Catharine. Elas são amigas de infância e, depois que Eivy veio morar em Richmond, acabei me aproximando de Cat também. Era uma amizade à distância, pois ela morava no Brasil, mas era um laço verdadeiro que só me fazia bem. Nós tínhamos um grupo que usamos para conversar sempre que precisamos. Eivy me convidou para participar da ceia dela junto com o sr. Cooper e a Denise, a irmã dele, mas preferi passar a noite com minha tia. Sempre fomos nós duas, não quis deixá-la só.

Ao entardecer, comecei a me arrumar. Pus meu vestido vermelho. Ele possuía uma fenda lateral que caiu como uma luva em meu corpo. Quando o vi na vitrine, não consegui resistir. Para finalizar, soltei os cabelos e fiz ondas que deram uma ilusão de mechas cheias.

Assim que desci a escada, tive o desprazer de encontrar Stefan me avaliando da cabeça aos pés. Me senti tão desconfortável que quase torci o pé com meu salto.

— Ah, Emma...! Como está linda! — Minha tia apareceu com uma travessa de vidro na mão. Ela vestia um macacão longo na cor vinho.

— A senhora também está linda, tia.

— Ah, sem dúvidas! Minha namorada é a mulher mais linda dessa cidade — Stefan disse de forma carinhosa, e tia Suzy, envergonhada, se derreteu.

Se eu não soubesse o crápula que era, acreditaria que estava apaixonado pela mulher.

Os dois seguiram abraçados para a pequena mesa de jantar, e eu os acompanho logo atrás.

Nossa casa era simples em comparação às grandes mansões que havia por aí, mas em compensação, era muito aconchegante. Ver a mesa bem farta e a casa toda decorada me trazia um pouquinho de nostalgia e gratidão por termos conseguido conquistar tantas coisas. Há uns dez anos, mal tínhamos comida para comemorar o natal. Mesmo assim, éramos muito gratas. Ver como conseguimos vencer as dificuldades e os tempos ruins me deixava orgulhosa.

Sentamos na mesa prontos para começar a degustar quando Stefan se levantou.

— Antes de começarmos a jantar, gostaria de falar uma coisa. — Ele olhou para mim e voltou a falar — Primeiramente, gostaria de te dizer, Emma, que quero ficar em paz com você. Me comprometo a esquecer de tudo e recomeçar a partir de agora.

Ele ainda conseguia me surpreender com seu cinismo. Como se eu tivesse feito alguma coisa para ele esquecer.

— Principalmente porque — continuou — quero que nossa família seja unida daqui pra frente. — Ele se ajoelhou diante de minha tia, e meu corpo entrou em estado de alerta.

— Stefan! O que... está fazendo? — Tia Suzy levou as mãos à boca.

— Suzy, você é uma das melhores coisas que aconteceram comigo nos últimos tempos. Quero que seja minha mulher. Quer se casar comigo?

Senti meu estômago embrulhar e o vômito quase veio à garganta.

Tia Suzy se emocionou e estendeu a mão direita para Stefan colocar o anel, que estava dentro de uma caixinha preta.

A Minha Vez: Emma livro 3 - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora