03| vamos deixar as coisas saírem da caixa.

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"Vamos deixar as coisas saírem da caixa, eu te darei o meu melhor lado, contarei as minhas melhores mentiras

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"Vamos deixar as coisas saírem da caixa, eu te darei o meu melhor lado, contarei as minhas melhores mentiras. Vendo-me curtir, mostrando amor a outra pessoa, dançando sem sapatos, sabe que eu te acho incrível, né?"

Carlos estava tão apaixonado que às vezes sentia saudades quando acordava antes dela.

Naquela manhã, estava torcendo para que acordasse, não aguentava mais ficar em silêncio, todavia, só queria conversar com ela. Fervia a água do café quando escutou um bocejo, sorriu involuntariamente, ela deveria estar pronta para o trabalho, pois estava com o perfume exalando enquanto se aproximava. Carlos sentiu e viu os braços dela rodearem sua cintura e o queixo dela apoiado em seu ombro, virou o rosto e beijou o topo de seu nariz.

Sainz virou seu corpo, apoiou-se na pia e a puxou para um abraço. Verona já estava vestida com uma camisa listrada, alguns botões estavam abertos, sua calça de alfaiataria estava bem passada e seu cabelo arrumado, se ela não precisasse mesmo trabalhar, o piloto a seguraria em casa por todo o dia. Mas não podia. Verô tinha uma vida para além dele, assim como ele também tinha, mas tudo parecia tão mais fácil, mais bonito e gentil quando dividia com ela. A visão de mundo para os apaixonados beira a utopia, Carlos havia acabado de notar aquilo.

Notava muita coisa pelas manhãs, ela não acordava sempre de bom humor, contudo, acabava por se esforçar por ele, por eles. Há cinco meses eles estavam nessa dinâmica, viajando juntos para as etapas do campeonato, dividindo suas casas quando tinham tempo, aprendendo a compartilhar o amor de uma forma que sempre quiseram. Verona deu um beijo nos lábios do namorado e afastou o corpo, Carlos voltou a prestar atenção na água que já fervia e ela foi até a geladeira. Em silêncio, eles pareciam sincronizados na organização do café, era assim em todos os dias que estavam juntos.

Carlos e Verona gostavam do silêncio que compartilhavam, nunca era uma questão ruim, parecia natural e confortável, era como conversar durante horas, o prazer parecia o mesmo. Juntos há um tempo considerável, Sainz já tinha um espaço na casa dela, um de seus simuladores estava ali, precisava trabalhar mesmo que não estivesse em Madrid ou Maranello, portanto, ocupou um espaço do escritório dela.

Da mesma maneira que ele arrumou um quarto para que ela pudesse trabalhar em seu apartamento, transformou uma das acomodações para hóspedes em um escritório compacto. Estavam ocupando espaços na vida um do outro, sempre presentes em pensamentos e no âmbito físico, seus sonhos estava se tornando realidade.

— Sonhei com você — Klausen contou, tirou uma garrafa de leite da geladeira e colocou na bancada. O namorado estava coando o café, sorriu para ela e prestou atenção no que diria a seguir, ela sempre sonhava com coisas confusas. — Estávamos fazendo uma viagem pelo Ganges, em um barquinho, era uma noite especial, diversos balões a gás estavam pintando o céu e nós assistimos com carinho. Foi divertido.

— Amor, acho que de todos os sonhos, esse foi o mais normal — Carlos brincou, cutucou a sua cintura, fazendo-a rir baixinho. — Podemos fazer uma viagem à Índia, seria interessante.

Melodrama| Carlos Sainz.Onde histórias criam vida. Descubra agora