Trauma

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  Os dois amantes se encontravam em uma rua pouco frequentada do Rio de Janeiro. Estavam a flor da pele, se beijando e se agarrando como loucos. Caetano estava sentado no colo de chico o beijando, ambos estavam duros. Chico beijava o pescoço de Caetano, as vezes deixando uma leve marca, Caetano por outro lado não aguentava mais ficar de roupa. Queria foder ali mesmo, no banco de trás em um lugar pouco habitado. Sem medo de serem pegos.

      Chico Buarque'on

   Beijava e roçava os lábios no pescoço de Caetano e em sua pouca pele exposta sempre que podia, causava cócegas em cae por causa do meu bigode. Mas eu queria mais que isso, assim como cae.

- Eai chico - Caetano sorriu se apoiando no meu peito - será que você me aguenta? - ri de sua pergunta

- Eu acho que eu deveria perguntar isso - sorri.

   Ajudei Caetano a tirar sua camisa e depois sua calça, olhei pro seu corpo encantado. Sua beleza me encantava, seu corpo me encantava, tudo nele me encantava. Aqueles cabelos longos o deixando cada vez mais sexy estava me fazendo delirar. Eu mesmo desabotoei minha camiseta e tirei minha calça, com um pouco de dificuldade.
Estávamos só de cueca, Caetano me olhava esperando eu fazer algo, só que eu não conseguia fazer nada. Estava tonto e começando a me sentir enjoado, minha visão começou a girar, não sei porque.

- Tá tudo bem? - Cae perguntou preocupado - você tá meio pálido

- Ah eu tô bem sim, não se preocupe.

- É a sua primeira vez com um cara, não é? - ele disse passando as mãos pelo cabelo, parecia frustrado não sei.

- Não! Quer dizer, é a minha primeira vez sim. - corei um pouco - mas não é por causa disso, eu só estou um pouco tonto.

- Mas da pra continuar? Não me leve a mal Chico, mas se você começou agora você termina.

- Tudo bem cae, eu também quero isso. - então ele sorriu pra mim, dei um sorrisinho fraco de volta.

   Ele tirou a sua cueca e a minha, agora estávamos completamente pelados. Olhei seu corpo com mais cautela agora, não poupando detalhes. Ele também me olhou, me olhou como se fosse uma presa preste a atacar. Senti um leve deja vu, como se já tivesse sido essa tal presa.

- Então, como é sua primeira vez eu aconselho que eu te foda. - o olhei assustado, novas experiências são um completo desastre para mim - relaxa, você vai gostar. Fora que eu vou devagar até você se acostumar.

   Concordei com a cabeça, ainda estava enjoado mas eu não queria acabar com a festa por causa de algo bobo. Eu me deitei no banco de trás, e Caetano aos poucos foi entrando em mim. "Não!" minha mente gritava, estava entrando em desespero. Acho que já vivi isso antes, e não de um jeito bom.

- Caetano para! - praticamente gritei em desespero. - eu não consigo, para por favor... - Estava quase chorando.

   Agora lembro o motivo do meu deja vu. Quando era criança um velho tarado já tivera posto suas mãos em mim com segundas intenções. Ele me usou e me abusou até meu corpinho frágil não aguentar mais, pois sua boca suja na minha, e me obrigou a por minha boca em seu pênis, fiquei cheio de machucados quando acabou, meu corpo não aguentava isso naquele tamanho. Ninguém ficou sabendo disso, disse com meus 8 aninhos que tinha me machucado jogando bola. Não queria arrumar mais encrenca. A humanidade me assusta as vezes...

- Chico? Vamos lá eu quase entrei por completo - Caetano me encorajou - você consegue, meu galã.

    Ele tem razão, não posso desistir agora. Fechei meus olhos com força como se fosse mudar algo. Derepente me senti aquela criança frágil e inofensiva novamente, desculpa cae... Isso não vai acontecer tão cedo.

- Para! Eu não consigo - falei com algumas lágrimas nos olhos - Desculpa cae... - ele me olhou por um instante, e saiu de dentro de mim.
Ele não falou nada só colocou suas roupas, e jogou as minhas em mim. Depois de nos vestirmos fomos pro banco da frente, não tínhamos mais nada pra fazer a não ser ir embora.

- Olha tudo bem se você não quiser transar com um homem, eu vou entender - ele falou distante, parecia decepcionado.

- Não é isso cae.. Eu queria fazer isso, mas eu tenho um trauma quanto a isso... - eu estava triste, ele não tem o direito de ficar decepcionado comigo sem saber minha história. Porra Caetano.

- Entendido..

- Você tá bravo comigo ou oque? - perguntei, já estava me estressando com essa reação do Caetano

- Não chico, eu não estou bravo. É só que você do nada quer parar? Nessa altura do campeonato você decide parar? - agora ele olhava pra mim.

- Ah Caetano, vai pra merda. Você nem sabe meu motivo pra querer parar. - ele me olhou irritado também

- Ah é? Então me conta a porra do seu motivo pra querer parar, cacete! - Estava começando a me magoar de verdade com Caetano, nunca esperei por uma reação dessa vindo da parte dele.

- É porque eu fui abusado quando era criança Caetano! Só por causa disso, caralho. - praticamente gritei em seu ouvido.
Ouve um silêncio ensurdecedor, acho que ele tinha se ligado na bosta que tinha acabado de fazer

- Chico, meu Deus. Me desculpa eu não sabia - ele falou horrorizado.

   Eu fiquei em total silêncio, não tinha mais forças pra falar algo. No caminho de volta a casa foi silencioso, até demais.
Finalmente chegamos na casa de Caetano. Ele saiu do carro, foi abrir a porta e se voltou para a janela do carro.

- Desculpe mesmo Chico... - ele disse triste - se eu soubesse nunca que te forçaria a fazer isso. - dei um sorrisinho do tipo tá tudo bem, eu só queria minha casa agora, ainda estava meio tonto. Acho que iria vomitar logo logo.

- Beleza, tchau Caetano. Até mais - acenei e dei partida no carro, não ouvi nem se quer ele se despedir.

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Vixe


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