⌗ ♡︎ . . 01: Ciclo de Flores.

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Todos nós temos uma frase em que amamos muito, e a de Sunoo sempre foi uma escrita por Clarice Lispector.

"Qualquer um pode amar uma rosa, mas só um grande coração para incluir os espinhos."

E assim, levou para sua vida inteira.

(...)

— Pai... — disse Sunoo, deixando os talheres de lado enquanto ambos estavam sentados na enorme mesa.

— O que foi? — perguntou o pai, olhando para Sunoo.

— Eu... eu quero voltar para a Coreia! — Sunoo falou, e seu pai o olhou, surpreso.

— Você ficou doido, Kim Sunoo!? Você vai ficar aqui e ponto final. — Ele ignorou o que Sunoo disse e voltou a comer.

— Por que eu tenho que te obedecer? Já tenho 20 anos e posso decidir por mim mesmo! — Sunoo franziu as sobrancelhas, desafiador.

— Sunoo, olha o jeito que você fala com o seu pai! Pra quê você quer voltar para a Coreia se já viveu quase toda a sua vida aqui? Moleque ingrato! Eu te dei o melhor que pude aqui. Você tem tudo isso porque eu trabalhei incansavelmente, então nem pense que está no controle da própria vida!

— Mas eu nunca te pedi nada disso! — rebateu Sunoo, irritado.

Seu pai bateu os talheres na mesa com força, visivelmente frustrado, e se levantou de forma abrupta.

— Você *não* vai voltar para a Coreia, entendeu? — Ele apontou o dedo para Sunoo, furioso.

Sunoo também se levantou, cheio de raiva.

— Abaixe esse dedo agora! Você acha que eu sou criança para ficar obedecendo tudo o que você manda? Acorda, pai! Por quanto tempo você ficou dormindo e nem percebeu que seu filho cresceu? Já sou um adulto responsável! Sério... eu sabia que não daria para conversar com você de forma civilizada. — Sunoo suspirou e saiu dali furioso.

— KIM SUNOO! — Seu pai gritou, mas Sunoo o ignorou e subiu as escadas até o quarto.

E como tudo começou?

(...)

15 anos atrás.

— Quem é você!? — Sunoo perguntou, se aproximando de uma criança que estava escondida atrás de uma árvore no parquinho. — Por que você está chorando? Alguém no parquinho te bateu?

O garotinho balançou a cabeça, indicando que "não", enquanto enxugava as lágrimas com a manga da blusa.

— Então, o que aconteceu? — A criança não respondeu. — Você não sabe falar?

— Eu... Não... Coreia! — O garoto disse com muita dificuldade.

— Ah, entendi! Você não sabe falar coreano, então você é japonês? — O menino assentiu. — Eu sei falar um pouco de japonês, faço aulas. — Sunoo disse em japonês, fazendo o garotinho olhar para ele com os olhos arregalados.

Esses mesmos olhos estavam cheios de lágrimas prestes a cair novamente.

— Tudo bem... Agora você pode me explicar o que aconteceu? — Sunoo continuou, em japonês.

— Eu vou para uma escola nova, mas estou com medo porque não sei falar coreano. — O pequeno respondeu.

— Ah, você vai para a escola Sunwon Chodeung Gyoyug? — Sunoo perguntou, vendo o mais novo assentir com a cabeça. — Eu sou dessa escola, posso te ajudar lá!

— Sério? — perguntou o garotinho, já mais animado, ao que Sunoo respondeu com um aceno. — Obrigado!

— De nada! Qual é o seu nome? — Sunoo perguntou, com um grande sorriso.

Entre Pétalas e Espinhos | SUNKIOnde histórias criam vida. Descubra agora