Talvez eu não seja o vaso de rosas que você espera, talvez eu seja um cacto espinhoso que te machuque.
(...)
Sunoo sentia-se insuficiente para Riki, acreditando que seria incapaz de oferecer a ele um amor perfeito. Junsik sempre fazia questão de lembrá-lo o quanto ele era insignificante, reforçando essa insegurança.
Kim comparava-se a uma rosa cheia de espinhos, e seu maior temor era ferir Nishimura com essas pontas afiadas novamente.
Entretanto, Riki era orgulhoso demais para reconhecer ou, ao menos, tentar entender os sentimentos do mais velho. Isso gerou uma falta de diálogo entre eles durante todas as férias.
O tempo passou rapidamente, e agora todos estavam se despedindo. Jay foi deixando os amigos em suas respectivas casas, e por último restaram Sunoo, Riki e Jake.
— Até mais, hyung! — Jake se despediu assim que Jay levantou o vidro do carro e seguiu seu caminho.
Os três então se viraram em direção à entrada do prédio, envoltos em um silêncio que logo se tornou incômodo.
Esse silêncio, porém, foi quebrado pelo som do celular de Sunoo, que recebeu uma notificação de chamada. Ao ver quem o estava ligando, notou que era seu pai, o que o deixou visivelmente surpreso e um pouco nervoso.
Riki não deixou de perceber a reação de Sunoo.
— Podem ir na frente, vou atender esta ligação — disse Sunoo, com a voz levemente trêmula.
— Tudo bem! Quer que eu leve sua mala? — ofereceu Jake. Sunoo assentiu com um aceno de cabeça, curvando-se em agradecimento enquanto observava os dois entrarem no prédio.
Ele, então, correu até a pracinha em frente ao edifício, sentou-se em um dos balanços e atendeu a chamada.
(...)
Chamada ligada.
— Sunoo! — A voz de seu pai já soava irritada assim que a chamada foi atendida. — Por que demorou para atender? Ficou louco?
— Acabei de chegar de viagem — respondeu Sunoo, visivelmente desanimado.
— Tanto faz. Daqui a três dias, Yoon Taehee vai te buscar para levá-lo ao aeroporto. Prepare suas coisas.
— Três dias? Mas isso é muito pouco...
— Ninguém te mandou passar tanto tempo nessa casa de praia. Já está decidido. E se ousar me desobedecer, seu namoradinho vai pagar por isso.
Chamada desligada.
A noite estava abafada, repleta de insetos de verão que cruzavam o ar, mas para Sunoo, o mundo parecia em completo silêncio, enquanto sua mente era um caos ensurdecedor.
Ele permaneceu em silêncio por alguns instantes, olhando para o vazio, até que lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Sunoo refletia que, para seu pai, ele também nunca seria o suficiente. Por mais que tivesse vivido toda sua vida conforme as vontades dele, seu pai sempre exigia mais, e isso era exaustivo.
No entanto, tudo o que Sunoo podia fazer naquele momento era chorar... e continuar chorando.
Assim que Riki e Jake chegaram à porta do apartamento, Riki percebeu que uma pétala de rosa havia caído da mala de Sunoo, que estava ligeiramente aberta.
Os dois entraram no apartamento, tiraram os sapatos, e Riki, sem hesitar, sentou-se no chão e abriu a mala de Sunoo.
— Ficou louco? O que está fazendo? — perguntou Jake, dando um tapa de leve no ombro do japonês.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Pétalas e Espinhos | SUNKI
Romance[ CONCLUÍDA ] "Entre Pétalas e Espinhos" é uma história envolvente que mergulha nas metáforas das flores, pétalas e espinhos para ilustrar a jornada emocional de Kim Sunoo. Desde sua infância ao lado da mãe amante das flores, Sunoo é retratado como...