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O barulho da estação de metrô era ensurdecedor, como se milhares de pessoas estivessem gritando ao mesmo tempo

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O barulho da estação de metrô era ensurdecedor, como se milhares de pessoas estivessem gritando ao mesmo tempo. Minha tia, Andrômeda, chorava silenciosamente, suas lágrimas escorrendo pelo rosto. Piper, minha prima, se esforçava para acalmá-la, passando a mão nas costas dela enquanto sussurrava palavras de conforto.

— Calma, Mãe. Vai dar tudo certo — dizia Piper, com uma voz suave, tentando trazer um pouco de tranquilidade àquele momento caótico.

Bocejei, tentando espantar o sono que me dominava. O desejo de largar minha mochila e voltar para casa era irresistível. Eu só queria me jogar na cama e dormir por horas a fio. Mas ali estava eu, prestes a embarcar em uma nova fase da vida.

Meu primo Luke andava de um lado para o outro, como um leão enjaulado, e isso me deixava tonto. Não consegui conter um resmungo involuntário.

— Você vai acabar me fazendo ficar tonto com esse vai-e-vem — murmurei, olhando para ele com os olhos pesados.

Ele parou imediatamente e se sentou ao meu lado, sua expressão séria refletindo a preocupação que todos estavam sentindo. Assim como eu, Luke era loiro e tinha olhos azuis brilhantes. Era curioso como o DNA funcionava; ele puxou a aparência da mãe dele, que era idêntica ao meu pai. Já Piper era uma cópia viva do pai falecido: ruiva com olhos verdes.

Luke tinha apenas 20 anos, mas sua aparência o fazia parecer mais velho. Se eu não o conhecessem e alguém me dissesse que ele tinha 25 ou 30 anos, eu acreditaria sem hesitar.

— Precisamos falar sobre as regras — começou Luke, esfregando as mãos nervosamente. — Nada de álcool ou qualquer substância tóxica. Sem brigas e sem se envolver com pessoas comprometidas. E por favor... não faça nada que não deve fazer!

Ele olhou nos meus olhos intensamente.

— Sem perguntas idiotas! Não extrapole os limites da paciência das pessoas de lá! Ninguém entende como as coisas funcionam na capital e eu realmente não quero ter que ir no seu velório porque você fez algo estúpido. Estamos entendidos? — Ele listou cada ponto com precisão cirúrgica.

— Nicolai! Preciso que diga que entendeu! — insistiu ele.

— Eu entendi, Luke! Não precisa me tratar como se eu tivesse 10 anos! — respondi, tentando manter a calma.

— Mesmo? Você se envolveu em briga no mesmo dia em que foi selecionado! Quem me garante que não vai fazer o mesmo quando chegar lá?

— Olha, eu prometo que vou me cuidar — falei firmemente. — Quando eu conseguir um dinheiro vou mandar para vocês; não vão precisar se matar de trabalhar por minha causa.

Luke respirou fundo e sorriu tristemente.

— Eu vou sentir sua falta, meu irmão — disse ele antes de me abraçar fortemente. Fechei os olhos e segurei a súbita vontade de chorar como uma criança em seu colo. Era difícil acreditar que aquele era meu último dia ali com a minha família, as pessoas que mais amava na vida.

De repente, um homem vestido em um smoking se aproximou e chamou:

— Senhor Feralis! Seu trem está de partida; você deve entrar nele imediatamente!

Assenti com a cabeça enquanto me levantava. Minha tia Andrômeda e Piper vieram correndo até mim.

— Nunca se esqueça de nós, está bem? — Piper disse com os olhos brilhando de lágrimas enquanto me abraçava forte. — Se eu tiver a mesma sorte que você, nós nos encontraremos daqui cinco anos!

— Eu conto com isso, pirralha piolhenta — respondi com um sorriso triste.

Andrômeda secou as lágrimas e passou a mão nos meus cabelos cacheados numa tentativa delicada de arrumá-los.

— Você é igualzinho ao seu pai na aparência... mas é cabeça dura que nem sua mãe — ela soluçou suavemente. — Eu amava sua mãe como se fosse minha irmã, sabia? E eu amo você como se fosse meu filho. Cuide-se lá fora e seja um bom menino. Eu amo muito você, Nick.

— Eu também amo você, tia — abracei-a apertado. — Como se fosse minha mãe.

O homem do metrô me chamou mais uma vez e comecei a seguir em direção ao trem. Entrei no vagão reservado para mim e olhei uma última vez para minha família. Um sorriso brotou em meu rosto enquanto lágrimas ameaçavam escapar dos meus olhos.

Assim que o metrô começou a se mover, olhei pela janela e senti uma mistura de ansiedade e expectativa percorrer meu corpo.

É Nicolai... uma nova vida acaba de começar.

 uma nova vida acaba de começar

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 MOVING FORWARD - Welcome to the CapitalOnde histórias criam vida. Descubra agora