05| você é um pouco demais para mim.

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"Meu amor realmente me magoou, estou chorando no táxi

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"Meu amor realmente me magoou, estou chorando no táxi. Ele não quer me conhecer, diz que cometeu o grande erro de dançar na minha tempestade. Diz que era veneno, então acho que vou para casa, para os braços da garota que amo. O único amor que eu não arruinei, ela é tão difícil de agradar, mas é um incêndio florestal. Dou o meu melhor para atender às suas exigências, romantizo, dançamos lentamente na sala de estar, mas tudo o que um estranho veria seria uma garota balançando sozinha, acariciando seu próprio rosto."

Nunca julgamos aqueles a quem amamos.

Jean-Paul Sartre costumava apresentar teses sobre a decência humana, Verona gostava dele, gostava de ler sobre sua vida e sobre todas as coisas que havia colocado em palavras. Antes de entrar na faculdade de publicidade, ela queria cursar filosofia, o sonho foi interrompido por seu pai, como poderia cursar uma licenciatura em uma família de advogados? Não iria acontecer, sua sorte era gostar do que fazia, pois, no fim, era tudo o que importava. Carlos havia dado o livro que ela estava lendo, em sua cama de hotel, era algo que ele não sabia muito bem, apenas presenteou com algo que imaginou que a namorada fosse gostar.

No amor, um mais um é igual a um.

Verona sempre carregava um livro na bolsa, sentia que precisava ter algo para ler em todos os lugares, em dias chuvosos, ficava passeando pelas páginas em algum canto da garagem, a Red Bull Racing era flexível com os funcionários, deixava-os aproveitar sua criatividade e seus momentos de solitude. Ela gostava de muita coisa, mas a leitura sempre foi a principal delas, os livros de filosofia eram ainda melhores, seus favoritos. Deitada no corpo do namorado, ela passava as páginas enquanto ele assistia o segundo tempo do jogo, funcionam daquela maneira, cada um em seu mundo, contudo, compartilhando a mesma vida.

O que você fez daquilo que te fizeram?

Algo estava errado, Carlos parecia inquieto, a todo tempo sua respiração mudou e ele não conseguia se acalmar de maneira alguma. Verona deixou seu livro de lado e se afastou dele, em outro momento, Sainz a seguraria perto do peito e não deixaria aquela ação acontecer. A austríaca estranhou, encostou seu corpo no travesseiro e virou seu rosto para olhar o rosto dele, tinha confusão em sua feição, o tipo que ela já conhecia muito bem. Ele estava realmente incomodado.

— Sabe que pode me dizer qualquer coisa, não é? — Verona suplicou, seus olhos brilhavam em dúvida, estava com medo do que sairia daquela conversa, havia algo que dizia precisar mesmo temer. — Por favor, fale comigo.

Carlos coçou a cabeça, estava procurando imitar Jean-Paul e sintetizar seus sentimentos em palavras. Não era um escritor, nunca nem foi bom com conversas sérias, talvez esse fosse o motivo para nunca ter tido um relacionamento sério o suficiente com ninguém antes de Verona. A briga ainda estava pairando pelo ar, poderiam ter se resolvido por um instante, mas a semente estava instalada entre seus corpos, em seus pensamentos conturbados.

Melodrama| Carlos Sainz.Onde histórias criam vida. Descubra agora