Capítulo 2 - "Coincidência"

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Horas de trabalho só serviram para me deixar mais exausto, ser cirurgião era uma tarefa árdua e que requeria muita disciplina, atenção, e claro muito descanso

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Horas de trabalho só serviram para me deixar mais exausto, ser cirurgião era uma tarefa árdua e que requeria muita disciplina, atenção, e claro muito descanso. Eu precisava dormir, mas só de lembrar dos meus sonhos já faziam o sono ir embora.

Não que eu não quisesse sonhar com a garota.

Mas, eu realmente sentia uma atração muito forte por ela.

Por alguém que eu nunca vi.

Que eu nem sei se existe de verdade.

Uma garota incrível, linda, e com um belo par de olhos inesquecíveis. Literalmente, a garota dos meus sonhos.

Meu corpo todo reclamava de cansaço, meus ombros doíam de tanta tensão, e a minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Meus pensamentos estavam bem longe dali, mais específico em meu apartamento, onde eu deveria estar descansando e apreciando um saboroso vinho.

Mas ao invés disso eu estava em pé na recepção, fazendo relatórios das minhas cirurgias. Estava tão concentrado que nem percebi quando Lucy chegou, e se encostou no balcão ao meu lado. Sua cara de cansada com certeza ganhava da minha, parecia que estava a dias sem dormir.

Seus cabelos escuros estava desalinhados e havia leves manchas escuras abaixo de seus olhos, os ombros caídos mostravam total desânimo. Ela segurava em uma das mãos um copo com seu café forte e sem açúcar.

— Você está um bagaço! — digo a provocando.

— Olha quem fala — ela toma o café e geme de satisfação. — Eu só queria dormir, mas fui bipada.

— A é, e porque? Algum caso importante? — pergunto curioso, enquanto bebo um pouco do seu café.

— Uma garota deu entrada, parece que não quer ser atendida por nenhum homem. — Lucy toma o copo de minha mão e faz uma careta. — Apresenta falta de ar, arritmia e está em pânico. E chamaram a melhor psicóloga deste hospital para tratar o caso, vulgo eu.

Reviro os olhos enquanto ela balbucia as palavras, Lucy consegue ser insuportável quando quer.

— Vá tratar a sua paciente, e me deixe em paz.

— Não quer vir comigo? Ela está bem ali!

Lucy aponta para uma mulher sentada em uma maca, estava acompanhada de um homem alto. Não conseguia ver seu rosto, a garota estava de costas.

— Ela não quer ser atendida por um médico, eu só iria atrapalhar.

— Tudo bem, depois a gente se fala!

Lucy se afasta indo em direção a garota e eu a acompanho com o olhar, algo estranho aconteceu comigo naquele momento, eu não conseguia desviar a atenção daquela moça. Enquanto Lucy conversava com ela eu mantinha toda a minha concentração nas duas, o homem que estava ao lado parecia extremamente preocupado com a mulher.

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