Victor Evans é um dos cirurgiões mais bem pagos de Seattle. Um homem fechado para os sentimentos e com uma personalidade forte. Tem vivido dias de tormentas, desde quando começou a sonhar com uma mulher misteriosa.
Por coincidência do destino, exis...
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Devo confessar que senti medo, mas ao mesmo tempo eu me senti protegida, aquele homem me salvou de um belo tapa. Rick levou a pior e admito que adorei ver ele no chão todo acabado; a bravura daquele homem e o seu instinto protetor me deixou atraída, senti uma coisa estranha dentro de mim, talvez seja porque ninguém nunca fez aquilo por mim antes.
Carência, talvez?!
Eu precisava de uma conversa com ele, esclarecer o que havia acontecido e agradecer pelo ato de coragem, ali ele foi meu herói, eu não poderia deixá-lo ir sem ao menos nos falar direito. Antes que ele pudesse sair da cafeteria o alcancei e chamei sua atenção para mim, o mesmo me encara com um sorriso largo e alegre.
O levei até o escritório que ficava no final do corredor, dou passagem e ele entra no cômodo, ainda tímido e sem graça. Ofereço a cadeira para que o homem se sente, ele abaixa a cabeça pensativo enquanto massageava as mãos com o saco de gelos. Observo seu rosto e noto um pequeno corte superficial, no canto de sua boca. Caminho até um armário branco que havia no canto do escritório, abro as portas e retiro dali uma caixa com um kit de primeiros socorros.
Me aproximo do homem e me sento sobre a mesinha de centro, abro a caixa e apanho uma gaze, o tempo todo o doutor permaneceu calado, molho a gaze com um pouco de álcool 70 e espero ele me olhar. Aqueles olhos me olhavam como se eu fosse uma pintura a ser apreciada, ou uma modelo a ser pintada.
Me inclino para ficar mais próximo e pesso permissão, e ele concedeu.
Pressiono a gaze em seu ferimento o limpando com cuidado.
— Porque fez aquilo? Colocou sua vida em risco por mim, você nem me conhece.
— Te conheço mais que o suficiente pra saber que nem você, nem nenhuma mulher, merece aquele tipo de tratamento.
Faço um curativo no local e guardo os utensílios.
— Me desculpe, eu nem te agradeci e já quis explicações. Obrigada.
— Não precisa me agradecer, eu teria feito aquilo por qualquer mulher.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas observando um ao outro, deixando que os nossos olhares conversassem entre si. Evans se aproximava de mim cada vez mais, ficando tão próximo que eu pude sentir a sua respiração bater em minha pele. Seus olhos tão fixos aos meus que se tornava impossível desviar a atenção.
Estávamos tão conectados que nem percebemos quando Lucy e Ethan entraram no escritório.
— Ma? — Ethan me chama pelo meu apelido, me fazendo sair do transe. — Está tudo bem por aqui?
Nos afastamos depressa, me levantei e caminho até o armário guardando de volta o kit de primeiros socorros; o clima entre Evans e eu ficou tão tenso que eu mau conseguia olha-lo outra vez.
Lucy nota a tensão no ar e segura em uma das mãos do doutor.
— Meu Deus, Victor, você está tremendo! Vamos embora de uma vez, antes que você cometa outro erro.
