06| você poderia ser mais delicado?

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"Por favor, você poderia ser mais delicado? Sentei perto de você, dêmos um minuto antes de admitirmos que terminamos

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"Por favor, você poderia ser mais delicado? Sentei perto de você, dêmos um minuto antes de admitirmos que terminamos. Acho que esse é o inverno, nossos corpos são jovens e tristes. Estou na Jungle City, está tarde e essa música é para você. Porque eu me lembro da adrenalina, quando éramos o para sempre, antes de todos os ventos de arrependimento e desconfiança, agora sentamos no seu carro e nosso amor é um fantasma. Bem, acho que eu deveria ir."

Verona estava brincando com o filhotinho quando ele chegou.

Julian tinha sacolas de mercado nas mãos, aquele era o apartamento dela, mas o loiro tinha a chave e poderia entrar na hora que quisesse. O cachorro era dele, havia deixado com Verona apenas para que passasse a noite junto deles, iriam cozinhar alguma coisa e assistir The Sopranos depois, a programação de toda sexta-feira. A austríaca já estava morando em Pequim há seis meses, trabalhando no melhor cargo que teve em toda a sua carreira e vivendo de uma maneira que jamais imaginou conseguir, estava em paz consigo mesma. Theodore, o filhote, largou a brincadeira e correu com suas patinhas curtas até seu dono.

Theodore era o filhote mais fofo do mundo, Verona adorava tê-lo em sua casa, afinal, era um companheiro nos dias de solidão, ainda não havia feito muitos amigos no país asiático, apenas os gringos que também foram a trabalho para o lugar. Julian foi um presente e, desta vez, ela não queria perdê-lo, seu coração ainda batia por completo pelo espanhol que deixou para trás, mas não poderia continuar vivendo naquela mesma depressão que sucedeu o relacionamento, ele, com certeza, estava seguindo sua vida, era hora de fazer o mesmo.

Seus dias eram divertidos, até que as lembranças a assolavam, pensava em todas as coisas que queria mostrar e fazer ao lado de Carlos, mas ainda não se sentia pronta para voltar e nem tinha esse direito. Por isso, seguia vivendo da maneira que conseguia, evitava até assistir às corridas pela televisão, pois sabia que em algum momento seu coração erraria as batidas e ela acabaria mais uma vez sofrendo de amor.

— Ia perguntar no que está pensando, mas acho que já sei a resposta. — Julian caminhou até a cozinha, ele poderia dizer que não, mas ela sabia que ele ainda queria ser sua primeira opção. — O que acha de um risoto com cogumelos? Comprei uma garrafa de vinho branco.

Verona levantou do sofá e foi atrás do alemão, ele estava tirando as coisas da sacola, a morena se aproximou devagar e abraçou, colocou o rosto em suas costas e aproveitou o momento, adorava estar com ele, mas gostava ainda mais de seu abraço. Julian se virou e a acolheu, estava acostumado com aquela situação e, em partes, gostava, sabia como tudo funcionava e entendia que a cada dia ocupava um espaço maior no coração dela.

Julian e Verona guardaram as compras juntos e começaram a separar o que precisavam para o jantar, o alemão abriu a garrafa de vinho e serviu em duas taças, ela pegou as cebolas na geladeira e começou a cortá-las. O casal funcionava bem junto, mesmo que não houvessem colocado um nome naquela relação, deixando que as coisas apenas acontecessem devagar, tudo tinha seu próprio tempo e eles não tinham a menor pressa. Eram dois corações partidos tentando encontrar uma maneira de se curar.

Melodrama| Carlos Sainz.Onde histórias criam vida. Descubra agora