Capítulo XLV: dividindo a cama

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Megan

Tentei me concentrar no filme, mas a presença de Tristan é muito marcante. Talvez essa tensão toda seja por sempre esperar o pior quando ele está por perto.

Ou sejam as lembranças do que fizemos no corredor...

De todos meus companheiros, ele com certeza é o mais intenso.

Ele possui essa aura em sua volta, que me atrai e ao mesmo tempo expuga.

Fui pega de surpresa com sua declaração de paz. E mesmo que, por muito tempo tenha dispensado sua presença, fico feliz em saber que ele está se esforçando para me distrair.

Tristan, usando roupas velhas e comendo sorvete extremamente calórico, me fez pensar de maneira diferente.

Ele tem razão. Eu me acostumei com o conforto que Noah trazia, e me esquivei de todos eles.

Não tenho dúvidas que meu corpo corresponde a cada um deles, mas nunca parei para pensar em como eles são, o que gostam de fazer, o que os deixa feliz, suas atividades de lazer, comidas favoritas. Creio que apenas um café da manhã e jantares aleatórios, não são o suficiente para conhecer meus companheiros.

Eu mal os vi usando seus poderes...

Será que fiquei tão cega pela mágoa, que não consegui enxergar eles além de seus papéis como companheiros escolhidos pelo vínculo?

Eles disseram tantas vezes que sofreram com a minha ausência, eles são tão rancorosos quanto eu. Mas por que consigo perdoar Noah, mal consigo passar cinco minutos com Tristan?

Ele é um idiota, mas é um idiota com todos, não é como se fosse especialmente comigo. Me intriga saber que o mesmo cara que quase matou um homem espancado na minha frente, conseguiu neutralizar os meus poderes e sorriu quando viu seu pai morto, é o mesmo que come sorvete ao meu lado agora e fala sobre coisas banais.

" Você..." eu limpo a garganta e tento manter minha voz firme. " Você se dava bem com o seu pai?"

Eu não sei nada sobre sua vida antes de mim, apenas o que todo mundo fala.

Festas. Garotas. Brigas. Festas. Festas.

Tristan desvia seus olhos do massacre que passa na TV e me encara. Sua língua lambe uma gota de sorvete que estava no canto da sua boca, ele parece estar pensando em uma resposta.

Talvez não tenha sido uma boa ideia.

" Se não quiser falar sobre isso..."

" Não, tudo bem." Ele levanta uma mão para me aclamar. " Aquele homem foi muita coisa para mim, menos um pai."

" Então você não sofre por conta do que aconteceu?" A insegurança na minha voz é ridícula, mas aceitável. Nós nunca ficamos tanto tempo perto, sem Tristan ofender pelo menos cinco minorias.

" Se você está preocupada com o meu sono por conta da morte do meu pai, saiba que se Ace não tivesse arrancado a cabeça dele, eu mesmo teria feito."

" Ele foi muito cruel com você?" Uma certa empatia toca meu coração, e meu vínculo queima dentro de mim.

O sorriso sem humor que ele dá já responderia, mas ele decide colocar em palavras.

RED: uma história de harém reversoOnde histórias criam vida. Descubra agora