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Anna 🧸.
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Olho pra televisão que passa a reportagem de um arrastão ao shopping da Barra da Tijuca. As imagens das câmeras do shopping eram de impressionar, dava pra ver cada um deles.

Porém o destaque da notícia era a volta do "chefe do crime" laranjinha. Ele sorria para as câmeras enquanto corria.

Desvio o olhar indo atender os outros clientes do mar, ouço mais uma vez a voz da reporto "treze feridos e cinco mortos", aquilo revira minha barriga, corro até o banheiro vomitando. Que merda!

Jogo água no rosto e ponho pasta de dente na escova, começo a escovar os dentes. Saio indo acabar de atender todo mundo.

Assim que da meu horário pego minhas coisas e vou embora diretamente pra casa. Assim que entro vejo uma camisa branca suja de sangue em cima de uma cadeira.

Escuto o barulho do chuveiro e respiro fundo. Pego meu celular saindo novamente, preciso respirar, espairecer um pouco.

Subo até o alto do morro, tem uma vista do caralho! Sento no sofá que tem ali e fico observando o morro todo acesso.

Barão: iae -olho pra ele me assustando um pouco por nem ter ouvido ele chegar- fazendo o que essas horas aqui?

Anna: gosto de vim aqui quando me sinto sufocada pela rotina -ele sorriu concordando- como você tá?

Barão: eu tô bem, na medida do possível. Preparando os bagulhos pra ficar um tempo fora do morro -olhei interresada- sabe como é, minha filha tá vindo aí, quero dar o máximo de assistência

Anna: certo, melhor coisa a se fazer -sorri fraco

Barão: você? Como tá? -perguntou acendendo o baseado

Anna: na medida do possível estou bem, conquistando minhas coisas aos poucos, trabalhando muito -ele riu

Barão: desculpas novamente por tudo que te cause! É maneiro ver tu crescendo assim po -neguei

Anna: esquece.., tem coisas que temos que passar, não posso questionar os planos de Deus -sorri me levantando- tô indo lá, felicidades! Que sua princesa venha com muita saúde

Barão: valeu mermo Anna

Desci pelos becos com intuito de chegar mais rápido em casa. Vejo o laranjinha sentado no sofá assim que chego.

Laranjinha: veio em casa e saiu -falou baixo- qual foi? Tá estranha você

Anna: não é nada -sorri fraco- tô indo tomar banho

Entrei pra dentro daquele banheiro literalmente me jogando na água, minha cabeça estava explodindo de tantar dor que eu estava.

Enrolei a toalha no corpo e entrei pro quarto, o ar gelado atingiu meu corpo me fazendo espirra. Olho o laranjinha deitado mechendo no celular.

Boto meu pijama, deixo meu cabelo umido mesmo e deito. Sinto as mãos do laranjinha me rodearam porém eu me afasto dele.

Laranjinha: você tá na maior neurose comigo, qual foi? Manda o papo reto Anna -fechei os olhos suspirando- não fica negando voz

Anna: eu não acho normal o fato de ter treze pessoas férias e cinco mortas! Você consegue dormir em paz com isso, é serio?! Imagina quantas crianças não se perguntam o porquê o pai não voltou pra casa -senti um no se formar na minha garganta

Laranjinha: é o ciclo da vida po -falou sem importância

Anna: ciclo da vida?! Você tá de secagem -alterei a voz- ciclo da vida pra mim e quando a pessoa nasce, vive e morre de doença ou de forma natural. Não quando um bonde de escrotos entram onde eles estão atirando -gritei- eu não quero viver com uma pessoa assim..

Laranjinha: não quer viver comigo? -segurei o choro não responde- responde po, mas tá avisada! Se eu sair por essa porta, não olha mais na minha cara, finge que eu não existo

Anna: então vai laranjinha..-ele ficou ali ainda por alguns segundos, até eu sentir a cama ficar vazia e a porta ser aberta

Agarrei nas minhas pernas chorando, me sentindo sozinha novamente.

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Artigo 157Onde histórias criam vida. Descubra agora