RED: uma história de harém reverso

LXXXV

Nate

Sempre houve essa energia sobre mim.

Eu aprendi a ignorá-la, muito por culpa do meu pai.

Eu não queria ser igual a ele.

Independente das minhas tentativas, em meu interior uma força maligna sempre me levava até o limite. Tenho conhecimento de que Ace também sente o mesmo, essa é nossa "herança" de família.

A maldição do espírito.

Minha família por anos destruiu qualquer ser dotado que tentou tirá-la do poder. Por algum tempo pensei que poderia fazer melhor que isso, acreditei que a diplomacia seria o melhor caminho.

Porém, antes eu não tinha uma companheira para cuidar.

Nada disso é sobre mim ou minha família.

Tudo é sobre Red.

Minha companheira não tem poder apenas sobre mim, ela de alguma forma, se conecta com o espírito que vive dentro de mim.

Não ligo para a minha posição no conselho, mas não posso negar que perder essa cadeira colocará meu vínculo em risco. A única pessoa que pode manter todos nós sob controle é Megan Redwood.

Eu quero dar o mundo a ela. Um mundo que seja seguro e a faça feliz. 

Mesmo que eu precise destruir quem tentar atrapalhar isso.

 Não sou inocente, sei que os homens que almejam o meu lugar estão observando atentos e preparados, aguardando qualquer vacilo para me tirar do jogo.

No momento não me importo com ordens do conselho. Não existe soldados que possam salvar minha companheira como eu.

Por anos prendi a maldição, deixando se manifestar poucas vezes, pois seu poder de destruição é incontrolável. 

A sociedade dotada sempre temeu os poderes da minha família, por isso seus olhos saltam quando as sombras disparam logo que adentramos o local que o vínculo me levou.

É um ímã invisível que puxa meu peito, apenas sei que ela está aqui. Posso senti-la.

"Não se preocupe, querida. Estou perto."

Tento me comunicar mentalmente, mas como esperado, há neutralizadores... muitos deles.

É o esperado da resistência. Se esconder com escudos, neutralizadores, esperando como ratos para atacar. Hoje, eles terão que sair da toca, ou morrerão dentro dela.

Eles estão no subterrâneo, é fraco, mas a minhas sombras deslizam sozinhas, elas sabem muito bem o que querem. Gritos desesperados do lado de dentro me põe um sorriso no rosto. O som que chega até mim não é nada gracioso. É violento, cru, desesperador, enche minhas veias com um prazer inexplicável, posso sentir o demônio que vive dentro de mim aproveitando cada gota de sangue, cada pedaço de pele que as sombras arrancam de suas vítimas.

Os soldados do conselho permanecem em silêncio atrás de mim.

Eu sei o que eles estão pensando.