07| dissemos que isso era um melodrama.

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"Você perguntou se eu estava sentindo, estou psicoticamente chapada, você não lembrará pela manhã

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"Você perguntou se eu estava sentindo, estou psicoticamente chapada, você não lembrará pela manhã. Quando falar tudo o que penso, as luzes estarão acesas e eles irão para casa, mas quem sou eu? Quão rápido a noite passa? Te dissemos que isso era melodrama, nosso único desejo é o melodrama."

Verona segurou o papel nas mãos e desatou a chorar.

Não apenas por sentir uma saudade absurda, mas, sim, por perder tempo. Max só conseguiu entrar a carta três meses depois dela ter sido escrita, a culpa em partes não era apenas dele, Verona ficou viajando a trabalho por dois meses e meio. Passou por alguns países da Ásia e grande parte da Oceania, foi impossível parar em Shanghai e ler a carta que Max não chegou a enviar tarde demais. Ela estava deitada no chão da sala, chorando copiosamente e sentindo seu peito doendo como nunca, nem ir embora doeu tanto, ela queria voltar para a Europa naquele exato momento e abraçá-lo.

Queria pedir perdão por todo o tempo que passou longe, poderia implorar de joelhos para que fosse perdoada, mas sabia que ele não a sujeitaria a nada daquilo, Verona era uma garota boba, sentia-se unicamente assim. Uma belíssima idiota. Assim como ele, não havia esquecido os momentos passados juntos, por mais que tenha tentado fazer isso, era impossível amar qualquer pessoa da maneira que o amou um dia. Ela também era responsável por fantasiar, em sua cabeça, todas as coisas que poderia ter vivido ao lado dele, estava com trinta anos, já deveria estar, ao menos, casada ou criando uma família — coisa que não acreditava, mas sua mãe dizia.

Julian foi uma pessoa importante, deixou que ela não se afundasse na depressão pós-término, todavia, ele não era o suficiente e, por isso, havia voltado para a Inglaterra há cinco meses. Eles continuaram como amigos, perceberam que um relacionamento jamais daria certo, Verona estava se cansando de perceber que não dava certo com ninguém, em algum momento precisava aceitar seu destino. Quer fosse ele ao lado do espanhol mais complicado do mundo. Não sabia o que fazer, queria escrever uma carta, queria ligar, queria comprar uma passagem para Madrid, mas sabia que nada disso resolveria seu problema.

Verona tirou forças de onde não sabia ter e levantou do chão, procurou seu notebook pela sala e, quando o encontrou, buscou o nome de Carlos na aba de busca. Era domingo de corrida, ela não estava a assistindo por puro medo, odiava Spa Francorchamps, tinha medo das coisas que poderiam acontecer naquela pista, e, para piorar, ainda estava chovendo na Bélgica. O resultado da primeira colocação era óbvio, Max Verstappen liderava a corrida e, para ela, isso era lindo. Todavia, Carlos não estava tão bem assim, já era noite em Shanghai.

As sete horas de diferença entre os países a fizeram questionar se era hora de escrever, mas ela desejava tanto falar com ele que decidiu ignorar a corrida e a carta. Abriu o e-mail, já que não tinha mais o número de telefone, e começou a escrever tudo o que lhe surgia à mente. As coisas saíram muito fácil, mais do que ela pôde imaginar. Apertou o botão de enviar ao mesmo tempo que a corrida terminou, voltou a encarar a televisão, que agora estava ligada, sorrindo, Max levantou o troféu, seguido de Checo e Sainz.

Melodrama| Carlos Sainz.Onde histórias criam vida. Descubra agora