POV Camila
Tudo bem. Concordar em responder às perguntas de Lauren Jauregui não foi uma das melhores escolhas que já fiz. Mas, para ser honesta, como fazer boas escolhas não tem sido um dos meus pontos fortes, não me parece tão absurdo assim.
No entanto, seguir esse padrão de más escolhas não diminui o meu receio de acabar falando demais, ainda que eu pretenda não revelar nenhuma verdade mais profunda.
Por um segundo, penso em voltar atrás e dizer que não vou ser sincera de jeito nenhum só para suborná-la a fazer uma coisa que já deveria estar fazendo há muito tempo.
Então, noto a tensão em seu rosto quando olha para o leg press. Está nervosa. Quer dizer, também está brava, e concluo que não sou a única que está furiosa por ter se deixado encurralar. Mas não é a raiva de Lauren que faz com que eu engula meu orgulho e cumpra o combinado, mesmo às custas da minha privacidade. É seu desconforto.
Seu medo de falhar.
Ela se dirige ao leg press como se fosse a guilhotina, e eu ignoro mentalmente toda a baboseira motivacional que imagino que ensinem na disciplina de introdução à assistência domiciliar para lidar com esse tipo de situação. Espera-se que eu seja uma animadora de torcida, mas essa mulher precisa de algo completamente diferente. Agindo apenas por instinto, estico a mão e dou um tapa na bunda dela.
Lauren se sobressalta e me lança um olhar incrédulo por cima do ombro – que, por sinal, é bem esculpido e muito tentador.
— O que foi isso? — Ela reclama.
Dou de ombros como se dar um tapa na sua bundinha firme e, hum, perfeita não fosse grande coisa.
— Achei que precisava de um incentivo.
Ela levanta as sobrancelhas.
— Ah, claro. Preciso mesmo ser incentivada. Por que não faz exatamente isso? — Seus olhos se fixam no meu peito, e meus mamilos endurecem em resposta.
Ah, que merda. Saiu pela culatra.
Faço sinal para que continue.
— Anda, Jauregui, não temos o dia todo. Todas as mulheres precisam se exercitar também.
Ela me lança um olhar compreensivo.
— Sei bem o tipo de exercício de que você está precisando...
Faço uma careta e aponto para o banco.
— Anda.
Seu rosto não revela mais que está com medo. Sua expressão é vazia, como se estivesse preparada para o fracasso.
— Tá. — Eu digo, indo para perto do aparelho, grata por minha mãe ter me contratado um personal trainer quanto tinha dezesseis anos. Parece maluquice, mas pelo menos sei mexer nos aparelhos.
Ela coloca a perna direita no lugar, mas hesita antes de posicionar a esquerda. Está com uma calça de moletom preta, de modo que não consigo ver o ferimento. Eu meio que prefiro assim, embora odeie admitir isso.
Nem reparei nesse ferimento ontem à noite, quando a encontrei de cueca, mas a verdade é que tinha coisas mais importantes com que me preocupar. Tipo o fato de que a mulher estava tendo um pesadelo muito maluco. E que ela descobriu rápido demais o que fazer com o meu corpo.
Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, tomando o cuidado para não trocarmos olhares.
— Você está vermelha. — Lauren diz. — Em que está pensando?
Olho pra ela. Desconfio que sabe exatamente o que estou pensando. Parece que uma sombra — poderia ser remorso? — passa pelo seu rosto, e por um segundo acho que vai pedir desculpas por ontem à noite. É o que deveria mesmo fazer.
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A Bela e a Fera (Beauty and the Beast - Camren - G!P)
RomanceNessa recontagem moderna de "A Bela e a Fera", trago-lhes uma história irresistível de perdão, cura e, acima de tudo, amor. Aos 22 anos, Camila Cabello tem Nova York aos seus pés. Por fora, ela é a garota perfeita: linda, inteligente e caridosa. Mas...