09| sou alguém que talvez você possa amar.

399 38 57
                                    

"Na minha cabeça passo uma compilação dos nossos momentos, toda a mágica que emitimos, todo o amor que tínhamos e perdemos, e na minha cabeça as visões nunca param

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Na minha cabeça passo uma compilação dos nossos momentos, toda a mágica que emitimos, todo o amor que tínhamos e perdemos, e na minha cabeça as visões nunca param. Esses laços me envolvem, mas quando chego até você há apenas uma compilação. No seu carro, o rádio está num volume alto, continuamos tentando conversar sobre nós, sou alguém que talvez você possa amar."

Verona estava com as mãos trêmulas.

Max e Charles haviam colidido na primeira volta. Foi um daqueles feios, Max demorou cinco longos segundos para responder se estava bem e, para o coração dela, foi amedrontador. Com os fones no ouvido, ela estava atenta a todos os acontecimentos, a bandeira foi balançada e o safety car entrou na pista, não relaxou enquanto não viu Max sair do carro e caminhar, continuava a mesma garota medrosa e todo mundo sabia disso. O holandês foi levado para o hospital de ambulância, apenas para garantir que estava bem, enquanto Charles — o causador do acidente — não precisou de tanto.

A corrida seria reiniciada e, mesmo com o coração perto da boca, ela estava animada, afinal, seu noivo estaria na ponta. Com o celular profissional nas mãos, ela o apertou com toda a força do mundo, estava mais nervosa que o normal, queria saber como seu amigo estava e, ainda, torcia para que seu parceiro fosse muito bem no que estava prestes a fazer. Carlos estava dirigindo pela Red Bull Racing há dois meses e, até então, não havia conquistado o lugar mais alto do pódio. Claro, seu companheiro de equipe era Max Verstappen, o escolhido e também um dos melhores atletas que já praticaram aquele esporte, mas ele tinha seu talento.

Carlos não precisava de muita coisa para largar bem, a primeira curva o beneficiava, precisava apenas respirar fundo e lidar bem com a pressão. Ele sabia como fazer isso, era um profissional e, nesses momentos, sua mente ficava sem voz alguma, apenas fazia o que precisava, nenhum pensamento além do necessário. A equipe de publicidade sempre assistia às corridas no mesmo lugar, uma pequena mesa de controle, perto dos engenheiros, mas não o bastante para atrapalhar, num geral, eram silenciosos e não incomodavam em nada.

Entretanto, Verona era um tiro diferente, ela ficava quase o tempo todo olhando para o teto, para suas unhas, cutículas e até para as pequenas tatuagens de estrelinhas que tinha nos dedos. Tudo isso por medo de que algo acontecesse, era medrosa e isso ficou ainda pior com a ida do noivo a sua equipe. A negociação foi bem direta, Pérez estava querendo deixar a escuderia e os dirigentes também não estavam satisfeitos com seus resultados, com a ida de Lewis Hamilton para a Ferrari, uniram apenas o útil ao agradável.

A largada seria em questão de segundos, os dois estavam de olhos fechados, respiraram fundo duas vezes e abriram seus olhos. Até nisso eram sincronizados, Carlos havia subido no pódio outras três vezes, era hora de tomar o lugar mais alto. Era hora de colocar seu nome na história mais uma vez. As luzes vermelhas estavam acesas, ele contou os segundos, escutou o ronco do motor, não pensou em mais nada, soube, antes mesmo de acelerar, que aquela seria sua corrida. Poderia não ter vencido muitas vezes, não era a pessoa mais sortuda do mundo, mas aquele seria o seu dia e nada mais importava.

Melodrama| Carlos Sainz.Onde histórias criam vida. Descubra agora