02| o que faremos quando estivermos sóbrios?

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"Deus, estou sem ar em meus pulmões, tudo se foi

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"Deus, estou sem ar em meus pulmões, tudo se foi. Fingi ser tão indiferente, é hora de dançarmos com a verdade, nos mover sozinhos com a verdade. Estamos dormindo através de todos os dias, estou agindo como se eu não visse todos os laços que você costumava usar para atar-se a mim."

Verona pisou no cigarro ainda aceso e o apagou.

São Paulo não estava com um clima quente naquela tarde, a morena vestiu sua jaqueta azul e voltou a caminhar pelo paddock, não era um dos dias felizes, seu coração estava apertado. Julian havia ido embora, passaram meses juntos, vivendo um no apartamento do outro, apaixonados de verdade, vivendo o melhor da paixão e o mais sincero dos amores. Bauman costumava dizer que só se ama uma vez na vida, talvez ele estivesse certo, pois Verona sentia que o amava, mas não o suficiente. A todo tempo, sua mente repetia as palavras que ele disse antes de partir com todas as suas coisas.

Eu te amo, mas você não sabe amar e, além disso, eu sou seu, mas você não é minha. Talvez ele estivesse mesmo correto, ela não sabia o amar, afinal, nunca teve um bom exemplo de como fazer isso com sinceridade e honestidade. Verona estava perdida, caminhava e segurava as lágrimas que queriam cair, tinha medo de ficar solitária outra vez, odiava a sensação de ser abandonada e era o que estava acontecendo agora, outra vez. A briga havia acontecido há uma semana e ela não poderia estar pior.

Estava passando em frente a garagem ferrarista quando ouviu seu nome ecoar pelo espaço, era ele. Não se falavam desde Mônaco, também foi a última vez que ficaram no mesmo espaço, juntos, logo em seguida ela conheceu Julian e decidiu que não queria mais manter contato com o espanhol, por isso, ignorava a tal conexão que eles pareciam ter um com o outro. Aquele não era o melhor momento, nem estava querendo entrar em uma conversa com o espanhol, estava tão cansada mentalmente que sua vontade era apenas voltar para o seu ambiente e ficar quieta por tempo suficiente.

Verona girou seus pés e deu de cara com o piloto. Odiou ter feito isso, pois no instante seguinte ele a abraçou, de início não entendeu a ação, mas o abraçou de volta, precisava de um conforto naquele momento e, mais uma vez, estava voltando para os braços dele. Julian era um arquiteto alemão, o casal se conheceu na etapa holandesa do mundial, naquela tarde quente, Carlos havia os visto rindo juntos e soube no mesmo instante que sua garota estava seguindo em frente com outra pessoa.

Passou meses sem procurá-la, queria respeitar o seu momento e a sua decisão. Contudo, ele não se importava mais em deixá-la longe de si, soube do rompimento e seu primeiro instinto foi ir atrás dela, Verona não retornou nenhuma de suas mensagens e não atendeu às suas ligações feitas por diversas vezes. Ela só queria superar aquele assunto de uma maneira rápida e voltar para Carlos não iria ajudar. Pelo contrário.

— Suas fãs devem estar tirando fotos nossas, não quero aparecer em fofoca outra vez — resmungou. Verona tentou se distanciar, mas ele a apertou ainda mais em seus braços e ela finalmente deixou que suas lágrimas caíssem. — Me tira daqui, eu preciso de você agora.

Melodrama| Carlos Sainz.Onde histórias criam vida. Descubra agora